<P>O foco das iniciativas do governo é investir mais em ferrovias e hidrovias para equilibrar a matriz de transporte no Brasil. Na avaliação de especialistas, que se reuniram ontem (06) em São Paulo, estas obras devem permitir que os produtores reduzam a participação sobre o custo do fret...
Agência EstadoO foco das iniciativas do governo é investir mais em ferrovias e hidrovias para equilibrar a matriz de transporte no Brasil. Na avaliação de especialistas, que se reuniram ontem (06) em São Paulo, estas obras devem permitir que os produtores reduzam a participação sobre o custo do frete e ainda ganhem velocidade para escoar a safra até os principais portos do país.
As grandes obras são necessárias para melhorar a infraestrutura para o agronegócio, por serem mais baratas e adequadas para o transporte em longas distâncias. É preciso investir mais em hidrovias e ferrovias, mas sem abandonar o modal rodoviário. Queremos dar equilíbrio à matriz de transportes, afirmou o diretor de Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura, Biramar Nunes.
Nunes explica que as obras de infraestrutura não são de responsabilidade do Ministério da Agricultura, mas este é setor mais afetado pelas deficiências logísticas do país. Para ilustrar como o Brasil perde competitividade, ele destaca que os custos com frete correspondem a 20% do custo de produção, enquanto nos Estados Unidos respondem a 7% e no Canadá 6%.
O diretor destaca que no curto prazo, as medidas incluem a reparação das rodovias usadas para escoar a safra do Centro-Oeste. Mas o governo trabalha para asfaltar duas das rotas mais importantes para o Mato Grosso, maior produtor de grãos do País: o trecho de 400 km da BR-168, na divisa na região nordeste do Estado, que deve ser concluída até 2010; e mais 1 000 km da BR-163, desde a divisa do Estado até Santarém, no Pará, prevista para 2011.
Ele destaca que a combinação dos modais rodoviário e ferroviário garante competitividade ao produtor. Segundo ele, o produtor do Mato Grosso recebe até R$ 2,00 a mais por saca de soja transportada pelas rodovias até Colinas de Tocantins (TO) e de lá segue pela Ferrovia Norte-Sul até o Porto de Itaqui.
Além dos investimentos nestes modais, Nunes considera que houve uma mudança de concepção no governo, que determinou que as obras de hidrelétricas que devem incluir projetos de eclusas nos novos projetos. A questão da hidrovia está entrando na pauta agora, afirma ele. A medida atende demanda antiga do setor que vê nas hidrovias uma saída para reduzir os custos com transporte.
O superintendente da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), José Alex Botêlho de Oliva, lembra que os estudos para construção de hidrovias também envolvem outros órgãos do governo, mas concorda que ao condicionar a liberação das hidrelétricas a projetos que contemplem a determinação de uso múltiplo do sistema, como a hidrovia, o governo levantou a bandeira da hidrovia.
Biramar Nunes e José Botelho de Oliva participaram hoje pela manhã da reunião no Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), onde debateram os problemas estruturais e logísticos do setor no Brasil.
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