OTC Brasil 2025

Especialistas alertam que instabilidade regulatória ameaça US$ 100 bi em investimentos e segurança energética futura

Executivos da Shell, S&P Global, Rystad Energy e ANP apontam que, apesar de o Brasil ter petróleo competitivo e de baixo carbono, a falta de previsibilidade trava projetos e o desenvolvimento do setor

Redação TN Petróleo/Assessoria IBP
28/10/2025 14:30
Especialistas alertam que instabilidade regulatória ameaça US$ 100 bi em investimentos e segurança energética futura Imagem: Divulgação IBP Visualizações: 531

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O primeiro dia da OTC Brasil 2025 foi marcado por um alerta contundente de especialistas e executivos: a instabilidade fiscal e regulatória é o principal gargalo que pode fazer o Brasil perder um potencial de mais de US$ 100 bilhões em investimentos e comprometer a segurança energética futura. Os debates desta terça-feira (28), no ExpoRio, consolidaram a visão de que, sem previsibilidade, o país não conseguirá revitalizar sua atividade exploratória.

O cenário global foi traçado por Bob Fryklund, estrategista-chefe da S&P Global Commodity Insights. Ele destacou um paradoxo: enquanto o curto prazo vive um "superávit maciço de barris", a perspectiva de longo prazo aponta para um "risco de escassez após 2035". Nesse contexto, Fryklund apontou a América Latina, impulsionada pelo Brasil e Guiana, como "a região número um no mundo em adição de novos barris para os próximos cinco anos".

O potencial brasileiro para capturar essa demanda foi o foco do presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa. Ele foi direto ao afirmar que, se a exploração de petróleo não for revitalizada, há um "sério risco de perder um contexto de investimentos que indicam para um potencial de mais de 100 bilhões de dólares". O executivo lembrou que o Brasil oferece uma "vantagem dupla": custo competitivo e produção com baixa intensidade de carbono.

No entanto, o painel "Managing Above Ground Risks in Offshore Oil & Gas Through the Energy Transition" aprofundou os desafios que travam esse potencial. Os especialistas foram unânimes em apontar a instabilidade como a maior ameaça. "Mudanças frequentes em regimes de concessão e tributos travam novos projetos. Um projeto de exploração precisa ter estabilidade jurídica, ambiental e regulatória. Sem isso, não funciona", alertou Marcelo De Assis, sócio da MA2 Energy.

Paralelamente aos alertas sobre o ambiente de negócios, a Petrobras detalhou seu plano robusto para a Margem Equatorial, reafirmando a importância da nova fronteira para a soberania energética e inclusão social. Em palestra, a gerente de Portfólio da Margem Equatorial da estatal, Mayara Aquino, anunciou investimentos de R$ 15 bilhões para a perfuração de 15 poços exploratórios na região, além de R$ 777,5 milhões destinados a 41 projetos sociais e ambientais, com foco principal no Amapá.

Daniel Leppert, vice-presidente sênior e head da América Latina da Rystad Energy, afirmou que para ter um sistema energético seguro, "é preciso garantir novas descobertas e continuar explorando de forma responsável". A visão foi compartilhada pelo diretor da ANP, Pietro Mendes, que destacou que, "mesmo com os avanços em biocombustíveis e eletrificação, não podemos abrir mão da atividade exploratória".

A necessidade de um ambiente de negócios favorável também se estendeu às discussões sobre gás natural. Em painel sobre as oportunidades na Argentina, Martin Kaindl, do Instituto Argentino de Petróleo e Gás (IAPG), destacou o potencial de Vaca Muerta e definiu o Brasil como "o parceiro ideal" e "o mais importante" mercado para o gás do país, reforçando a tese da integração energética regional.

A OTC Brasil 2025 acontece até 30 de outubro, reunindo os principais especialistas do setor para debater o futuro da energia offshore.

Sobre a OTC 2025

A OTC Brasil 2025 é realizada no ExpoRio Cidade Nova de 28 a 30 de outubro e conta com o patrocínio Master da Petrobras; patrocínio Diamond das empresas Shell e TotalEnergies; patrocínio Platinum da Equinor, ExxonMobil, Petronas, PRIO e TechnipFMC; patrocínio Ouro da Brava, Chevron e Repsol Sinopec; patrocínio Prata da bp; e patrocínio Bronze da OceanPact, PERBRAS, Vallourec e Tenaris. A EcoPetrol Brasil é patrocinadora do Club Offshore, o BTG Pactual Advisors é o Banco Oficial do evento e a Secretaria de Energia e Economia do Mar do Governo do Estado do Rio de Janeiro é Parceira Estratégica. A United Airlines é a companhia aérea oficial da OTC Brasil e a Parceira de Conhecimento é a S&P Global Commodity Insights. O B&T XP é o Corretor Oficial de Câmbio; a Ambipar é a Parceira Oficial de Compensação de Emissões; e a Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena) é Associação Convidada. O evento ainda conta com os seguintes parceiros de mídia: eixos, Petro&Química, Brasil Energia, Tn Petróleo, Upstream, Offshore e Oil & Gas Journal. O evento conta ainda com o Apoio Institucional da ABEEMAR, ABEMI, ABESPETRO, ABIMAQ, ABPIP, ABRACO, AHK Mercosul, Arpel, CESAR, EIC, Energy Workforce & Technology Council, Firjan SENAI SESI, IADC, IAPG, Rede Petro ES, SBGf, Syndarma e Abeam, e Visit Rio.

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