Agência Reuters
O governo de Equador anunciou ontem que a Petrobras pode ser impedida de entrar no projeto para desenvolver o maior campo de petróleo pesado do país, o ITT, por ser uma empresa de capital misto e não totalmente pública, o que afasta aspirações da estatal brasileira. A Petrobras é controlada pelo governo brasileiro, que possui 56% do seu capital, sendo que o restante está pulverizado no mercado.
O país andino estuda a possibilidade de formar um consórcio com empresas estatais, que seria liderado pela Petroecuador, para desenvolver o campo de Ishpingo-Tambococha-Tiputini (ITT), no coração da Amazônia, com reservas de cerca de 1,5 bilhão de barris de petróleo. "A empresa brasileira de petróleo não pode participar diretamente neste processo porque é uma empresa mista e não estatal", disse o ministro de Energia, Alberto Acosta, a jornalistas.
A declaração é um golpe na ambição da Petrobras de liderar o projeto de exploração do ITT, que incluiria a construção de uma unidade de processamento de petróleo, estimada em US$ 3 bilhões.
O Equador assinou memorando de intenção com as petroleiras estatais Sinopec, da China, e a Enap, do Chile, para troca de informações técnicas e financeiras do bloco, que fica no quinto maior produtor de petróleo da América do Sul. A estatal venezuelana PDVSA e sua correspondente argentina, a Enarsa, também expressaram interesse em participar do consórcio, que assumiria o campo situado a uns 375 quilômetros ao Leste de Quito, nas proximidades da reserva de Yasuní.
O governo disse que poderia suspender a exploração do campo ITT se organizações ambientais mundiais derem em compensação pelo menos US$ 700 milhões, equivalentes à receita estimada com a exploração comercial do campo.
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