Panorama

Faturamento do setor de bens de capital recua até 30% no primeiro trimestre

Dados são da Abimaq.

Valor Econômico
28/04/2014 17:26
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A indústria de bens de capital acendeu sinal de alerta no primeiro trimestre. O setor, que ajudava a sustentar o crescimento da indústria, ainda que baixo, será afetado pelo recuo de 22% nas vendas de caminhões nos primeiros quatro meses do ano.
O cenário é negativo, também, no segmento de bens de capital para a indústria, que acumula dois anos de queda no faturamento e deve fechar o primeiro trimestre com recuo de 20% a 30% nesse indicador, segundo dados preliminares da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
O cenário relatado pelo presidente da MAN Latin America, Roberto Cortes, é bastante negativo para os fabricantes de caminhões. Segundo ele, o setor foi surpreendido por forte recuo nas vendas nos primeiros quatro meses do ano, o que já é suficiente para o segmento encerrar 2014 no vermelho, afirma.
O que acontece nas vendas se repete na produção, informa Cortes. Com a queda de 11,6% na comercialização de caminhões de janeiro a março, a produção acumulou recuo de 1,5%, apontam dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O descompasso mostra que os estoques do setor estão em alta, o que deve provocar mais redução na atividade industrial. Os estoques de caminhões novos na indústria equivalem à 48 dias, patamar considerado acima do ideal, que é de um mês.
"Se as vendas do mercado caem nessa magnitude, é muito difícil que de maio para frente o crescimento compense essa perda. É um viés de queda. Ouvi até empresas planejando férias coletivas em junho, para coincidir com a época da Copa do Mundo", diz Cortes. Nas contas do executivo, a indústria de caminhões pode ter recuo de até 10% nas vendas este ano.
Na tentativa de frear a produção e evitar estoques ainda maiores, a MAN - líder no segmento de caminhões no Brasil - suspendeu, em abril, por cinco meses, o contrato de trabalho de 200 dos seus 4.000 empregados. Desde dezembro, a empresa já concedeu férias coletivas, reduziu a jornada de trabalho e fez uso de banco de horas.
As expectativas estão ainda piores para bens de capital para a indústria. Em 2013, o faturamento real do setor de bens de capital (descontada a inflação) teve queda de 5,3% em relação ao ano anterior. E em 2012 o faturamento do setor já havia recuado 2,7% em relação a 2011. As informações são da Abimaq e excluem o segmento de transportes.
"No acumulado de dois anos, a queda é de 9%, é cavalar", diz o diretor-secretário da Abimaq, Carlos Pastoriza. Ele avalia que o cenário para consumo interno de bens de capital é negativo. "Estamos levantando dados de março para fechamento do trimestre e os números são terríveis. O faturamento interno, se descontada a exportação, no primeiro trimestre de 2014, está apontando queda de 20% a 30%", afirma.
São ainda mais alarmantes, para o diretor da Abimaq, os dados sobre a entrada de pedidos para o setor. Segundo ele, os primeiros números dão conta de que a queda será superior a 30%. "Pode indicar que o segundo semestre para bens de capital será pior ainda. Isso leva a esfriamento forte da economia em termos de níveis de investimentos e, sem investimentos hoje, não tem consumo amanhã", diz.
A Abimaq está revendo a estimativa de que o setor repetiria este ano o desempenho de 2013. "Do jeito que está pintando o primeiro trimestre, a sinalização é de um 2014 pior que 2013", prevê Pastoriza.
Esse cenário já está na Sondagem da Indústria, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). A pesquisa aponta que a confiança do setor de bens de capital começou a se deteriorar a partir do segundo semestre do ano passado. A média da confiança do setor ficou em 98 pontos no ano passado e, em março, chegou a 85,6 pontos.
"A conjuntura é muito desfavorável para todo o setor de bens de capital, aponta para menos investimentos de forma geral. É preciso destacar que o segmento de caminhões está um pouco pior que o restante dos itens relativos a bens de capital", diz o coordenador de sondagens conjunturais da FGV, Aloísio Campelo.
Embora com participação relativamente pequena (10%), a produção de bens de capital vem sustentando a indústria nacional desde o ano passado. Dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a fabricação de bens de capital respondeu por pouco mais de 90% do crescimento de 1,3% da produção industrial nacional no ano passado.
Em bens intermediários, a média do segmento foi nula e em bens de consumo, a média apontou queda de 0,2%.
A produção de bens de capital cresceu 13,3%, em 2013, mas já desacelerou nos dois primeiros meses deste ano, para uma alta de 8%. Com isso, houve diminuição também na participação da categoria de uso no crescimento da produção industrial, para metade da alta de 1,2% da indústria geral no período janeiro-fevereiro.
"A alta de bens de capital, ao longo do ano passado, foi muito concentrada em caminhões, principalmente no primeiro semestre. A desaceleração do setor afetou os bens de capital como um todo", afirma o gerente da coordenação da indústria do IBGE, André Macedo. Para ele, o crescimento de bens de capital em 2014 está mais diversificado.
"Neste ano, a produção de bens de capital cresce menos pela desaceleração do setor de caminhões, mas observamos altas na produção de máquinas e equipamentos agrícolas e para o setor de construção", diz o gerente do IBGE.

