A Abiquim estima que a receita líquida crescerá 23,3% neste ano, atingindo R$ 172,9 bilhões. Os investimentos previstos pela indústria química para os próximos anos vão ficar estáveis. Os fabricantes de produtos químicos de uso industrial projetam aplicar US$ 1,13 bilhão no ano que vem. Para 2006, o volume de investimentos chega a US$ 920 milhões. Os dados fazem parte de levantamento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
"É pouco, mas é contínuo", disse o presidente da Abiquim, Carlos Mariani. Nos últimos cinco anos, os fabricantes de produtos químicos de uso industrial - resinas, adesivos e fertilizantes - investiram ao redor de US$ 1 bilhão por ano.
Os números compilam os investimentos informados pelas empresas à entidade. Excluem, por exemplo, intenções ainda não efetivadas, como a unidade de polipropileno planejada pela Petrobras em Paulínia (SP).
A indústria química deve registrar seu melhor resultado em vendas e produção neste ano. Com a indústria atingindo seu limite de capacidade, o déficit comercial do setor voltou a aumentar.
A dúvida continua sendo a ampliação da oferta. "Há vários condicionantes para os investimentos", disse Mariani. "No caso da petroquímica, a principal é a disponibilidade de matéria-prima."
Ao decorrer deste ano, a indústria petroquímica não ampliou significativamente sua oferta, lembrou. De um modo geral, a indústria química passou a utilizar 86% de sua capacidade produtiva, acima dos 82% registrados em 2003.
Fabricantes de produtos petroquímicos básicos, de elastômeros e de intermediários para fertilizantes ocuparam a quase totalidade de sua capacidade. Alguns projetos para expansão destes segmentos já foram anunciados, mas a maior parte da oferta deve chegar ao mercado apenas em 2006.
Para 2005, o principal aumento de oferta petroquímica virá da Rio Polímeros, que entra em operação em abril e ofertará 540 mil toneladas de polietileno - resina usada pela indústria de plástico.
Estimativas da Abiquim indicam que a receita líquida do setor crescerá 23,3% e atingirá R$ 172,9 bilhões neste ano. Em dólar, as vendas vão chegar a US$ 58,7 bilhões - alta de 28,7%. Os números são os melhores desde o começo da série histórica iniciada pela entidade em 1990. A produção e as vendas no mercado interno devem crescer 6,7% e 6,2%, respectivamente, sobre 2003. Por conta da expansão do agronegócios, a receita com defensivos agrícolas e adubos e fertilizantes praticamente dobrou.
As importações de produtos químicos de uso industrial responderam por uma parte do abastecimento doméstico. As compras externas vão aumentar 31,5%, alargando o déficit comercial do setor.
A Abiquim projeta que as importações devem superar as exportações em US$ 8,5 bilhões, contra US$ 6,2 bilhões em 2003. A entidade atribuiu a maior parte do aumento às compras por parte da indústria farmacêutica.
"As importações foram recordes, mas representam a realidade da atividade econômica", disse Mariani. A Abiquim encomendou um estudo para identificar setores consumidores de produtos químicos que exportam produtos com maior valor agregado.
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