Startups

É possível manter o otimismo no mercado de startups?

Em meio às demissões e queda de investimentos, empresas inovadoras, com projetos escaláveis e conexões, têm grandes chances de superar esta fase, afirma especialista

Redação TN/Assessoria
15/09/2022 14:03
É possível manter o otimismo no mercado de startups? Imagem: Divulgação Visualizações: 2602

As startups estão vivendo um cenário de incertezas. Há pouco mais de dois anos, enquanto o Brasil e o mundo viviam uma implosão econômica devido à pandemia da Covid-19, o mercado de startups fazia o caminho inverso, crescendo de forma exponencial.

Dois anos depois, a “maré baixou”. A retração econômica, os altos juros e a inflação, reflexo de alguns eventos de natureza global – como a crise sanitária e a Guerra na Ucrânia –, estão deixando os investidores mais conservadores e cautelosos na hora de fazer os aportes.

Uma pesquisa da plataforma Distrito endossa essas informações. No primeiro semestre deste ano, foram registradas 327 rodadas e US$ 2,92 bilhões captados. No mesmo período do ano passado foram 416 rodadas e US$ 5,26 bilhões levantados, o que representa uma queda de 44% em relação ao mesmo período de 2021.

Para Alessandro Machado (foto), diretor da Cedro Capital, gestora de recursos independentes com sede em Brasília (DF), neste cenário atual e com a elevação das taxas de juros em vários países, existe um fluxo de capital em busca de aplicações de menor risco, o que reduz o apetite de investidores em Venture Capital e Private Equity.

“Estes fatores econômicos têm efeito direto na precificação das startups e nas negociações no valor de mercado de empresas com capital fechado”, alerta Machado.

Com recursos escassos, somados a uma onda de demissão e lay-off, a pergunta que martela a mente dos empresários do setor é: será possível manter o otimismo e conseguir investimentos para a minha startup? A resposta é sim. O problema é que, muitas vezes, o empreendedor tem uma ideia inovadora, mas não sabe como conseguir investimento.

“Atualmente há diversos fundos, gestoras, grupos de investidores, corporações e ‘family offices’ investindo em startups no Brasil. Portais de conteúdos especializados publicam listas e relações de investidores”, reforça Alessandro.

Entretanto, conquistar um aporte não é uma missão simples. Para o diretor da Cedro Capital, existem alguns critérios a serem observados na startup que vão além de um plano de crescimento estruturado e visão a longo prazo.

“Nossa análise se baseia no mercado de atuação, diferenciais competitivos, escalabilidade, histórico recente, características dos empreendedores e o desempenho da empresa. O importante é que essas informações traduzam para o investidor que seu capital vai crescer com a valorização da empresa”, ressalta.

No entanto, tornar o negócio escalável não depende somente de aporte financeiro. É preciso, sobretudo, que os investidores emprestem a experiência e levem networking ao projeto.

“Os empreendedores podem identificar os tipos e perfis de investidores que podem contribuir com o negócio, não apenas com capital, mas também com as experiências e relacionamentos. Chegar a um ‘match’ adequado para o momento da empresa e perfil de empreendedores e investidores traz uma maior chance de sucesso nessa relação”, defende o diretor.

Superação

Quando a pandemia chegou ao Brasil, várias empresas quase embarcaram na falência, a exemplo da Onfly, plataforma de viagens corporativas que em abril de 2020 viu o negócio quase parar. Foi nesse momento que a Cedro Capital enxergou uma oportunidade e injetou R$ 2 milhões para suportar aquele momento e apoiar a startup, que nasceu em 2018.

Para o diretor, chamaram atenção alguns aspectos da travel tech, como posicionamento de mercado, qualidade da plataforma em termos de usabilidade e competitividade de preços.

“Quando as empresas voltassem a viajar, já teriam desmontado seus departamentos de viagem e iriam procurar soluções tecnológicas e inovadoras. É isso que está ocorrendo e resultando em um crescimento expressivo da empresa”, completa.

Outro exemplo foi o investimento no Portal de Compras Públicas, uma GovTech de Brasília, cuja plataforma Software como um Serviço (SaaS) é usada principalmente por prefeituras, para publicar seus editais de licitações e gerenciamento do processo licitatório.

“Quando conhecemos a empresa, entendemos a oportunidade de inovação e transformação digital que as soluções do portal poderiam trazer para as 5.570 prefeituras brasileiras. A maioria delas tem o mínimo de recursos financeiros ou técnicos para desenvolver soluções inovadoras”, frisa Alessandro.

Em 2019, a plataforma era usada por 250 prefeituras, hoje são mais de 2.600. A força do crescimento vem da agilidade e inovação que a empresa traz para o setor.

Lição valiosa

Alessandro acrescenta que uma startup precisa ter maior controle nos gastos e uma visão clara de quando irá superar o break even point (ponto de equilíbrio) para obter lucro. “A austeridade financeira é a principal lição, mesmo às empresas que estão em fase de expansão, queimando caixa para crescer”, reforça.

Para os empreendedores que estão em dúvida onde investir, o diretor frisa que as oportunidades estão nos mais diferentes setores que implementam a inovação digital. “A aplicação das tecnologias de Inteligência Artificial deve ser o principal impulsionador das mudanças nos produtos e serviços que vamos observar nos próximos anos”, encerra.

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