Internacional

Chevron e Argentina se unem para explorar petróleo em Vaca Muerta

Campo argentino é de óleo de xisto.

Redação, com NYT
11/11/2013 12:04
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Nas estepes varridas pelo vento na Patagônia, equipes de perfuradores escavam dia e noite em busca de uma enorme reserva de petróleo de xisto, que pode ser o próximo grande campo de extração de petróleo mundial.
Porém, essa ambição depende uma aliança improvável entre a gigante petrolífera americana, Chevron , e o governo da Argentina , um país politicamente instável, com um histórico de hostilidade contra investidores estrangeiros. O que os une é o sonho da enorme recompensa que poderão extrair do campo conhecido como Vaca Muerta.
A decisão da presidenta Cristina Fernández de Kirchner de aprovar a parceria com a Chevron deixou críticos e apoiadores em polvorosa, em função do antigo conflito entre a empresa e o Equador em decorrência do caso de poluição na Amazônia. Outros conflitos legais ocorrem em torno do processo de nacionalização da maior petrolífera argentina, colocando em risco os interesses da Chevron.
Além disso, protestos contra a fratura hidráulica, que consiste na injeção de água e produtos químicos sob pressão nos campos de xisto do deserto da Patagônia, se tornaram tão frequentes, que a polícia atacou milhares de manifestantes com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Embora a Chevron não esteja diretamente envolvida na fratura, a agitação popular contra o investimento da empresa no país pode levar a uma análise mais detalhada das outras iniciativas energéticas nessa região remota.
O fato de Kirchner ter aceitado o acordo com a Chevron é uma clara demonstração de até onde alguns governos desesperados por dinheiro e empresas energéticas que buscam novas fontes de petróleo ao redor do planeta são capazes de ir para reproduzir a revolução que o petróleo de xisto representou aos Estados Unidos. Ademais, poucos campos oferecem as riquezas potenciais de Vaca Muerta, que possuiria reservas de gás e petróleo equivalentes ao total de reservas nas mãos da gigante Exxon Mobil.
"Não há nada parecido com isso em todo o planeta", afirmou Ali Moshiri, presidente de Exploração e Produção na África e na América Latina da Chevron, a respeito do campo de Vaca Muerta durante uma entrevista. "Em nosso negócio, o risco faz parte da equação".
Mesmo com questões em torno de sua saúde, Kirchner, que foi operada em outubro para drenar um coágulo na cabeça, mostrou que está disposta a abrir mão de anos de políticas econômicas que desencorajavam determinados investimentos em energia. Durante o processo, ela está colocando à prova o relacionamento com seu aliado equatoriano, o presidente Rafael Correa, que espera que a Chevron pague US$ 19 bilhões pelos danos causados pela poluição na Floresta Amazônica.
Congelamento
Os ativos da Chevron na Argentina ficaram congelados durante meses no ano passado, quando os querelantes equatorianos começaram a aumentar a pressão sobre a empresa fora do Equador. A Chevron não somente continuou a operar na Argentina depois do susto inicial, mas optou por expandir agressivamente no país, refletindo a necessidade vital das grandes petrolíferas de encontrar novas reservas de petróleo, mesmo nos locais mais instáveis de ponto de vista político.
A Administração de Informações Energéticas dos Estados Unidos colocou a Argentina em quarto lugar, atrás da Rússia, dos Estados Unidos e da China, na lista de locais com reservas de petróleo de xisto com possibilidade técnica de extração, com um total de 27 bilhões de barris. Além disso, o órgão classifica a Argentina em segundo lugar, atrás apenas da China, em reservas cuja extração pode se tornar possível no futuro. Contudo, assim como em muitos outros países, a extração de petróleo de xisto progride a passos de tartaruga por conta da resistência popular e das incertezas regulatórias. A oposição local entre ambientalistas e índios mapuche continua forte.
"Essa é a pior forma de extração de petróleo, envolvendo a empresa com o pior histórico", afirmou Enrique Viale, presidente da Associação Argentina de Advogados Ambientalistas, que participou com milhares de pessoas de um protesto contra o acordo com a Chevron em agosto, quando os legisladores se reuniram para votar. Alguns edifícios em Buenos Aires ainda estão cobertos de pichações contra a Chevron. Um vídeo de rap está circulando nas mídias sociais argentinas, exigindo que as autoridades parem de trabalhar com a Chevron.
Getty Images
Chevron, petroleira americana
Petrolífera Chevron tem lucro 5,8% menor
Presidente do Equador convoca boicote contra Chevron
Chevron e Transocean assinam acordo
