Valor Econômico
A Petrobras e a francesa Suez assinaram ontem carta de intenções para construção de um complexo petroquímico no Peru juntamente com a estatal Petroperu. Os estudos vão identificar a possibilidade de uso do gás natural dos campos de Camisea para produzir amônia e polietileno.
O projeto, previsto para entrar em operação em 2010, faz parte da tentativa do presidente peruano Alan García de obter US$ 5 bilhões em compromissos para investimentos no setor de combustíveis e de impulsionar o crescimento de 7% da economia do país durante os próximos cinco anos.
A Petrobras evitou comentar as informações divulgadas na imprensa peruana. Informou apenas que o documento assinado com a Petroperu prevê execução de estudos de "pré-viabilidade" para um projeto que poderá vir a ser desenvolvido pelas duas estatais.
Segundo a Petrobras, o memorando apenas dá continuidade a acordos firmados durante visita do presidente José Sergio Gabrielli ao presidente do Peru em agosto do ano passado, que previa a identificação de projetos em comum.
Entre as empresas do setor, as notícias iniciais de que um acordo de US$ 3 bilhões teria sido fechado foram recebidas com surpresa. Até porque a Petrobras tem projetos em andamento no Brasil para uma unidade petroquímica no Rio de Janeiro e outros em estudo (como o pólo da fronteira da Bolívia em associação com a Braskem e a ampliação da Rio Polímeros, empresa que administra o pólo gás-químico) que iriam "competir" com a unidade peruana.
Segundo especialistas ouvidos pelo Valor, o gás de Camisea não teria condições técnicas para produção de polietileno em escala competitiva, servindo mais para a produção de amônia.
A estatal brasileira também não confirma informação divulgada ontem pelo governo iraniano de que estaria prestes a assinar um contrato de US$ 470 milhões para explorar petróleo e gás no mar Cáspio.
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