Negócios

Ações da Petrobras caem mais de 7% após reajuste de combustíveis

Valor Online
25/06/2012 17:34
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O reajuste de combustíveis anunciado pela Petrobras na sexta-feira (22) ficou abaixo do esperado por analistas e investidores, derrubando os papéis da companhia no pregão de hoje (25). As ações preferenciais (PN) acentuaram a queda há pouco para 7,2%, a R$ 18,15, e as ordinárias (ON) perdiam 7,1%, a R$ 18,72. Os dois papéis lideravam as perdas do Ibovespa, que recuava 2,4%, para 54.130 pontos.

O Credit Suisse criticou a Petrobras dizendo que os preços internos ainda estão abaixo do mercado internacional. Para o banco, a companhia pode ter “perdido uma oportunidade única de recuperar a confiança do mercado”.

O banco de investimentos destaca também possíveis tensões entre a administração e o conselho. “Apesar dos esforços aparentes da nova gestão, sem dúvida um dos mais técnicos dos últimos 15 anos, há evidências limitadas de que o conselho tem apreço pelos acionistas minoritários ou preço das ações”.

A Petrobras reajustou a gasolina em 7,83% e o diesel em 3,94%, enquanto boa parte dos analistas esperavam aumento entre 10% e 15% para a gasolina.

David Beker, analista do Bank of America, comenta que o ajuste necessário para compensar a diferença do valor do combustível entre o mercado nacional e internacional era de 15% a 20%. Por isso, o ajuste de 7,83%, que é o máximo que poderia ser acomodado pela Cide, compensa apenas parcialmente a diferença.

O Citi avalia o reajuste como o segundo ponto positivo da nova administração da petroleira. O banco destaca, contudo, que alguns investidores esperavam um aumento maior e que o preço do diesel no Brasil continua abaixo do valor no mercado internacional.

“A Petrobras revisou seu plano de negócios recentemente, reduzindo os investimentos e adotando projeções mais realistas para a produção de petróleo, o que deve contribuir para reconquistar a confiança dos investidores”, acrescenta o relatório.

Segundo os cálculos do Citi, estas mudanças devem gerar um aumento de R$ 5 bilhões por ano no Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa. No segundo semestre, o aumento no Ebitda deve ser de R$ 2 bilhões e no lucro, de R$ 1,2 bilhão.

Mas o reajuste menor que o esperado não foi apenas uma percepção do mercado. O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse nesta manhã a analistas que o aumento “não atingiu a meta da companhia” e que os preços dos combustíveis continuam defasados em relação ao mercado internacional.

“Um dos pressupostos do plano [de negócios 2012-2016] é a paridade de preço internacional. Se a paridade não foi atingida, continua sendo a meta o seu atingimento. Ela não precisa ser feita no imediatismo das flutuações dos preços internacionais. Mas no médio prazo tem que estar alinhada. Essa é uma meta de que não abrimos mão”, afirmou Barbassa, durante o detalhamento do Plano de Negócios 2012-2016.
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