Participaram ontem (7), do evento Pré-Sal Brasil 2010, que está sendo realizado até amanhã no Rio, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF). Os executivos trataram da questão do financiamento na camada pré-sal e indicaram que serão os principais canais federais de financiamento à cadeia produtiva do pré-sal.
Os bancos devem mapear as necessidades dos fornecedores da Petrobras e propor soluções financeiras. Ao apresentar o apoio do BNDES ao segmento de petróleo e gás, Wagner Bittencourt, diretor de infra-estrutura do banco, apontou R$340 bi em investimentos só no setor, e lembrou da criação de um núcleo específico para óleo e gás, unificando as operaçõesdo banco para o segmento.
Bittencourt, salientou que a capacidade de produção do setor tem realmente que aumentar, mas não pode-se esquecer da competitividade e do conteúdo nacional, que segundo ele, são questões importantíssimas à indústria brasileira.
Mas, o que surpreendeu de fato, foi a entrada da Caixa, financiadora de pessoas físicas, na estratégia financeira para o pré-sal. Apesar do crédito habitacional ser um dos focos da CEF, pouco se fala de sua atuação em cadeias de valores como financiamento a empresas da construção civil e do setor de saneamento. "A partir de um pedido do ministro Guido Mantega, começamos a estruturar uma ideia que já havia circulado internamente que era a de criar um superintendência para Petróleo e Gás", revelou Julio Cesar Costa, gerente de negócios da CEF.
Segundo o executivo, a recém-criada divisão da Caixa ganhou o nome de Superintendência Petrobras/BNDES e terá como função adotar parcerias estratégicas que viabilizem a cadeia produtiva. "Criamos um grupo de trabalho em conjunto com Petrobras e BNDES para mapear as necessidades dos fornecedores da estatal e propor soluções financeiras", afirmou Costa.
Entre elas, a busca por financiamento no mercado de capitais (nacional e internacional), o estreitamento de parcerias com entidades como Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) ou Sinaval (Sindicato da Construção Naval), um convênio com o Fundo de Marinha Mercante (FMM) e até mesmo a utilização de Fundos de Investimentos de terceiros. Em parceria com o banco Modal, a CEF administrará um Fundo de Investimento e Participação (FIP) – uma espécie de private equity – para alavancar companhias do setor. A ideia é investir uma média de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões por empresa, adqurindo de 20% a 35% de participação nas empresas que estejam dentro do perfil para o private equity.
Outra medida da Caixa é um novo modelo de aprovação de crédito baseado no cadastro que a Petrobras faz de potenciais forneedores. "Para que uma empresa preste serviço a Petrobras, ela precisa cumprir uma série de exigências. Nos utilizaremos este cadastro e aplicaremos um rating, com o objetivo de dar maior flexibilidade e agilidade na aprovação de crédito", explicou Costa. O setor deve investir R$ 340 bilhões somente no triênio 2010-2013. O BNDES deve financiar ou estruturar 60% disto.