O governo voltou atrás e decidiu não alterar a mistura de 25% de álcool anidro na gasolina. A informação foi dada nesta quinta-feira pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que, uma semana antes, ameaçou reduzir o percentual por conta da disparada dos preços do álcool.
De acordo com o ministro, a opção do governo foi a de fazer "um pacto" com o setor produtivo, que garantiria fornecimento do produto a "preços razoáveis". Ficou acertado, por exemplo, que, na semana que vem, o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, traçará o novo quadro do setor para Stephanes, que repassará os dados para o Ministério de Minas e Energia.
"Tivemos problemas de clima e isso gerou desequilíbrio no curtíssimo prazo, levando a um aumento de preços", explicou o ministro. "A primeira ideia foi a de diminuir a mistura, mas isso seria uma medida que poderia trazer outras consequências não muito boas, então preferimos manter um acordo com produtores", disse o ministro.
Stephanes avaliou que, no momento, não há necessidade de alteração dos percentuais, mas fez questão de ressaltar que o acompanhamento de perto do setor foi um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, a alta dos preços não deve passar de um "soluço" e, por isso, não há necessidade de "internar o paciente". "Acreditamos que em 60 ou 90 dias o mercado estará regularizado", disse ele.
Uma das formas de equilibrar a demanda e a oferta, para ele, é a de antecipar a moagem de cana do próximo ano, caso seja necessário.