PREVISÃO

Paranaguá deverá exportar 1 bilhão de litros de etanol

Agroind
17/03/2008 12:15
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O porto de Paranaguá (PR) deverá embarcar neste ano 1 bilhão de litros de etanol, 400 milhões de litros acima do enviado para o comércio exterior em 2007. A previsão otimista se dá por conta do primeiro terminal público de embarque de etanol, inaugurado em outubro do ano passado.

Em entrevista a Agência de Notícias do Paraná, o superintendente da Alcopar (Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná), José Adriano da Silva Dias, afirma que a crise econômica dos Estados Unidos deverá interferir nas exportações em 2008, elas serão, certamente, superiores a 600 milhões de litros de etanol (números de 2007).
“O Paraná tem trabalhado bastante para incrementar as exportações de álcool e, para isso, conta com o apoio do governo do Estado, que construiu o terminal público de embarque do produto, que começa a funcionar neste ano. No ano passado, exportamos 600 milhões de litros, contra 400 milhões do ano anterior. Acreditamos que o volume de exportação será maior em 2008”, explica Dias.
Os números positivos do Paraná, porém, não param e estacionam nas exportações. Segundo a Alcopar, em 2008 o estado deve incrementar em 10% a produção de cana-de-açúcar (no ciclo 2007/08, a produção local foi de 40 milhões de toneladas de matéria-prima), incluir as atividades de mais uma usina (Usina Bonin, em Umuarama) e ir a fundo no planejamento da construção de um alcooduto, que ligará as cidades de Maringá (que é o grande pólo produtor do Estado) ao Porto de Paranaguá.

Incentivo do governo

O estímulo do governo ao segmento sucroalcooleiro é o grande trunfo do setor para projetar-se no mercado interno e externo. Embora as lavouras de cana-de-açúcar representem apenas 3,5% da área agricultável do Paraná, a atividade está presente em 130 dos 399 municípios do Estado, gerando aproximadamente 80 mil empregos diretos.
“O segmento sucroalcooleiro é hoje um dos principais pilares da economia estadual, mas por questões geográficas e climáticas, está concentrada nas regiões Norte e Noroeste do Paraná”, explica Dias. Tudo isso leva o governo a incrementar a atividade, com vistas no futuro e no mercado mundial. A construção do terminal público (até então, só havia um terminal de escoamento de etanol, do setor privado) é um dos exemplos dessa parceria.
Inaugurado em outubro do ano passado, o Terminal Público de Embarque de Etanol “Álcool do Paraná” (construído com recursos da Appa – Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, que investiu R$ 13,7 milhões) promete baratear os custos das exportações, já que vai gerar uma competição estabelecida entre os terminais de exportações, movimentando as tarifas.
O terminal é composto por sete tanques com capacidade total para armazenar 37,5 mil metros cúbicos de álcool. O produto será levado até os navios por meio de quatro quilômetros de dutos, sendo que o complexo possibilita o carregamento de 15 navios por mês, segundo a Appa. “ O terminal foi construído pelo governo estadual, no Porto de Paranaguá, e entregue por comodato para a iniciativa privada, no caso o setor sucroalcooleiro paranaense, que criou uma empresa para geri-lo”, comenta o Superintendente da Alcopar.
Existe também no Porto de Paranaguá a “Paraná Operações Portuárias S.A (Pasa) empresa do setor que, desde 2002, opera a exportação de açúcar a granel. Dados da Alcopar demonstram que, em 2007, cerca de 2 milhões de toneladas de açúcar foram exportadas por este terminal.

Planos para o Alcoolduto

O governador Roberto Requião é um dos defensores da construção de um alcoolduto no estado, ligando o Mato Grosso do Sul ao Porto de Paranaguá (passando pelo Norte Paranaense). Segundo Requião, há negociações avançadas com financiadores japoneses para a realização da obra, mas ainda é cedo para um “entusiasmo absoluto”.
“É possível produzir, é necessário produzir, é ambientalmente possível produzir mais. Mas imaginem se nós atingirmos uma parcela da produção estimada... Não há caminhão que possa transportar isso pelas nossas estradas. Só um alcoolduto daria vazão a esta produção, que certamente conseguiremos ter”, declarou o governador, que também é a favor da construção de um porto de transbordo em Pontal do Paraná.
Mas enquanto o projeto do alcoolduto não sai do papel, os produtores de cana do Paraná se valem de uma boa logística que geram, sem dúvida, uma competição muito grande no setor. “O estado conta com estradas que acessam todas as regiões produtoras e que convergem para um mesmo centro, Maringá. A partir daí, lança mão do escoamento de álcool e açúcar por via férrea até o Porto de Paranaguá, onde utiliza estruturas próprias. Tudo isso proporciona uma grande competitividade ao setor”, avalia Dias.

Panorama do setor no Paraná

O estado do Paraná é, atualmente, o segundo maior produtor nacional de cana-de-açúcar, açúcar e álcool. Na safra 2007.2008, o estado produziu 2,8 milhões de toneladas de açúcar e 1,6 bilhões de litros de álcool. A quantidade de cana moída foi de 40 milhões de toneladas, 9% a mais que na safra anterior.
Ao todo, o Paraná concentra 29 usinas e destilarias em operação. Em 2008, este número será de 30 com a inauguração da Usina Bonin, em Umuarama. A área cultivada com cana-de-açúcar é de 500 mil hectares.
Em 2007, foram inauguradas duas usinas (a sexta unidade do Grupo Santa Terezinha, no município de Terra Rica, e a segunda unidade do Grupo Alto Alegre, em Santo Inácio). A terceira unidade deste grupo é a Usina Bonin, que será inaugurada este ano em Umuarama. Até o ano de 2010, nove novas unidades estarão em operação no Paraná (entre elas, a sétima unidade da Santa Terezinha, no município de Santo Antônio do Caiuá; a Brazcana, em São João do Caiuá; a Raudi, em Paranava; e a segunda unidade da Usaciga, em Santa Mônica).
Maringá é o principal pólo sucroalcooleiro do Paraná e a atividade está presente em mais de 130 municípios das regiões Norte e Noroeste. Em 2007, o segmento gerou 80 mil empregos diretos.

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