Redação TN, Maria Fernanda Romero
No painel realizado ontem (25) na Rio Pipeline, as companhias operadoras da América Latina compartilharam suas experiências sobre vazamentos em dutos e terminais. De acordo com o moderador do fórum, Alvaro Castañeda, coordenador do Comitê de Dutos e Terminais da Associação Regional de Empresas do Setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis na América Latina e Caribe (Arpel), o intercâmbio de boas práticas é o objetivo principal a ser perseguido, a fim de aprimorar ainda mais a redução de riscos de derrames.
Enrique Rodriguez Betancourt, gerente de administração de infraestrutura e logística da mexicana Pemex e Lorenzo M. Martinez, também da Pemex, apresentaram um esquema de gerenciamento de integridade de dutos, formatado para cada um dos segmentos dutoviários da companhia, que possui 67 mil quilômetros de dutos.
Segundo Betancourt, o sistema foi criado a partir de uma norma que estabeleceu a administração da integridade desses ativos, cujos pontos centrais são um software de gerenciamento de riscos, a criação de 23 equipes descentralizadas de contingência, situados em diversos pontos do país, e a realização de estudos de potenciais áreas vulneráveis a fim de estabelecer os centros de contingência. "Esses centros são capacitados em três níveis de atuação, fixados em função do grau de vazamento identificado, conforme as normas internacionais", explicou.
Outro esquema semelhante foi apresentado pela YPFB Transporte, divisão de transporte da companhia boliviana YPF, que possui 6 mil quilômetros de dutos e 46 estações. Segundo Walter Sarmiento, gerente de HQSE (em português, qualidade, saúde, segurança e meio ambiente) da empresa, situações de risco elevado implicam na criação de controles e medidas administrativas que resultem em níveis baixos, porém praticáveis.
O sistema de gerenciamento de riscos da empresa boliviana está baseado em aspectos como a verificação da integridade mecânica dos dutos, em revisões e auditorias nos processos e na criação de sistemas de análises e comunicação de incidentes, entre outros.
Na mesma linha, Fernando Flechas, gerente de responsabilidade integral do Oleoduto Central (Ocensa) na Colômbia, destacou que o país estabeleceu o Plano Nacional de Contingências (PNC), que reúne, entre outras medidas, ferramentas que permitem a elaboração de estratégias, planos de operação e computação de dados de campo.
Assim como no México e na Bolívia, a Colômbia aposta na descentralização de equipes táticas de emergência e na divisão de responsabilidades.
"Implantado desde 1999, o plano prevê a criação de comitês locais, de âmbito municipal, em atuação conjunta com o comitê nacional na Colômbia, a fim de reduzir ao máximo o impacto dos danos de eventuais vazamentos de hidrocarbonetos", indicou.
Na ocasião, Breno Calazans, gerente executivo de oleodutos da Transpetro, destacou que a companhia aposta no aprimoramento dos procedimentos para emergência, a fim de acelerar e melhorar a qualidade da tomada de decisões.
Dentre os procedimentos, estão: comunicação externa e interna, centro de controle de operação e sistemas preventivos de alerta. Todos são aplicados em todas as unidades da Transpetro, que incluem dutos e terminais, em consonância com as normas internacionais para o tema. A companhia possui três programas voltados para resposta de emergências: o Emergence Response Plan for the terminal or pipeline (PRE), o Plano de Emergência Regional (PER) e o Plano de Emergência Corporativo (PEC), além de usarem também o Centro de Defesa Ambiental (CDA) da Petrobras.
*Na foto (da esquerda para a direita): Breno Calazans, gerente executivo de oleodutos da Transpetro; o moderador do fórum, Alvaro Castañeda, coordenador do Comitê de Dutos e Terminais da Associação Regional de Empresas do Setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis na América Latina e Caribe (Arpel); Fernando Flechas, gerente de responsabilidade integral da Ocensa, Lorenzo M. Martinez, da Pemex e Walter Sarmiento, gerente de HQSE da YPFB Transporte.
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