Sexta Rodada

Renasce o interesse por campos maduros

A 6ª rodada de licitações de áreas exploratórias da Agência Nacional do Petróleo (ANP) evidenciou o renascimento do interesse da Petrobras pelos chamados campos maduros. Em parceria com a portuguesa Petrogal e sozinha, a companhia arrematou um total de 11 blocos em terra na Bacia Potiguar, 12


18/08/2004 03:00
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A 6ª rodada de licitações de áreas exploratórias da Agência Nacional do Petróleo (ANP) evidenciou o renascimento do interesse da Petrobras pelos chamados campos maduros, aqueles cuja produtividade até há bem pouco tempo não justificavam investimentos mais significativos por parte de uma operadora classificada como de nível A. Em parceria com a portuguesa
Petrogal e sozinha, a companhia arrematou um total de 11 blocos em terra na Bacia Potiguar, 12 na do Espírito Santo e um na do Recôncavo, nos quais aplicará a tecnologia incorporada com a aquisição em 2002 da argentina Perez Companc, hoje rebatizada de Petrobrás Argentina.
Ao todo, a Petrobras arrematou a concessão de 60 dos 412 blocos licitados no primeiro dia da 6ª rodada, o que lhe conferiu antecipadamente a condição de grande vencedora da disputa. Dos R$ 496,2 milhões arrecadados em bônus de assinatura, a empresa foi responsável, juntamente com suas parceiras, por nada menos do que 81% do total. Também foi a Petrobras a responsável pelo maior lance do primeiro dia, de R$ 82,3 milhões, pelo bloco marítimo ES-M-525, na Bacia do Espírito Santo. O bloco fica próximo à área onde descobriu, em 2003, uma reserva com potencial para produzir 2,1 bilhões de barris de óleo equivalente por dia.
Embora os lances mais pirotécnicos tenham sido reservados para os blocos da Bacia do Espírito Santo, hoje a grande prioridade da companhia, são os campos maduros que silenciosamente começam a abrir uma nova perspectiva até mesmo tecnológica para a Petrobrás. O diretor de Exploração e Produção da companhia, Guilherme Estrella, chega a refutar, inclusive, os argumentos do mercado e da própria ANP quanto ao caráter inoportuno de movimentos como o ensaiado na 6ª rodada em torno dos campos maduros.
Segundo Estrella, os campos maduros se tornaram a menina-dos-olhos da área de E&P na esteira da elevação dos preços internacionais do barril, nos últimos quatro anos. Se em 2000, quando a companhia chegou a leiloar essas áreas juntamente com a ANP, os preços do petróleo encontravam-se em um patamar inferior a US$ 15 o barril, hoje, com os preços acima dos US$ 47, os campos maduros reconquistaram sua atratividade econômica.
Além dos preços altos, acrescenta Estrella, a aquisição da Perez Companc resultou, entre outras coisas, na incorporação de uma valiosa herança tecnológica, que inclui uma ampla expertise em rejuvenescimento de poços com baixa produtividade. As perspectivas econômicas são tão boas, segundo uma fonte da Petrobras, que sua diretoria aprovou neste mês de agosto um programa destinado a reunir e sistematizar todas as práticas tecnológicas e administrativas voltadas para o gerenciamento de campos maduros.
Do ponto de vista gerencial, a diretoria da Petrobras justifica que, a persistir o atual ritmo de crescimento do consumo mundial de derivados, a indústria do petróleo, que hoje produz diariamente uma média de 80 milhões de barris, terá que chegar ao ano de 2010 com uma produção de 100 milhões de barris por dia. A avaliação dos geólogos da empresa é que será praticamente impossível se alcançar tal patamar de extração por meio apenas da descoberta de novos campos. Tal projeção só se tornará realidade com a revitalização dos chamados campos maduros.
Se por um lado o movimento ensaiado nessa 6ª rodada pela Petrobras abre uma nova perspectiva para a companhia, por outro não deverá agradar à ANP e às pequenas e médias empresas criadas no Brasil, a partir da abertura do mercado, para aproveitar as oportunidades que poderiam ser abertas com o arrendamento e a concessão dos campos maduros da estatal.
Na avaliação de especialistas do setor, esse tipo de atrito só deverá ser superado com um movimento da própria Petrobras no sentido de estender tais oportunidades nos campos maduros a essas mesmas empresas. Pelo que foi demonstrado na 6ª rodada pela própria companhia, isso não parece longe da realidade. A maior parte desses campos maduros foi arrematada por meio de parcerias com a operadora portuguesa Petrogal, que em alguns desses campos assumirá a condição de operadora.

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