Gazeta Mercantil
Uma alta do petróleo para mais de US$ 50 poderá encorajar os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) a começarem a pôr no mercado maiores volumes dessa commodity antes de os cortes da produção terem a chance de reduzir os estoques, o que faria com que os preços caíssem novamente, disse a consultoria PetroMatrix GmbH.
O petróleo subiu na semana passada para o seu nível mais alto em três meses, acima de US$ 50 o barril, em Nova York. Os preços vêm aumentando este ano, depois que a Opep começou a pôr em vigor os cortes recordes aprovados em dezembro. A organização manteve inalteradas as metas em 15 de março e disse que seria rígida no cumprimento das cotas.
A recuperação do petróleo não foi acompanhada por um declínio nos estoques do produto nos EUA. As reservas estão no nível mais alto de dois anos, com a queda no consumo de combustíveis e a redução da produção pelas refinarias. A elevação dos preços poderá incentivar alguns membros da Opep a produzir mais do que o determinado por suas cotas, aumentando ainda mais os estoques, o que faria com que os preços caíssem novamente. “A atual alta pode se tornar o pior pesadelo da Opep, pois está ocorrendo antes de os estoques de petróleo terem sido suficientemente reduzidos”, disse Olivier Jakob, diretor administrativo da PetroMatrix. “Alguns países da Opep provavelmente vão entrar no hábito de estourar a cota antes de os estoques terem uma chance de diminuir”, acrescentou.
Talvez ainda seja “um pouco cedo demais” para vender contratos futuros de petróleo, num momento em que a desvalorização do dólar incentiva os investidores a comprarem commodities, o que sustenta a alta nos preços, segundo Jakob.
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