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Valor EconômicoA demanda mundial está desacelerando, mas o vigor das economias dos países que são clientes do Brasil garantem os bons resultados da balança comercial. No acumulado de 12 meses até agosto, as importações mundiais cresceram 9,3%, as compras externas totais dos principais importadores de produtos brasileiros subiram 14,8% e as exportações brasileiras avançaram ainda mais, 17,2%. Os dados são da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).
Nos últimos meses, ocorreu um descolamento no ritmo de expansão das importações mundiais e das compras externas dos clientes brasileiros. As importações globais estão em nítida desaceleração. De janeiro a agosto, as importações mundiais cresceram 8,6%. Em agosto de 2006 em relação ao mesmo mês de 2005, a alta é menor: 6,5%.
De acordo com Fernando Ribeiro, economista da Funcex, as importações da União Européia cresceram apenas 1,7% nos 12 meses acumulados até agosto, o que ajuda a explicar a perda de fôlego mundial. Os europeus representam 40% das importações mundiais. O crescimento econômico da UE é fraco e os países do bloco comercializam cada vez mais entre si, diz.
De janeiro a agosto, o índice de demanda externa cresceu 14,8%. Em agosto de 2006 em comparação com agosto de 2005, a alta foi de 17,3%. Esse indicador, calculado pela Funcex, pondera as variações das importações totais dos principais países de destino das exportações brasileiras. O cálculo é baseado nos dados do FMI.
As exportações brasileiras estão crescendo mais do que as importações globais devido à América Latina. O segredo está na nossa vizinhança, que é mais importante para as exportações brasileiras do que para o resto do mundo, explica Ribeiro.
No acumulado de 12 meses até agosto, as importações dos países da América Latina cresceram acima da média mundial. A alta foi de 19% na Argentina, 21% no Chile, 21% na Colômbia, 17% no México, 69% no Paraguai, 19% no Uruguai e 24% na Venezuela. A avidez desses países por produtos estrangeiros é reflexo do crescimento de suas economias. Em alguns países, é forte o peso do bom desempenho das exportações de commodities, caso da Venezuela com o petróleo e do Chile com o cobre.
Os países asiáticos também estão comprando mais que o resto do mundo. Em 12 meses até agosto, as importações da China avançaram 21% e da Coréia do Sul, 19%. A importância desses países, principalmente da China, na pauta de exportações brasileiras cresceu, mas esse fenômeno também ocorreu em diversos países. As importações dos Estados Unidos cresceram 14% no acumulado de 12 meses até agosto. A diferença maior, que beneficia o Brasil, está mesmo na nossa vizinhança, diz Ribeiro.
Os dados demonstram que as exportações do Brasil estão crescendo até um pouco acima da demanda dos países que são clientes do Brasil. Segundo Ribeiro, isso demonstra que, em valores, o país está ganhando market-share em alguns mercados. Boa parte desse bom desempenho se deve ao aumento dos preços das commodities e dos reajustes obtidos pelos fabricantes de manufaturados. Em volume, as exportações brasileiras devem crescer cerca de 4% este ano, abaixo da média mundial de 7%.
Fonte: Valor Econômico - SP
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