Grandes empresários da cadeia do aço criticaram, ontem, o que veem como uma euforia exagerada diante dos sinais de retomada da economia brasileira e pediram que o governo continue agindo para estimular a atividade. Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, se disse “preocupado&rdqu
Folha de S.PauloGrandes empresários da cadeia do aço criticaram, ontem, o que veem como uma euforia exagerada diante dos sinais de retomada da economia brasileira e pediram que o governo continue agindo para estimular a atividade.
Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, se disse “preocupado” com a religação dos altos-fornos de outras indústrias que foram desativados na crise, pois o aumento da oferta pode não ser absorvido pelo mercado. “Se todo mundo voltar com a produção, vai dar dor de barriga.”
Embora diga vislumbrar um cenário positivo para este semestre, acrescentou que as conclusões de que o pior da crise já passou para o país são “precipitadas e devem ser combatidas”. “E o governo terá que desembolsar muito dinheiro para suportar o crescimento de que o país tanto necessita.”
Indagado se referia-se a novo socorro estatal, disse: “Não é ajuda a empresários, mas ao consumidor, para que possa seguir comprando. Para isso, é preciso dar crédito com juros compatíveis”.
Jackson Schneider, presidente da associação de montadoras, concorda. O setor foi beneficiado pela redução do IPI sobre os carros, o que colaborou para que batesse recorde de venda nos últimos meses. “Estamos saindo da crise mais reforçados, porém não podemos imaginar que ela foi embora.”
“A cautela a que nos referimos é no que diz respeito a acreditar que tudo que precisava ser feito no país já foi feito. Tem muita coisa a ser realizada, como reavaliar o nosso sistema tributário anacrônico e o que rege as relações trabalhistas”, frisou Paulo Godoy, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base).
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