Redação TN Petróleo/Assessoria MME
O Ministério de Minas e Energia (MME) promoveu, nesta quarta-feira (24/04), o evento “Transição Energética Justa, Inclusiva e Equilibrada: Caminhos para o setor de óleo e gás viabilizar a nova economia verde”. No debate, representantes do MME, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) destacaram a importância desses recursos para transição energética, para a soberania nacional e autossuficiência na produção de combustíveis.
Isso porque mesmo em um cenário em que as emissões sejam zeradas, o mundo ainda consumirá petróleo. A estratégia, para isso, é encontrar outras formas de compensar os gases de efeito estufa lançados na atmosfera pelos combustíveis fósseis, como destacou o secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, no evento.
“O petróleo produzido no Brasil tem uma pegada de carbono menor do que a média mundial e, caso parássemos a produção, teríamos que importar derivados de petróleo com uma pegada de carbono muito maior. O petróleo é e continuará sendo importante nas próximas décadas, sendo um importante vetor de desenvolvimento tecnológico e inovação, além de promotor de desenvolvimento econômico e social e gerador de emprego e renda”, explicou o secretário.
A solução para o problema climático inclui a indústria de óleo e gás, ao assegurar não só a segurança energética, mas o desenvolvimento econômico e qualidade de vida em uma transição centrada em pessoas. O setor também garante a capacidade de investimento e inovação, proporcionando novas tecnologias de descarbonização e financiamento da transição energética para fontes renováveis. Por fim, a expertise técnica e infraestruturas, também podem ser aproveitadas para viabilizar o transporte de hidrogênio e CO2, por exemplo, além do uso de terminais de GNL para o comércio de hidrogênio e amônia, apontam projeções da EPE.
De acordo com o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento, Thiago Barral, essas e outras estratégias estão previstas no Plano Nacional de Transição Energética, elaborado pelo MME. “Estamos propondo um plano que traz, de maneira mais estruturada e transparente, esse conjunto de medidas, no sentido de organizar todos os esforços que precisamos fazer para garantir que o setor energético dê sua contribuição na mitigação das emissões, no alcance da neutralidade de carbono e nos objetivos de desenvolvimento econômico e social do país “,disse ele.
Segundo a diretora de Petróleo, Gás e Biocombustível da EPE, Heloísa Borges, deixar de produzir petróleo não implicaria na redução drástica das emissões nacionais, uma vez que o consumo interno de derivados continuaria a existir, sendo necessária a importação para atendimento da demanda.
Para a diretora da EPE, a exploração e desenvolvimento dos recursos não descobertos no país permitiria destravar investimentos de cerca de R$ 5 trilhões entre 2031 e 2050. Por outro lado, a interrupção dos investimentos em E&P no Brasil poderia significar perdas de arrecadação da ordem de R$ 4 trilhões, sem considerar as perdas decorrentes dos impactos na Balança Comercial e demais efeitos macroeconômicos, explicou.
Mesa de debates
Durante o evento, a Diretora Técnica e Presidente Interina da PPSA, Tabita Loureiro, mediou uma mesa de debates para discutir o papel do setor de petróleo e gás natural para a transição energética com dados e fatos sobre a produção, arrecadação, descarbonização e outros indicadores importantes.
Tabita ressaltou a importância do país manter os investimentos no setor de óleo e gás, garantindo a segurança energética do Brasil. Ela ressaltou o número mostrado pela EPE de que as emissões do upstream representam apenas 1% do total de emissões de GEE do Brasil. Mesmo assim, ela enfatizou que a indústria tem trabalhado para continuar descarbonizando suas atividades e lembrou que o óleo do Brasil, em particular do pré-sal, é diferenciado, conhecido por ter uma tríplice resiliência (técnica, econômica e ambiental).
Os Diretores da PPSA, Evamar Santos e Samir Awad, prestigiaram o evento, que contou com a participação de diversas lideranças do setor de energia
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