Apesar de todos os conflitos, a Chevron deu um grande passo há cerca de um ano, com a tentativa de firmar um acordo com a YPF, a petrolífera argentina que passou a ser controlada pelo governo, para ajudar a desenvolver parte de Vaca Muerta. Controlando cerca de um terço do campo, a YPF também se prepara para firmar acordos com diversas outras empresas, incluindo a Bridas Corp., uma joint venture com a China National Offshore Oil Corp., ou CNOOC.
Inicialmente a Chevron planeja investir US$ 1,24 bilhão na escavação de mais de 100 poços e, se tudo for bem, a joint venture entre a Chevron e a YPF escavaria mais 1.500 poços até 2017, exigindo mais de US$ 17 bilhões em investimentos. Isso levaria a produção 50.000 barris e 3 milhões de metros cúbicos de gás por dia durante 35 anos.
Aposta alta
Poucas empresas tiveram coragem de apostar tanto desde que a Argentina declarou a moratória da dívida pública de US$ 81 bilhões em 2001. Kirchner renacionalizou a YPF no ano passado, e ainda precisa compensar financeiramente a petrolífera espanhola Repsol, que perdeu o controle da empresa, que segundo a espanhola estaria avaliada em 10,5 bilhões de dólares.
Apontando para esses desafios, Miguel Galuccio, executivo-chefe da YPF, insistiu em uma entrevista recente que o futuro da economia da Argentina depende da capacidade da YPF de desenvolver os recursos do petróleo de xisto do país.
Surpreendendo os críticos de Kirchner, que esperavam que a presidenta politizasse a YPF, assim como fez com outras estatais, Galuccio parece ter adotado uma abordagem diferente. Ele contratou gestores e engenheiros de petróleo respeitados, muitos dos quais argentinos que viviam fora do país, para preencher os cargos mais altos da YPF. Além disso, ele começou a reverter a queda de produção da YFP, reposicionando a empresa para se concentrar na fratura hidráulica em Neuquén, que segundo ele não coloca em risco o lençol freático.
Durante a entrevista ele elogiou a Chevron pela parceria com a YPF, afirmando que estava plenamente ciente dos riscos, incluindo das batalhas legais da Chevron no Equador, que ainda não terminaram. "Isso torna a situação mais complexa", afirmou. "Precisamos de mais Chevrons na Argentina".
Logo depois que a Chevron e a YPF firmaram o acordo inicial em 2012, dois tribunais ameaçaram o acordo, congelando parte dos bens da Chevron Argentina no país, para que pudessem eventualmente ser vendidos com o objetivo de pagar os equatorianos que estão processando a Chevron.
Advogados que representam os indos da Amazônia Equatoriana ganharam um julgamento em um tribunal do Equador, que ordenou a Chevron a pagar mais de US$ 18 billhões em danos por jogar lixo tóxico em uma vasta área da floresta pela Texaco nos anos 1970, antes de a empresa ser comprada pela Chevron, anos mais tarde. A Chevron insiste que a Texaco limpou a área de operações e que a poluição subsequente foi causada pela PetroEcuador, a estatal equatoriana que tinha uma parceria com a Texaco na época.
Uma vez que a Chevron não possui bens no Equador, os querelantes estão tentando receber o dinheiro por meio de outros julgamentos no Canadá, no Brasil e na Argentina, onde subsidiárias de Chevron possuem uma quantidade significativa de ativos.
Quando o caso chegou ao Supremo Tribunal da Argentina, Kirchner apoiou a Chevron, apesar do lobby feito por Correa, o presidente do Equador, um aliado que declarou publicamente que a empresa é uma inimiga de seu país. O procurador-geral da república apresentou um memorial para o tribunal, argumentando que o julgamento realizado no Equador não poderia penalizar a Chevron Argentina, uma vez que a subsidiária não pôde se defender nos tribunais do Equador, e alertou que o Supremo Tribunal deveria agir no sentido de impedir "um dano irreparável e irreversível aos interesses nacionais".
O Supremo Tribunal concordou com o governo em um veredicto pronunciado em junho, abrindo caminho para a assinatura do último acordo entre a Chevron e a YPF. Todavia, os advogados dos índios equatorianos afirmam que suas opções ainda não acabaram na Argentina.
Autoridades da indústria petrolífera argentina afirmam que o acordo entre a Chevron e a YPF irá proteger a empresa norte-americana das perdas financeiras possivelmente causadas por uma mudança de rumos políticos. Depois que a empresa investir o 1,2 bilhão de dólares, após 18 meses ela poderá tirar dinheiro das operações sem pagar multas e continuar a receber os lucros brutos de 50 por cento da produção desde os primeiros poços, até o esgotamento dos recursos.
Ainda assim, a batalha legal é apenas um dos obstáculos que ambas as empresas enfrentarão.
"Vamos continuar a lutar para defender a terra, a água e o ar", afirmou Lefxaru Nahuel, de 26 anos, um índio mapuche da Patagônia que está liderando os protestos. "Com o fraturamento, nós não temos futuro por aqui".

