Tecnologia

Veículos subaquáticos no auxilio das pesquisas oceanográficas e na exploração de petróleo e gás

Revista Pesquisa FAPESP/Redação
08/07/2016 16:57
Visualizações: 1231 (0) (0) (0) (0)

A partir da década de 1990, robôs submarinos que navegam de forma autônoma, sem precisar estar ligados a uma embarcação por cabos, começaram a surgir para auxiliar nas pesquisas oceanográficas e na exploração de petróleo e gás no fundo do mar.

Com sensores para navegação submersa e GPS, quando estão na superfície, além de motores e equipamentos de comunicação por rádio, eles podem ser programados para ir e voltar de um local predeterminado. Receberam o nome de Veículos Autônomos Submersos (AUV, sigla para Autonomous Underwater Vehicle) e são produzidos por empresas de países como Estados Unidos, Noruega, Japão e França.

No Brasil, as pesquisas e os desenvolvimentos nessa área são recentes, e ainda não foi produzido um robô submarino que possa ser fabricado comercialmente. Mas existem pelo menos três protótipos atualmente em fase de testes.

O mais recente é destinado à exploração de petróleo e gás, a área que mais oferece oportunidades tecnológicas e de aplicações operacionais de robôs AUV no país. A BG Brasil, uma subsidiária do Grupo Shell, desenvolveu um AUV chamado FlatFish em parceria com o Senai – Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), em Salvador (BA), e com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O robô será usado para inspeção visual em três dimensões (3D) de alta resolução de estruturas submarinas de exploração de gás e petróleo, como tubulações e oleodutos, cascos de navio e plataformas.

Outra vertente atual do uso de robôs submarinos está na exploração dos oceanos. O engenheiro naval Ettore Apolonio de Barros, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), começou a desenvolver um AUV em 2005, o Pirajuba (peixe amarelo, em tupi), com financiamento da FAPESP, para estudar a hidrodinâmica de um veículo autônomo submerso com formato de um torpedo, o que fez durante nove anos no Laboratório de Veículos Não Tripulados.

O desenvolvimento do Pirajuba continuou com pesquisas realizadas sob a coordenação do biólogo Rubens Lopes, professor e chefe do Laboratório de Sistemas Planctônicos (Laps) do Instituto Oceanográfico (IO) da USP. Ele estuda a distribuição de plânctons (microrganismos que servem de alimento a várias espécies de peixes e outros animais marinhos) em partes da costa brasileira. “Em fevereiro de 2014, demos início a um projeto para modificar nosso AUV Pirajuba, dando a ele uma aplicação prática”, conta Barros. “Agora o objetivo é obter dados de plânctons.”

A maneira tradicional de coletar dados nesse tipo de estudo é lançar, em vários pontos da área a ser pesquisada, uma sonda com sensores específicos a partir de uma embarcação. “Com um AUV basta programar a rota e largar a máquina na água”, diz o pesquisador.

O minissubmarino não tripulado possui sete microprocessadores a bordo, que se comunicam entre si, além de sensores para navegação e outros específicos para pesquisa de microrganismos, como indicadores de condutividade e temperatura da água e profundidade. “O veículo também inclui sensores ópticos, que emitem luz ultravioleta para medir partículas suspensas na água, além da presença de clorofila e cianobactérias.”

Baterias de lítio garantem uma autonomia aproximada de 10 horas. Depois de 2014, o veículo tem sido avaliado no mar, ao redor da ilha Anchieta, na região de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. No ano passado, o veículo coletou dados para a caracterização de plânctons na região. Barros conta que o seu laboratório está aberto à cooperação com empresas para a transferência de tecnologia e possível produção do equipamento (conheça outros projetos de robôs subaquáticos.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Gás Natural
SCGÁS divulga novos projetos aprovados por meio de leis ...
04/07/25
Rio Grande do Sul
Sulgás defende mobilização de deputados gaúchos para ass...
04/07/25
Biodiesel
ANP recebe doação de equipamentos para detectar teor de ...
04/07/25
Meio Ambiente
Biometano emite até 2,5 vezes menos CO₂ do que eletricid...
04/07/25
Fusões e Aquisições
Petróleo lidera fusões e aquisições globais; especialist...
04/07/25
Investimentos
Petrobras irá investir R$ 33 bilhões em projetos de refi...
04/07/25
Sergipe Oil & Gas 2025
Petrobras aposta no Sergipe Oil & Gas e será a patrocina...
04/07/25
Pessoas
Julia Cruz é a nova secretária de Economia Verde, Descar...
03/07/25
Gás Natural
TBG lança produto de curto prazo flexível anual
03/07/25
Resultado
Grupo Potencial cresce 70% em vendas de Arla 32 e planej...
03/07/25
Petroquímica
Vibra entra no mercado de óleos básicos para atender dem...
03/07/25
Biocombustíveis
Brasil pode liderar descarbonização do transporte intern...
03/07/25
Energia Elétrica
PMEs: sete dicas para aderir ao mercado livre de energia
03/07/25
Oportunidade
Vibra adere ao Movimento pela Equidade Racial
03/07/25
Pré-Sal
Oil States assina novos contratos com a Subsea7
02/07/25
Sustentabilidade
Congresso Sustentável CEBDS 2025 reúne 300 pessoas em Belém
02/07/25
Energia Elétrica
Com bandeira vermelha em vigor desde junho, energia reno...
02/07/25
Amazonas
Super Terminais e Governo do Amazonas anunciam primeira ...
02/07/25
Transição Energética
CCEE reforça protagonismo na transição energética durant...
02/07/25
Biodiesel
Indústria doa equipamentos para fortalecer fiscalização ...
02/07/25
Macaé Energy
Licença Prévia do projeto Raia é celebrada na abertura d...
02/07/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.