Valor Econômico
A Petrobras aprovou o arrendamento das instalações do antigo estaleiro Ishibrás, no Rio, segundo apurou o Valor. A empresa informou, porém, que apesar de o assunto ter sido analisado em reunião de diretoria, na quinta-feira, ainda falta um parecer da área jurídica para concluir a operação. O contrato prevê arrendamento de uma área de 320 mil m2 - de um total de 420 mil m2 - no bairro do Caju, zona portuária, por 20 anos.
Fontes próximas às negociações disseram que ao fim do contrato a Petrobras vai ter a opção de estender o aluguel ou de comprar a área, que pertence à Companhia Brasileira de Diques (CBD). O valor do aluguel é de cerca de R$ 4 milhões por mês. A CBD é controlada por uma sociedade de propósito específico que tem como sócios a Inepar Administração e Participações (IAP), holding que controla a Inepar Indústria e Construções; e a Fator Empreendimentos. Procurada, a Fator disse que não poderia se pronunciar pois as negociações não foram concluídas e existem cláusulas de confidencialidade.
A IAP e a Fator compraram a CBD da Indústrias Verolme Ishibrás S.A. (IVI), em operação fechada no início de 2007. Na ocasião, fontes disseram que o negócio foi de US$ 140 milhões. O pagamento seria feito em 240 mensalidades. A IVI, que controlava a CBD, surgiu em 1994 da fusão dos estaleiros Emaq, Verolme e Ishikawajima do Brasil (Ishibrás).
Uma fonte que conhece o antigo Ishibrás disse que serão precisos investimentos de US$ 80 milhões para modernizar as instalações, que nos últimos anos têm servido para fazer reparos de navios por meio da empresa Sermetal. A Sermetal, que era a empresa de engenharia civil da Ishibrás, arrenda cerca de 40 mil m2 da área do estaleiro, de 420 mil metros quadrados. Uma fonte disse que a Sermetal poderá utilizar parte da área que não será arrendada à Petrobras.
Pela sua localização geográfica - está situado na Baía de Guanabara, depois da ponte Rio-Niterói -, o estaleiro poderia ter limitações para a montagem completa de plataformas de perfuração. As torres das unidades, que são muito altas, teriam que ser instaladas em outro local, depois que a plataforma passasse por debaixo da ponte, disse a fonte.
Recentemente, o diretor da área de serviços da Petrobras, Renato Duque, disse que não é intenção da estatal tornar-se operadora de estaleiro. Uma possibilidade é disponibilizar a área do Ishibrás para operadores que tenham interesse em utilizá-la para prestar serviços à Petrobras, incluindo a construção de plataformas. Na sexta-feira, a empresa lançou licitação para encomendar a construção, no país, de 28 sondas de perfuração voltadas a operações em águas profundas e ultraprofundas.
As instalações do antigo Ishibrás têm dois diques, um deles era considerado o maior da América do Sul. O estaleiro, surgido de um projeto japonês aprovado em novembro de 1958, no governo Juscelino Kubitschek, serviria para atender parte da encomenda, além de construir navios.
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