Nas estepes varridas pelo vento na Patagônia, equipes de perfuradores escavam dia e noite em busca de uma enorme reserva de petróleo de xisto, que pode ser o próximo grande campo de extração de petróleo mundial.


Porém, essa ambição depende uma aliança improvável entre a gigante petrolífera americana, Chevron, e o governo da Argentina, um país politicamente instável, com um histórico de hostilidade contra investidores estrangeiros. O que os une é o sonho da enorme recompensa que poderão extrair do campo conhecido como Vaca Muerta.


A decisão da presidenta Cristina Fernández de Kirchner de aprovar a parceria com a Chevron deixou críticos e apoiadores em polvorosa, em função do antigo conflito entre a empresa e o Equador em decorrência do caso de poluição na Amazônia. Outros conflitos legais ocorrem em torno do processo de nacionalização da maior petrolífera argentina, colocando em risco os interesses da Chevron.


Além disso, protestos contra a fratura hidráulica, que consiste na injeção de água e produtos químicos sob pressão nos campos de xisto do deserto da Patagônia, se tornaram tão frequentes, que a polícia atacou milhares de manifestantes com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Embora a Chevron não esteja diretamente envolvida na fratura, a agitação popular contra o investimento da empresa no país pode levar a uma análise mais detalhada das outras iniciativas energéticas nessa região remota.


O fato de Kirchner ter aceitado o acordo com a Chevron é uma clara demonstração de até onde alguns governos desesperados por dinheiro e empresas energéticas que buscam novas fontes de petróleo ao redor do planeta são capazes de ir para reproduzir a revolução que o petróleo de xisto representou aos Estados Unidos. Ademais, poucos campos oferecem as riquezas potenciais de Vaca Muerta, que possuiria reservas de gás e petróleo equivalentes ao total de reservas nas mãos da gigante Exxon Mobil.

"Não há nada parecido com isso em todo o planeta", afirmou Ali Moshiri, presidente de Exploração e Produção na África e na América Latina da Chevron, a respeito do campo de Vaca Muerta durante uma entrevista. "Em nosso negócio, o risco faz parte da equação".


Mesmo com questões em torno de sua saúde, Kirchner, que foi operada em outubro para drenar um coágulo na cabeça, mostrou que está disposta a abrir mão de anos de políticas econômicas que desencorajavam determinados investimentos em energia. Durante o processo, ela está colocando à prova o relacionamento com seu aliado equatoriano, o presidente Rafael Correa, que espera que a Chevron pague US$ 19 bilhões pelos danos causados pela poluição na Floresta Amazônica.


Congelamento


Os ativos da Chevron na Argentina ficaram congelados durante meses no ano passado, quando os querelantes equatorianos começaram a aumentar a pressão sobre a empresa fora do Equador. A Chevron não somente continuou a operar na Argentina depois do susto inicial, mas optou por expandir agressivamente no país, refletindo a necessidade vital das grandes petrolíferas de encontrar novas reservas de petróleo, mesmo nos locais mais instáveis de ponto de vista político.


A Administração de Informações Energéticas dos Estados Unidos colocou a Argentina em quarto lugar, atrás da Rússia, dos Estados Unidos e da China, na lista de locais com reservas de petróleo de xisto com possibilidade técnica de extração, com um total de 27 bilhões de barris. Além disso, o órgão classifica a Argentina em segundo lugar, atrás apenas da China, em reservas cuja extração pode se tornar possível no futuro. Contudo, assim como em muitos outros países, a extração de petróleo de xisto progride a passos de tartaruga por conta da resistência popular e das incertezas regulatórias. A oposição local entre ambientalistas e índios mapuche continua forte.


"Essa é a pior forma de extração de petróleo, envolvendo a empresa com o pior histórico", afirmou Enrique Viale, presidente da Associação Argentina de Advogados Ambientalistas, que participou com milhares de pessoas de um protesto contra o acordo com a Chevron em agosto, quando os legisladores se reuniram para votar. Alguns edifícios em Buenos Aires ainda estão cobertos de pichações contra a Chevron. Um vídeo de rap está circulando nas mídias sociais argentinas, exigindo que as autoridades parem de trabalhar com a Chevron.

Chevron, petroleira americanaPetrolífera Chevron tem lucro 5,8% menorPresidente do Equador convoca boicote contra ChevronChevron e Transocean assinam acordoApesar de todos os conflitos, a Chevron deu um grande passo há cerca de um ano, com a tentativa de firmar um acordo com a YPF, a petrolífera argentina que passou a ser controlada pelo governo, para ajudar a desenvolver parte de Vaca Muerta. Controlando cerca de um terço do campo, a YPF também se prepara para firmar acordos com diversas outras empresas, incluindo a Bridas Corp., uma joint venture com a China National Offshore Oil Corp., ou CNOOC.


