<P>A Construtora Norberto Odebrecht será sócia na construção dos cinco submarinos contratados pelo Brasil junto à França - um negócio estimado em 7 bilhões de euros (R$ 21,4 bilhões) ao longo de 20 anos, acertado no fim de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com seu colega franc...
Agência EstadoA Construtora Norberto Odebrecht será sócia na construção dos cinco submarinos contratados pelo Brasil junto à França - um negócio estimado em 7 bilhões de euros (R$ 21,4 bilhões) ao longo de 20 anos, acertado no fim de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com seu colega francês, Nicolas Sarkozy.
A DCNS, empresa que tem 75% de suas ações controladas pelo Estado na França e 25% pela Thales, afirmou que a Odebrecht foi escolhida por sua especialização nas áreas nuclear e de offshore. Formará com os franceses uma joint venture para fazer as embarcações.
A empreiteira construirá ainda o estaleiro onde as embarcações serão montadas e uma nova base naval no Porto de Sepetiba, no Rio. O contrato entrará em vigor no segundo semestre.
Um porta-voz da empresa, pedindo anonimato, disse que o projeto “é o contrato mais importante já assinado pela DCNS”. Será a primeira parceria industrial DCNS-Odebrecht. Segundo o porta-voz, “a Odebrecht tem um painel de atividades, assim como projetos industriais na área nuclear e de offshore, que correspondem à realidade do projeto dos submarinos”. Ele reforçou que “essas atividades são complementares às da DCNS”. A empresa francesa não divulgou cifras do negócio, considerado confidencial.
A joint venture construirá, com assistência da DCNS, os quatro submarinos convencionais Scorpène, a propulsão diesel-elétrica. Cada um terá menos de 75 metros de comprimento, deslocará até 2 mil toneladas na superfície e poderá levar de 30 a 45 pessoas. Terá sistemas de torpedos pesados de nova geração e poderá ser equipado com mísseis antinavio.
Montagem - O primeiro submarino será em parte feito na França, em Cherbourg - os outros terão seus cascos montados no Brasil, depois de manufaturados na Nuclep, em Itaguaí (RJ). A DCNS dará assistência para o design da parte não nuclear do submarino nuclear, a ser feita pela joint venture, e às obras para construção do estaleiro e da nova base. A DCNS alegou confidencialidade para não revelar valores e data de entrega de quatro das cinco embarcações. A primeira estará operacional em 2015.
Desde o início, o estaleiro a ser construído pertencerá à Marinha do Brasil, que vai cedê-lo à joint venture DCNS-Odebrecht para a construção dos submarinos. Serão abertas vagas de trabalho para 500 pessoas ao longo de 20 anos. Outras empresas francesas, como Thales, Jeumont Electric e Sagem, também participarão do projeto, como fornecedoras de equipamentos. Equipes de engenheiros e técnicos brasileiros serão reunidas em Cherbourg, durante a fabricação da parte do primeiro submarino. Mais de cem empregados da DCNS trabalharão no Brasil, entre permanentes e temporários.
O grupo DCNS tem 13 mil funcionários em dez localidades da França e tem faturamento de 2,8 bilhões de euros. O grupo tem filiais na Grécia, Arábia Saudita, Malásia, Cingapura, Índia e Itália. Tem mais de 50 governos como clientes.
A assessoria da Odebrecht informou que caberia à Marinha do Brasil comentar o assunto. Procurado, o Ministério da Defesa não respondeu à reportagem.
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