Brasil Econômico
Subsidiária do grupo espanhol Gonvarri investe € 37 milhões em Pernambuco para buscar liderança em aerogeradores no país.
O país foi escolhido para abrigar a primeira indústria da divisão de energias renováveis da companhia fora da matriz, localizada na Espanha.
A unidade, instalada no município pernambucano Cabo de Santo Agostinho, irá atender o mercado nacional de fabricação de torres para centrais de geração eólica.
Com um aporte de € 37 milhões (R$ 82,5 milhões) e 400 funcionários o parque fabril construído próximo ao Porto de Suape irá produzir até mil torres eólicas anualmente.
De acordo com Jon Riberas, CEO e presidente do grupo Gonvarri, o projeto inicial previa uma produção da ordem de 600 torres, mas a demanda encontrada pela empresa no país a fez ampliar a capacidade instalada, elevando-a ainda na fase de implantação da fábrica para o patamar de mil torres ao ano.
Até agora 300 equipamentos já foram encomendados. Entre os clientes da RM estão a Siemens, Alstom, Wobben e Vestas, esta última já fez um pedido de 150 torres. Um acordo de venda para a Impsa também deve ser fechado nos próximos dias. "Queremos ser líderes no fornecimento de equipamentos para aerogeradores no Brasil", afirmou Riberas.
Além de atender o mercado interno, a fábrica construída em Pernambuco será utilizada como plataforma de exportação para outros países da América Latina. República Dominicana e Argentina saíram na frente com os pedidos de 28 e 17 torres, respectivamente.
Para atender a demanda aquecida, a indústria funcionará de segunda a sábado em três turnos, das 6 a 24 horas.
Os investimentos da Gonvarri para se tornar o principal fornecedor equipamentos para o segmento eólico no Brasil não se limitam à fábrica de Cabo de Santo Agostinho.
Na última quarta-feira, dia da inauguração da fábrica, a divisão de energias renováveis da Gonvarri confirmou a escolha de Pernambuco para receber mais uma indústria de componentes para aerogeradores.
De acordo com Riberas, dentro de um mês será iniciada a construção de outra unidade para complementar a fabricação das torres.
Cabo de Santo Agostinho, que disputou junto com Joinville e Campinas a instalação da fábrica, irá receber novamente investimentos, desta vez de pouco mais de € 15,5 milhões (R$ 34,5 milhões).
"Vamos usar uma tecnologia nova que hoje o Brasil tem que importar", disse Riberas. O executivo garantiu que a nova unidade entrará em operação ainda em 2010.
O plano de investimentos da Gonvarri na área eólica no Brasil é de longo prazo e inclui ainda a parte de geração de energia. Além das fábricas de equipamentos, o grupo espanhol já começou a construção de dois parques eólicos que, juntos, terão capacidade de geração de 50 megawatts (MW). As centrais serão instaladas na Bahia e no Rio Grande do Norte.
Os novos parques, que farão parte da área de geração do grupo, irão se somar aos 24 MW que a companhia opera junto com a Eólica Pernambucana no município de Gravatá, em Pernambuco.
"Até 2012 vamos investir de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões apenas na divisão de renováveis no Brasil", destacou Riberas, mostrando que o apetite da empresa é grande.
Os novos empreendimentos irão atender a demanda da venda no primeiro leilão de energia eólica, realizado em dezembro de 2009. No próximo certame, previsto para o mês de julho, a companhia inscreveu 300 MW em projetos.
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