Argentina

Boicote à Shell pode ser pressão para venda de ativos à PDVSA

Imprensa argentina sugere que o Kirchner poderia estar "empurrando a Shell para fora do país para que a empresa venda seus ativos à PDVSA". Outra opção é que a própria Shell queira sair do mercado argentino, mas sem vender seus ativos para a estatal venezuelana. A PDVSA é sócia da Enarsa, e

Redação e imprensa
11/03/2005 03:00
Visualizações: 239 (0) (0) (0) (0)

O chamado ao boicote à Shell, feito pelo presidente argentino, Néstor Kirchner, suscita uma série de conjecturas na imprensa local. O jornal argentino La Nación sugere que o presidente poderia estar "empurrando a Shell para fora do país para que venda seus ativos para a PDVSA". A PDVSA é sócia da recém criada Enarsa, a estatal argentina de energia. Outra opção, sugerida na imprensa argentina no diário Página 12, é de que a própria Shell estaria interessada em desfazer-se de seus ativos no país, mas não quer vendê-los à estatal venezuelana.
"Se o aumento (de 4%) aplicado pela Shell foi uma atitude meditada que buscava a reação presidencial é um assunto que não tem uma só resposta. O certo é que, de acordo com funcionários de nível técnico do governo, não é habitual que uma petroleira faça um aumento de combustíveis sem dar conhecimento prévio à área de Energia. Se o problema era que as petroleiras estavam aumentando o petróleo cru, podiam ter trazido o tema, mas não fizeram isso", disse uma fonte ao Página 12.
O mesmo diário explica que o congelamento de preços dos combustíveis imposto pelo governo Kirchner no ano passado não afeta a todas as companhias da mesma forma e que, com a alta dos preços internacionais do petróleo, os efeitos pesam mais sobre as empresas não integradas, Shell e Esso, do que sobre as produtoras, Petrobras e Repsol. 
Segundo dados do Página 12, o custo de produção da Petrobras e da Repsol na Argentina é de aproximadamente US$ 8, incluindo o refino, já que as transferências de valor são internas. O preço de venda é de cerca de US$ 30 o barril. Ante este contexto, Shell e Esso, que só atuam no downstream, têm as opções de comprar o barril produzido na Argentina a US$ 30 ou importar a aproximadamente US$ 55. 
Ambos os jornais argentinos lembram que a Shell já quis vender seus ativos no país e que a petroleira venezuela mostrou-se interessada imediatamente. No Página 12, há a informação de que na época, a Shell haveria recebido uma sugestão desde os Estados Unidos, com cujas companhias comparte negócios de exploração no Iraque, para não facilitar a entrada da petroleiras na Chávez. Fontes do setor recordaram ao jornal que "a empresa pediu US$ 1 bilhão por seus ativos, que são compostos por uma refinaria e uma rede 900 de postos, dos quais apenas 150 são próprios." A oferta da PDVSA teria rondado os US$ 200 milhões.

Piquetes - O clamor do presidente Kirchner resultou em piquetes em várias estações de serviço da Shell no país e na preocupação dos donos dos postos, que apenas comercializam produtos da companhia.
"Das 900 estações do país que vendem produtos da Shell, só 200 pertencem a esta companhia", advertiu o titular da Confederação de donos de postos de gasolina, Raúl Castellanos, à rádio La Red, da Argentina.
Por outro lado, Nahuel Beibe, líder de uma manifestação pacífica realizada em estações de serviço declarava que a ação apontava a "pedir a nacionalização do petróleo e que a Shell se transfira para a PDVSA-Enarsa."
No poder legislativo, o titular da Comissão de Energia da Câmara dos Deputados, Jesús Blanco, qualificou de "torpeza" a decisão da Shell de aumentar o preço de seus combustíveis sem fazer nenhum aviso prévio. 
Blanco considera que por tratar-se de um recurso vital para as actividades econômicas o Estado deveria intervir e esclareceu que, embora haja competência de mercado, há preços de referência.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Internacional
Por ordem do governo dos EUA, Equinor suspende atividade...
17/04/25
Combustíveis
ANP esclarece sobre normas para exibição de preços de co...
17/04/25
Petrobras
RPBC comemora conquista do selo verde de Cubatão
17/04/25
Parceria
Petrobras e Coppe promovem parceria para reduzir perdas ...
16/04/25
Logística
Omni Táxi Aéreo é contemplada pela MAERSK para operação ...
16/04/25
Rio de Janeiro
Incertezas fazem Firjan projetar crescimento da economia...
16/04/25
Amazonas
Fundo de US$ 20 bi geraria royalties verdes suficientes ...
16/04/25
ANP
Laboratórios podem se inscrever até 23/04 no Programa de...
16/04/25
Refino
RPBC comemora 70 anos, com 11% da produção de derivados ...
16/04/25
Petrobras
US$ 1,7 bilhão serão investidos na destinação sustentáve...
16/04/25
Evento
Naturgy debate papel do gás natural na transição energét...
16/04/25
Combustíveis
ICONIC Base Oil Solutions é a nova distribuidora da Chev...
15/04/25
OTC HOUSTON 2025
Chris Lemons, mergulhador comercial de renome mundial, s...
15/04/25
SPE
Sustentabilidade da indústria de óleo e gás
15/04/25
Oportunidade
Omni Táxi Aéreo abre inscrições para Programa de Estágio...
14/04/25
Parceria
Petrobras e Coppe assinam termo de parceria para reduzir...
14/04/25
Eficiência Energética
Foresea desenvolve tecnologias para redução de emissões ...
14/04/25
Oferta Permanente
ANP contempla Margem Equatorial nos Blocos do 5º Ciclo d...
14/04/25
Etanol
Anidro cai 2,48% e hidratado fecha em alta pela 2ª seman...
14/04/25
Vitória PetroShow 2025
Vitória Petroshow 2025 consolida-se como o maior evento ...
13/04/25
Rio de Janeiro
Promoção Firjan e Infis, 3º Seminário Tributação em óleo...
11/04/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

22