Mercado

Portos querem mais competição em 2008

<P>Os portos brasileiros tentam acelerar seus investimentos em infra-estrutura para ganhar competitividade, não entre eles, mas com relação ao mercado exterior. Pelo menos é o que dizem os administradores da Companhia Docas de São Paulo (Codesp), que dá o primeiro passo em rumo à duplicação...

DCI - Serviços
17/04/2008 00:00
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Os portos brasileiros tentam acelerar seus investimentos em infra-estrutura para ganhar competitividade, não entre eles, mas com relação ao mercado exterior. Pelo menos é o que dizem os administradores da Companhia Docas de São Paulo (Codesp), que dá o primeiro passo em rumo à duplicação da capacidade do Porto de Santos; do Complexo Industrial Portuário de Suape (Suape), que conta com investimentos programados na ordem de R$ 6,5 bilhões nos próximos três anos; e o comando da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), que fazem coro ao anunciar seus aportes.

Enquanto as docas públicas tentam sanar seus problemas com acesso, falta de terminais e os obras de dragagem, a LLX Logística, do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, chega com seu megaprojeto de R$ 9,5 bilhões para construção de três novos portos privados, o que deve agitar o mercado portuário brasileiro.

O engenheiro José Di Bella Filho, diretor presidente da Codesp, espera fechar um contrato em junho deste ano para viabilizar o projeto denominado Barnabé Bagres, que tem o objetivo de expandir a capacidade de movimentação do Porto de Santos em mais 120 milhões de toneladas por ano, ou seja, dobrar a atuais 110 milhões de toneladas anuais. O estudo do projeto, que vai demandar R$ 680 milhões, levará entre seis e nove meses para ficar pronto.

Di Bella acredita que a busca da competitividade está acontecendo não entre os portos, mas sim para fora. Nosso desafio não é interno, mas sim de sermos competitivos aos mercados que gostaríamos de atender, ressaltou durante a 14ª Intermodal South America. Segundo ele, cada porto tem de explorar sua potencialidade, se tornando um concentrador de cargas de uma região ou de uma companhia de navegação, porque objetivo das docas deve ser o de crescer juntas para fortalecer o comércio exterior brasileiro e não competir entre si.

Otimismo

Outro administrador que está otimista com a viabilização dos aportes em seu porto é Fernando Bezerra Coelho, presidente de Suape. Ele apresentou a perspectiva de investimentos na ordem de R$ 6,5 bilhões para os próximos anos, sendo R$ 1,2 bilhão até 2010, em terminais de contêineres; a implantação de uma refinaria, uma petroquímica; e a ampliação de mais três cais, para incrementar os atuais 5; além das obras de dragagem, orçadas em R$ 160 milhões.

Sobre a missão das docas no Brasil, ele comentou que os portos brasileiros têm de se esforçar para responder ao aquecimento do comércio exterior que o País vem experimentando, alinhado ao discurso de que há uma enorme demanda a ser dividida entre todas as empresas do setor.

Por sua vez, Jorge Luiz de Mello, presidente e CEO das Docas do Rio de Janeiro, anunciou que o Porto de Itaguaí tem arrendamentos em curso para erguer terminais que devem ser usados para operação de granéis sólidos, granéis líquidos, e produtos siderúrgicos. Em Itaguaí estão previstas melhorias no acesso marítimo e na dragagem do canal. Ao comentar a competitividade entre os portos, o CEO falou que importantes são só os resultados, referindo-se ao crescimento dessas empresas. Em relação ao Porto do Rio Janeiro, Mello contou que há projetos para novos acessos ferroviários, terminais para uso de múltiplos tipos de carga e a revitalização da área portuária.

LLX

A LLX pretende agitar os mares. Criada pelo Grupo EBX, a empresa tem o objetivo de desenvolver projetos na área portuária e de logística e a intenção de viabilizar três portos, entre eles, o mais comentado, o Porto Brasil, que contará com R$ 6 bilhões, com investimentos de parceiros nacionais e estrangeiros, na região de Peruíbe, sul de Santos, Estado de São Paulo, e início de operação prevista para o 2º semestre de 2012.

Com 19,5 milhões de metros quadrados, o porto estará dividido em três áreas, a ilha de off-shore, que será levantada no mar, com 11 berços para receber os navios, a retro-área, com capacidade para movimentar contêineres, minério de ferro, granéis agrícolas, fertilizantes e granéis líquidos e zona industrial, com 13 milhões de metros quadrados. O terminal terá também o objetivo de abrigar indústrias, como a automobilística e a eletrônica, centros de distribuição e pátio para contêineres vazios, entre outros.

Quanto à competição do Porto Brasil com o Porto de Santos, levantada por especialistas do setor, Ricardo Antunes, presidente da LLX, falou que em Santos já há uma infra-estrutura montada, que não vai causar a migração de empresas para o novo terminal. Ele comparou ainda os dois portos aos aeroportos paulistas. Santos e Porto Brasil serão como Congonhas e Guarulhos, ao relacionar que as unidades serão movimentadas e complementares.

O Porto Brasil vai atender aos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com acesso acesso ferroviário pela malha da América Latina Logística (ALL) e rodoviário pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega.

Antunes também a- presentou, na Intetmodal, os projetos de dois outros portos, o Porto do Açu, em São João da Barra, norte fluminense e o Porto Sudeste que será instalado em Itaguaí, no Rido de Janeiro, com aporte de cerca de R$ 2,7 bilhões.

O porto do norte fluminense, ficará próximo a uma área produção de petróleo e gás e terá estrutura de offshore com 10 berços para atracação, retroárea para minério de ferro, e local para um complexo industrial.

O início das operações está previsto para 2010, e o complexo terá ligação rodovia BR 101, que corre o litoral fluminense e o paulista, e a malha da Ferrovia Centro Atlântica.

O terceiro, o Porto Sudeste, no Rio, terá aportes de R$ 800 milhões, e suas operações começarão em 2011. Ele foi desenvolvido para movimentar granéis sólidos e tem acesso ferroviário pela linha da MRS Logística.

Os portos de LLX terão calado (profundidade) de em média 18 metros, possibilitando o recebimento de navios de grande porte.
 

 

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