Valor Econômico
A Comunidade Andina (CAN), formada por Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, está "desintegrando", e a razão é a decisão de governos da região de partirem para acordos de livre comércio com terceiros países, disse o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, em seminário promovido pela delegação européia no Brasil.
Garcia não comentou as declarações do chanceler Celso Amorim, de que causaram desconforto no governo as ações no continente do presidente venezuelano, Hugo Chávez Há "problemas graves" ocorrendo na América do Sul, com dificuldades para a integração dos países, notou Garcia, após defender uma agenda para coordenar políticas dos países da América do Sul em temas como infra-estrutura, energia e financiamento do desenvolvimento. Para ele, a crise é "conseqüência das mudanças políticas que estão surgindo". São "novas respostas" a novos problemas.
Sem citar Evo Morales, da Bolívia, ou Hugo Chávez, da Venezuela, afirmou que a acusação de populismo contra alguns governantes é "designação conservadora para as manifestações de vontade de mudança que ocorrem em alguns países". Ele rechaçou a acusação de que o governo Lula estaria promovendo uma política exterior movida por critérios ideológicos, e ressaltou a boa relação mantida pelo Brasil com governos conservadores, como o de Álvaro Uribe, na Colômbia.
Garcia atribuiu a crise na Comunidade Andina, sem citar nomes, à decisão dos governos da Colômbia e do Peru de assinar um acordo de livre comércio com os EUA (esquecendo-se que a Venezuela confrontou as regras aduaneiras dos andinos ao anunciar sua entrada no Mercosul). O assessor presidencial disse acreditar que o esfacelamento da união dos andinos não compromete o projeto do governo brasileiro de criação de uma Comunidade Sul-Americana de Nações.
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