A indústria de bens de capital acendeu sinal de alerta no primeiro trimestre. O setor, que ajudava a sustentar o crescimento da indústria, ainda que baixo, será afetado pelo recuo de 22% nas vendas de caminhões nos primeiros quatro meses do ano.

O cenário é negativo, também, no segmento de bens de capital para a indústria, que acumula dois anos de queda no faturamento e deve fechar o primeiro trimestre com recuo de 20% a 30% nesse indicador, segundo dados preliminares da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O cenário relatado pelo presidente da MAN Latin America, Roberto Cortes, é bastante negativo para os fabricantes de caminhões. Segundo ele, o setor foi surpreendido por forte recuo nas vendas nos primeiros quatro meses do ano, o que já é suficiente para o segmento encerrar 2014 no vermelho, afirma.

O que acontece nas vendas se repete na produção, informa Cortes. Com a queda de 11,6% na comercialização de caminhões de janeiro a março, a produção acumulou recuo de 1,5%, apontam dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O descompasso mostra que os estoques do setor estão em alta, o que deve provocar mais redução na atividade industrial. Os estoques de caminhões novos na indústria equivalem à 48 dias, patamar considerado acima do ideal, que é de um mês.

"Se as vendas do mercado caem nessa magnitude, é muito difícil que de maio para frente o crescimento compense essa perda. É um viés de queda. Ouvi até empresas planejando férias coletivas em junho, para coincidir com a época da Copa do Mundo", diz Cortes. Nas contas do executivo, a indústria de caminhões pode ter recuo de até 10% nas vendas este ano.

Na tentativa de frear a produção e evitar estoques ainda maiores, a MAN - líder no segmento de caminhões no Brasil - suspendeu, em abril, por cinco meses, o contrato de trabalho de 200 dos seus 4.000 empregados. Desde dezembro, a empresa já concedeu férias coletivas, reduziu a jornada de trabalho e fez uso de banco de horas.As expectativas estão ainda piores para bens de capital para a indústria. Em 2013, o faturamento real do setor de bens de capital (descontada a inflação) teve queda de 5,3% em relação ao ano anterior. E em 2012 o faturamento do setor já havia recuado 2,7% em relação a 2011. As informações são da Abimaq e excluem o segmento de transportes.

"No acumulado de dois anos, a queda é de 9%, é cavalar", diz o diretor-secretário da Abimaq, Carlos Pastoriza. Ele avalia que o cenário para consumo interno de bens de capital é negativo. "Estamos levantando dados de março para fechamento do trimestre e os números são terríveis. O faturamento interno, se descontada a exportação, no primeiro trimestre de 2014, está apontando queda de 20% a 30%", afirma.

São ainda mais alarmantes, para o diretor da Abimaq, os dados sobre a entrada de pedidos para o setor. Segundo ele, os primeiros números dão conta de que a queda será superior a 30%. "Pode indicar que o segundo semestre para bens de capital será pior ainda. Isso leva a esfriamento forte da economia em termos de níveis de investimentos e, sem investimentos hoje, não tem consumo amanhã", diz.

A Abimaq está revendo a estimativa de que o setor repetiria este ano o desempenho de 2013. "Do jeito que está pintando o primeiro trimestre, a sinalização é de um 2014 pior que 2013", prevê Pastoriza.

Esse cenário já está na Sondagem da Indústria, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). A pesquisa aponta que a confiança do setor de bens de capital começou a se deteriorar a partir do segundo semestre do ano passado. A média da confiança do setor ficou em 98 pontos no ano passado e, em março, chegou a 85,6 pontos.

"A conjuntura é muito desfavorável para todo o setor de bens de capital, aponta para menos investimentos de forma geral. É preciso destacar que o segmento de caminhões está um pouco pior que o restante dos itens relativos a bens de capital", diz o coordenador de sondagens conjunturais da FGV, Aloísio Campelo.

Embora com participação relativamente pequena (10%), a produção de bens de capital vem sustentando a indústria nacional desde o ano passado. Dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a fabricação de bens de capital respondeu por pouco mais de 90% do crescimento de 1,3% da produção industrial nacional no ano passado.

Em bens intermediários, a média do segmento foi nula e em bens de consumo, a média apontou queda de 0,2%.

A produção de bens de capital cresceu 13,3%, em 2013, mas já desacelerou nos dois primeiros meses deste ano, para uma alta de 8%. Com isso, houve diminuição também na participação da categoria de uso no crescimento da produção industrial, para metade da alta de 1,2% da indústria geral no período janeiro-fevereiro."A alta de bens de capital, ao longo do ano passado, foi muito concentrada em caminhões, principalmente no primeiro semestre. A desaceleração do setor afetou os bens de capital como um todo", afirma o gerente da coordenação da indústria do IBGE, André Macedo. Para ele, o crescimento de bens de capital em 2014 está mais diversificado.

"Neste ano, a produção de bens de capital cresce menos pela desaceleração do setor de caminhões, mas observamos altas na produção de máquinas e equipamentos agrícolas e para o setor de construção", diz o gerente do IBGE.

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