Estudo elaborado pela UFRJ e apresentado na Firjan sugere que as termelétricas a gás sejam despachadas imediatamente. O objetivo é poupar água dos reservatórios como garantia contra apagão.
O professor Adilson de Oliveira, do Instituto de Economia da UFRJ e integrante do Conselho Empresarial de Energia da Firjan, sugere o despacho imediato das térmicas a gás para preservar os reservatórios do sistema hidrológico como garantia para a geração de energia elétrica.
O professor e o presidente do Conselho Empresarial de Energia da Firjan, Armando Guedes, apresentaram, nesta quinta-feira (21/09), um estudo sobre o risco de racionamento de energia, realizado pelo IE/UFRJ.
O estudo baseia-se na tendência de que os próximos anos tenham chuvas escassas como tem ocorrido em 2006. Neste caso, se nada for feito de imediato, é muito provável que haja racionamento de energia, segundo os cenários apresentados.
A primeira proposta considera que haverá oferta ilimitada de gás natural para atender qualquer despacho das termelétricas a gás. Neste caso, o risco de racionamento se manteria abaixo dos 5% até o início de 2009, tanto considerando um crescimento anual da economia de 3,2%, quanto de 4,75% nos próximos quatro anos.
O segundo cenário apresentado pelo professor atrela a disponibilidade de gás natural aos projetos da Petrobras de expansão da oferta. Neste caso, mesmo que os projetos ocorram exatamente como o planejado, dentro dos prazos previsto, o risco de racionamento é antecipado para 2008, considerando as taxas de crescimento de 3,2% anual e de 4,75% anual. Nestas condições, o risco aumenta de 5% para cerca de 9% em 2009, o que já não é considerado aceitável em planejamentos energéticos sustentáveis.
O presidente do referido conselho, da Firjan, destaca, no entanto, que a apresentação não é categórica em dizer que haverá racionamento, mas adverte uma grande possibilidade, em função de que a hidrologia costuma respeitar ciclos de alguns anos e, portanto, como este ano há escassez de chuvas é provavel que em 2007 ocorra o mesmo.
"Se o próximo ano tiver poucas chuvas e o projeto da instalação das plantas de gás natural liquefeito (GNL) no Nordeste e no Sudeste atrasarem, o risco aumenta muito", pontua.
Além de sugerir o despacho imediato das térmicas, considerando alguma disponibilidade ainda existente atualmente, o professor da UFRJ também sugere que o Governo inicie um trabalho preventivo de negociação com o setor industrial sobre a hipótese de que em caso de falta de energia, possa haver o desvio do gás dedicado ao setor industrial para as termelétricas. "Mas isso precisa ser negociado agora para que as indústria possam se preparar", adverte o professor.
As ponderações da Firjan admitem que haverá encarecimento da geração com o uso das térmicas, mas ambos especialistas consideram que essa é uma alternativa mais barata do que a possível falta de energia.
Os especialistas também consideram a transformação das usinas termelétricas a gás em bicombustíveis e a substituição do gás usado pela própria petrobras por óleo combustível como alternativas para garantir que haja gás e eletricidade até 2010, quando o cenário volta a ser considerado de tranqüilidade em função dos planos de expansão da Petrobras, considerando essa data como efetivamente exequível para os projetos planejados.
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