Inicialmente a Chevron planeja investir US$ 1,24 bilhão na escavação de mais de 100 poços e, se tudo for bem, a joint venture entre a Chevron e a YPF escavaria mais 1.500 poços até 2017, exigindo mais de US$ 17 bilhões em investimentos. Isso levaria a produção 50.000 barris e 3 milhões de metros cúbicos de gás por dia durante 35 anos.


Aposta alta


Poucas empresas tiveram coragem de apostar tanto desde que a Argentina declarou a moratória da dívida pública de US$ 81 bilhões em 2001. Kirchner renacionalizou a YPF no ano passado, e ainda precisa compensar financeiramente a petrolífera espanhola Repsol, que perdeu o controle da empresa, que segundo a espanhola estaria avaliada em 10,5 bilhões de dólares.


Apontando para esses desafios, Miguel Galuccio, executivo-chefe da YPF, insistiu em uma entrevista recente que o futuro da economia da Argentina depende da capacidade da YPF de desenvolver os recursos do petróleo de xisto do país.


Surpreendendo os críticos de Kirchner, que esperavam que a presidenta politizasse a YPF, assim como fez com outras estatais, Galuccio parece ter adotado uma abordagem diferente. Ele contratou gestores e engenheiros de petróleo respeitados, muitos dos quais argentinos que viviam fora do país, para preencher os cargos mais altos da YPF. Além disso, ele começou a reverter a queda de produção da YFP, reposicionando a empresa para se concentrar na fratura hidráulica em Neuquén, que segundo ele não coloca em risco o lençol freático.


Durante a entrevista ele elogiou a Chevron pela parceria com a YPF, afirmando que estava plenamente ciente dos riscos, incluindo das batalhas legais da Chevron no Equador, que ainda não terminaram. "Isso torna a situação mais complexa", afirmou. "Precisamos de mais Chevrons na Argentina".


Logo depois que a Chevron e a YPF firmaram o acordo inicial em 2012, dois tribunais ameaçaram o acordo, congelando parte dos bens da Chevron Argentina no país, para que pudessem eventualmente ser vendidos com o objetivo de pagar os equatorianos que estão processando a Chevron.


Advogados que representam os indos da Amazônia Equatoriana ganharam um julgamento em um tribunal do Equador, que ordenou a Chevron a pagar mais de US$ 18 billhões em danos por jogar lixo tóxico em uma vasta área da floresta pela Texaco nos anos 1970, antes de a empresa ser comprada pela Chevron, anos mais tarde. A Chevron insiste que a Texaco limpou a área de operações e que a poluição subsequente foi causada pela PetroEcuador, a estatal equatoriana que tinha uma parceria com a Texaco na época.


Uma vez que a Chevron não possui bens no Equador, os querelantes estão tentando receber o dinheiro por meio de outros julgamentos no Canadá, no Brasil e na Argentina, onde subsidiárias de Chevron possuem uma quantidade significativa de ativos.


Quando o caso chegou ao Supremo Tribunal da Argentina, Kirchner apoiou a Chevron, apesar do lobby feito por Correa, o presidente do Equador, um aliado que declarou publicamente que a empresa é uma inimiga de seu país. O procurador-geral da república apresentou um memorial para o tribunal, argumentando que o julgamento realizado no Equador não poderia penalizar a Chevron Argentina, uma vez que a subsidiária não pôde se defender nos tribunais do Equador, e alertou que o Supremo Tribunal deveria agir no sentido de impedir "um dano irreparável e irreversível aos interesses nacionais".


O Supremo Tribunal concordou com o governo em um veredicto pronunciado em junho, abrindo caminho para a assinatura do último acordo entre a Chevron e a YPF. Todavia, os advogados dos índios equatorianos afirmam que suas opções ainda não acabaram na Argentina.


Autoridades da indústria petrolífera argentina afirmam que o acordo entre a Chevron e a YPF irá proteger a empresa norte-americana das perdas financeiras possivelmente causadas por uma mudança de rumos políticos. Depois que a empresa investir o 1,2 bilhão de dólares, após 18 meses ela poderá tirar dinheiro das operações sem pagar multas e continuar a receber os lucros brutos de 50 por cento da produção desde os primeiros poços, até o esgotamento dos recursos.


Ainda assim, a batalha legal é apenas um dos obstáculos que ambas as empresas enfrentarão.


"Vamos continuar a lutar para defender a terra, a água e o ar", afirmou Lefxaru Nahuel, de 26 anos, um índio mapuche da Patagônia que está liderando os protestos. "Com o fraturamento, nós não temos futuro por aqui".

 

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