Investimentos

Instalação de refinaria em Suape pode ancorar polo têxtil em PE

Valor Econômico
22/10/2009 12:01
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Estado pioneiro no processo de industrialização do Nordeste brasileiro, mas que perdeu dinamismo nas últimas décadas, Pernambuco tenta uma nova arrancada apoiado por pesos-pesados como a Petrobras e o Estaleiro Atlântico Sul e em incentivos fiscais do Estado e do governo federal. O presidente da Refinaria Abreu e Lima S.A., Marcelino Guedes, disse que os projetos em instalação e a localização estratégica podem fazer do porto de Suape, próximo a Recife, o polo de um parque fabril nos moldes chineses ou coreanos.

 

A Abreu e Lima, um projeto da Petrobras e da estatal venezuelana PDVSA que começou orçado em pouco mais de US$ 4 bilhões e que já tem custos calculados em US$ 12 bilhões, é a maior âncora desse plano de expansão industrial, batizado de Suape Global, que tem a área de petróleo e gás como principal foco, aproveitando a proximidade com as regiões produtoras do Nordeste brasileiro e da costa ocidental da África. Para reforçar essa sinergia, o ministro do Petróleo de Angola, Botelho de Vasconcelos, deverá presidir a abertura do evento Pernambuco Business, na próxima semana em Recife.

 

Guedes minimiza a falta de um acordo final entre a Petrobras e a PDVSA para fechar a sociedade na refinaria - prevista para ser 60% brasileira e 40% venezuelana - como impeditivo à concretização do projeto. Segundo ele, a construção da unidade é irreversível e, mesmo permanecendo uma pendência com o Tribunal de Contas da União (TCU) que considerou haver superfaturamento na obra de terraplanagem, já há vários equipamentos da refinaria prontos ou em construção. Disse que os documentos da parceria Petrobras-PDVSA estão prontos para ser assinados, dependendo apenas de decisões das empresas e dos dois governos.

 

Segundo o presidente da Abreu e Lima, a ideia de criar um polo industrial de grande porte em torno da refinaria, do estaleiro Atlântico Sul e das unidades petroquímicas da cadeia do poliéster e da resina PET (para fazer garrafas plásticas) da Petroquímica Suape, também da Petrobras (além da já pronta fábrica de PET da italiana M&G) nasceu da preocupação com o destino da mão de obra empregada na fase de construção dos projetos. Entre outras iniciativas, foi criado na região o Centro Nacional de Tecnologia de União de Materiais (soldagem), com o objetivo de treinar os operários para aproveitamento em outros projetos.

 

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Fernando Bezerra Coelho, disse que pelo menos dez empresas de grande porte já começaram a construir unidade industriais em Suape, incluindo a Jaraguá, a Dedini e a Rip (empresa de montagens ligada ao grupo Thyssenkrupp). Entre as adesões mais recentes estão a Fiberglass, fabricante de tubos de fibra de vidro do grupo americano NOV e uma fábrica de válvulas com tecnologia da chinesa Sulfa.

 

O gerente-comercial para a América do Sul da Fiberglass, Felipe Bretas, disse que a escolha de Suape para fazer a primeira fábrica da empresa fora dos Estados Unidos e da China foi determinada, principalmente, pela localização estratégica (perto das regiões petrolíferas do Brasil e da África) e pelos incentivos fiscais obtidos. Segundo o secretário Coelho, os principais incentivos são, no plano estadual, redução de até 75% do ICMS por 12 anos e, no federal, redução por dez anos de 75% do Imposto de Renda para projetos na área da Sudene.

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