O Estado de São Pau
País também reestruturará a YPFB, que perderá algumas funções operacionais
A Bolívia anunciou ontem a criação da Agência Nacional de Hidrocarbonetos, que terá a função de fiscalizar as petroleiras que operam no país, inclusive a estatal Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB). A medida é uma das que compõem a reforma da principal lei do setor, que está em vigor desde 2005.
O ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, disse que as mudanças também incluirão a reestruturação da YPFB. Segundo ele, o governo quer alterar a legislação porque entende que ela retalha a estrutura da empresa ao estabelecer a distribuição de suas vice-presidências em diferentes regiões bolivianas.
Além disso, afirmou Villegas, a nova lei outorgará à YPFB um papel forte na gestão de contratos e na fiscalização, mas reduzirá sua participação direta na cadeia produtiva, ao contrário do que ordena o decreto de nacionalização, emitido pelo presidente Evo Morales em maio do ano passado. A YPFB tem de participar de toda a cadeia e alguém tem de fiscalizar, regular e controlar. A mesma empresa não deve fazer todas essas funções, pois não pode fiscalizar a si mesma, afirmou.
A nova YPFB será uma sociedade anônima estatal que participará diretamente do negócio de hidrocarbonetos ou se associando com outras empresas, que podem ser estatais, transnacionais privadas ou mesmo ligadas a municípios e departamentos (o equivalente a Estados no Brasil).
De acordo com Villegas, a nova empresa terá uma direção estratégica, com uma junta de acionistas encabeçada pelo presidente do país e mais seis ministros.
A Agência Nacional de Hidrocarbonetos, em teoria, substituirá a atual superintendência do setor, que já regula as tarefas de exploração e comercialização do petróleo privado.
HISTÓRICO
A YPFB teve diversas reestruturações desde que foi fundada, em 1936, com freqüentes casos de ineficiência e corrupção. Desde que Evo assumiu o poder, a companhia já teve três presidentes. O último, o sindicalista Manuel Morales Olivera, foi empossado terça-feira. Desde 2003, a Bolívia teve oito ministros de Hidrocarbonetos e seis presidentes da YPFB.
"Neste ano, apesar das dificuldades que tivemos nas importações, desde o Natal, conseguimos trazer produtos melhores e com os mesmos preços dos anos anteriores, devido a desvalorização do dólar frente ao real", disse Gustavo Dedivitis, presidente da Abipp.
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