Apesar de possuírem expertise em segurança e de terem proteção física robusta, ataques cibernéticos ainda são algo novo para essa indústria
IT Forum 365
No mundo inteiro operadores de usinas nucleares estão lutando para se adaptar ao mundo digital, que apresenta um grande risco a eles: o de sofrerem ataques cibernéticos, de acordo com um relatório liberado nessa terça-feira (6/10) pelo Instituto de Pesquisa Científica Chatham House de Londres.
A pesquisa citou 50 incidentes desse porte, mas apenas alguns deles foram divulgados publicamente.
De acordo com Caroline Baylon, autora do relatório, apesar de possuírem expertise em segurança e de terem implementado uma proteção física robusta após o 11 de setembro, esse tipo de ataque cibernético ainda permanece como algo novo para a indústria de usinas nucleares. O relatório mostra que os próprios funcionários acreditam que a indústria nuclear está "bem atrás" de outros segmentos quando o assunto são ataques virtuais.
Um dos principais motivos é de que há uma cultura interna de acreditar que, por não estarem conectados à internet, essas usinas dificilmente seriam comprometidas. Mas isso não é totalmente verdade. Como prova disso pode-se citar um dos episódios mais comentados da história de cibersegurança - e o que mostrou às usinas que elas poderiam ser um alvo em potencial: em 2008, o vírus Stuxnet, desenvolvido pelos EUA em parceria com o Israel, e que tinha como objetivo paralisar as usinas nucleares do Irã.
Caroline também cita no relatório outros incidentes que demonstram como essa ameaça é, não só possível, mas perigosa. Se os sistemas de backup que alimentam a refrigeração do reator, por exemplo, fossem comprometidos, é possível desencadear um incidente semelhando ao ocorrido em Fukushima, no Japão, em 2011, explica a especialista.
A pesquisadora cita também o mais grave incidente ocorrido em 2006 com a Browns Ferry, no Alabama, quando um sistema de chave de segurança foi sobrecarregado com tráfego de rede e quase levou a um colapso.
Caroline ressalta que há diversas centrais nucleares possuem sistemas que podem ser acessados por meio da internet, apesar de operadores afirmarem que seus sistemas estão fisicamente separados das instalações.
A Chatham House realizou o levantamento durante 18 meses, com entrevistas de oficiais nucleares e do governo de países como Canadá, França, Alemanha, Japão, Reino Unido, Ucrânia e EUA.
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