Argentina

Boicote à Shell pode ser pressão para venda de ativos à PDVSA

Imprensa argentina sugere que o Kirchner poderia estar "empurrando a Shell para fora do país para que a empresa venda seus ativos à PDVSA". Outra opção é que a própria Shell queira sair do mercado argentino, mas sem vender seus ativos para a estatal venezuelana. A PDVSA é sócia da Enarsa, e

Redação e imprensa
11/03/2005 03:00
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O chamado ao boicote à Shell, feito pelo presidente argentino, Néstor Kirchner, suscita uma série de conjecturas na imprensa local. O jornal argentino La Nación sugere que o presidente poderia estar "empurrando a Shell para fora do país para que venda seus ativos para a PDVSA". A PDVSA é sócia da recém criada Enarsa, a estatal argentina de energia. Outra opção, sugerida na imprensa argentina no diário Página 12, é de que a própria Shell estaria interessada em desfazer-se de seus ativos no país, mas não quer vendê-los à estatal venezuelana.
"Se o aumento (de 4%) aplicado pela Shell foi uma atitude meditada que buscava a reação presidencial é um assunto que não tem uma só resposta. O certo é que, de acordo com funcionários de nível técnico do governo, não é habitual que uma petroleira faça um aumento de combustíveis sem dar conhecimento prévio à área de Energia. Se o problema era que as petroleiras estavam aumentando o petróleo cru, podiam ter trazido o tema, mas não fizeram isso", disse uma fonte ao Página 12.
O mesmo diário explica que o congelamento de preços dos combustíveis imposto pelo governo Kirchner no ano passado não afeta a todas as companhias da mesma forma e que, com a alta dos preços internacionais do petróleo, os efeitos pesam mais sobre as empresas não integradas, Shell e Esso, do que sobre as produtoras, Petrobras e Repsol. 
Segundo dados do Página 12, o custo de produção da Petrobras e da Repsol na Argentina é de aproximadamente US$ 8, incluindo o refino, já que as transferências de valor são internas. O preço de venda é de cerca de US$ 30 o barril. Ante este contexto, Shell e Esso, que só atuam no downstream, têm as opções de comprar o barril produzido na Argentina a US$ 30 ou importar a aproximadamente US$ 55. 
Ambos os jornais argentinos lembram que a Shell já quis vender seus ativos no país e que a petroleira venezuela mostrou-se interessada imediatamente. No Página 12, há a informação de que na época, a Shell haveria recebido uma sugestão desde os Estados Unidos, com cujas companhias comparte negócios de exploração no Iraque, para não facilitar a entrada da petroleiras na Chávez. Fontes do setor recordaram ao jornal que "a empresa pediu US$ 1 bilhão por seus ativos, que são compostos por uma refinaria e uma rede 900 de postos, dos quais apenas 150 são próprios." A oferta da PDVSA teria rondado os US$ 200 milhões.

Piquetes - O clamor do presidente Kirchner resultou em piquetes em várias estações de serviço da Shell no país e na preocupação dos donos dos postos, que apenas comercializam produtos da companhia.
"Das 900 estações do país que vendem produtos da Shell, só 200 pertencem a esta companhia", advertiu o titular da Confederação de donos de postos de gasolina, Raúl Castellanos, à rádio La Red, da Argentina.
Por outro lado, Nahuel Beibe, líder de uma manifestação pacífica realizada em estações de serviço declarava que a ação apontava a "pedir a nacionalização do petróleo e que a Shell se transfira para a PDVSA-Enarsa."
No poder legislativo, o titular da Comissão de Energia da Câmara dos Deputados, Jesús Blanco, qualificou de "torpeza" a decisão da Shell de aumentar o preço de seus combustíveis sem fazer nenhum aviso prévio. 
Blanco considera que por tratar-se de um recurso vital para as actividades econômicas o Estado deveria intervir e esclareceu que, embora haja competência de mercado, há preços de referência.

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