O governo da primeira-ministra da Alemanha, a conservadora Angela Merkel, concordou ontem em estender o prazo de vida útil de dezessete usinas nucleares do país. Em troca, as empresas proprietárias desses usinas vão contribuir para um fundo que financiará projetos de energias alternativas.
A decisão reverte uma política de fechamento antecipado dessas usinas, adotada pelo governo alemão anterior, do social-democrata Gerhard Schröder.
Sete dessas centrais nucleares, construídas antes de 1980, poderão funcionar por oito anos a mais do que estava previsto. As demais dez usinas, mais novas, vão ganhar 14 anos a mais de operação. Isso significa um extensão de média de 12 anos em relação à data de fechamento das usinas, que deveria ser em 2022.
A decisão deve impulsionar as ações da E.ON, a maior geradora de energia nuclear da Alemanha, e da RWE, que caíram 21% este ano.
Na semana passada, o governo alemão já antecipara que as quatro empresas geradoras de energia nuclear no país -E.ON, RWE, EnBW e Vattenfall - pagariam uma taxa avaliada em € 2,3 bilhões a partir do próximo ano. Isso fez crescer os rumores de um acordo quanto à extensão da vida útil das usinas nucleares.
Além disso, as empresas pagarão ainda uma contribuição de € 300 milhões, em 2011 e 2012, que caíra para € 200 milhões nos anos seguintes, para financiar um fundo de investimento em projetos de energia renovável.
A decisão fará com que a dependência alemã de energia importada, principalmente do gás da Rússia, não aumente significativamente. A aposta alemã na energia nuclear deve influenciar outros países europeus.