O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, destacou que existe a expectativa de pressões de custos e lembrou que há empresas brasileiras que terão seus interesses diretamente prejudicados pelos efeitos dessa medida. No entanto, o exectivo acredita que ainda é cedo para alarmismo.
RedaçãoA indústria brasileira acompanha com preocupação os desdobramentos da decisão do governo da Bolívia de nacionalizar as operações de petróleo e gás daquele país. A afirmação é do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. Toda medida de caráter unilateral e que representa rompimento de contratos é sempre preocupante, pois vai afetar o relacionamento dos dois países, afirmou
Ele destacou que existe a expectativa de pressões de custos e lembrou que há empresas brasileiras que terão seus interesses diretamente prejudicados pelos efeitos dessa medida. Segundo Monteiro Neto, no entanto, ainda é cedo para alarmismo.
Precisamos conhecer melhor o teor do decreto que nacionalizou os campos e ativos das empresas petrolíferas e aguardar os primeiros entendimentos, que devem estar sendo realizados entre os dois governos, afirmou o executivo em nota.
O presidente da CNI não cogita a hipótese de corte de suprimento físico de gás para o Brasil, o que seria, na avaliação dele, algo desastroso para a própria Bolívia, cuja receita deriva, em grande medida, desse fornecimento.
Esperamos que haja um mínimo de racionalidade e que não haja nenhum risco na manutenção dos níveis atuais de suprimento, afirmou.
Nesse momento, a preocupação maior está relacionada com a questão dos preços. Na avaliação de Monteiro Neto, qualquer alteração na estrutura de preços resultará em pressão imediata de custos no Brasil, o que poderá gerar incertezas. Espero que o governo boliviano tenha o bom senso e a prudência necessários para que uma relação, que historicamente foi sempre tão estreita e fraterna, não seja agora comprometida por uma ação extemporânea e, a meu ver, absolutamente injustificada, tendo em vista até os interesses estratégicos dos dois países, afirmou o presidente da CNI.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), divulgados pela CNI, a maior parte dos 25 milhões de metros cúbicos de gás que o Brasil importa por dia vem da Bolívia.
Isso representa metade da produção brasileira. Em janeiro, o Brasil consumiu, em média, 42,7 milhões de metros cúbicos de gás por dia, sendo que o setor industrial é o maior consumidor, com 53,4%. Outros 26,7% foram utilizados por termelétricas para a geração de energia elétrica e 4,2% em co-geração, 13% foram direcionados para uso automotivo e o restante para uso residencial e comercial.
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