Redação TN Petróleo/Assessoria
O Global Innovation Lab for Climate Finance (o Lab - Laboratório Global de Inovação para Finanças Climáticas) selecionou seis novos instrumentos financeiros climáticos para seu programa de aceleração de 2021. Dois deles são do Brasil, entre os quais o Fundo Garantidor para Projetos de Biogás (Guarantee Fund for Biogas Projects).
Apresentado pela Associação Brasileira de Biogás (ABiogás), o Fundo Garantidor do Biogás visa fornecer garantias financeiras exigidas por bancos privados e, com isso, destravar cerca de US$ 100 milhões em investimentos, volume que pode financiar de 10 a 30 projetos.
As ideias selecionadas passarão por um período de sete meses de análise, teste de resistência, desenvolvimento e preparação para lançamento ainda este ano. Os empreendedores receberão orientação e apoio de líderes dos setores público e privado, que contribuem com sua experiência, capital político e capital financeiro para os instrumentos.
A ideia do Fundo Garantidor para Projetos de Biogás foi colocada pela primeira vez no Plano Nacional para o Biogás e Biometano (PNBB), elaborado pela ABiogás em 2014. Segundo o presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, um dos grandes desafios para captação de recursos para projetos de biogás é a alta garantia solicitada pelas instituições financeiras. Por isso, a ABiogás apresentou a proposta de criação de um fundo garantidor para reduzir o risco dos bancos e aumentar o acesso ao crédito.
“O grande desafio do biogás nesta nova fase é estruturar e dar garantia para o projeto durante os dois anos de construção. O objetivo da ABiogás, ao submeter a proposta ao Lab, é estruturar um fundo garantidor de projetos tecnicamente bem embasado para alavancagem, implantação e desenvolvimento de projetos com viabilidade técnica e econômica. Recursos existem, o que falta é mostrar para o mercado o que o biogás pode fazer, como pode fazer e prestar as garantias necessárias. Acredito que na hora que os investidores virem que já existe mais de R$ 700 milhões aplicados, e que a capacidade técnica está comprovada e madura, estes recursos em potencial vão ser empregados”, explicou Alessandro Gardemann.
O segundo projeto brasileiro selecionado é o Amazonia Sustainable Supply Chains. Proposto pela Mauá Capital, ele oferece financiamento antecipado para fornecedores de insumos em cadeias de valor sustentáveis na Amazônia.
"O Lab, a nosso ver, é uma instituição crucial para o desenvolvimento de novos instrumentos financeiros que enfrentem os desafios climáticos e de sustentabilidade no país. O Ministério da Economia espera que os instrumentos selecionados contribuam para atrair recursos privados para promover uma recuperação econômica verde sustentável após a pandemia COVID-19. O trabalho excepcional que o Lab realiza ajuda a expandir o envolvimento das partes interessadas no Brasil para alcançar nossos NDCs,” disse o membro do Lab Gustavo Fontenele, coordenador de economia verde do Ministério da Economia.
O Lab é uma iniciativa liderada por investidores que identifica, desenvolve e lança soluções promissoras para direcionar investimentos públicos e privados críticos para a ação sobre mudanças climáticas nas economias em desenvolvimento. A competição anual do Lab seleciona ideias promissoras em estágio inicial para investimento sustentável e desenvolve rapidamente essas ideias em investimentos e modelos de negócios escaláveis e financiáveis.
No seu sétimo ano, o Lab priorizou instrumentos que possam atrair investimentos sustentáveis e criar oportunidades para uma recuperação econômica verde pós-COVID-19.
“Nosso trabalho visa permitir uma verdadeira transição econômica sustentável enquanto o mundo se recupera da pandemia. A nova turma do Lab apresenta um conjunto de instrumentos inovadores capazes de direcionar recursos privados para reconstruir uma economia inclusiva, sustentável e resiliente, ” disse a dra. Barbara Buchner, diretora-geral global da Climate Policy Initiative, que coordena o Lab.
Desde a sua criação em 2014, o Lab tornou-se líder na aceleração de investimentos onde é mais necessário, tendo lançado 49 instrumentos financeiros que já mobilizaram USD 2,4 bilhões para projetos concretos em economias emergentes. Isso inclui USD 370 milhões investidos por membros do Lab — que incluem mais de 70 instituições governamentais, financeiras de desenvolvimento, filantropia e setor privado — bem como USD 2 bilhões de investidores adicionais.
Os membros do Lab escolheram as ideias de 2021 de uma lista altamente competitiva de 160 propostas apresentadas por instituições financeiras líderes de desenvolvimento, ONGs globais, desenvolvedores de projetos proeminentes, gerentes de ativos e empresas de serviços financeiros, e empresários.
Sobre a ABiogás
A Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) nasceu em 2013 e hoje conta com quase 80 empresas associadas que representam todos os setores da cadeia de produção do biogás, desde a produção ao aproveitamento comercial. Com responsabilidade na atuação junto aos órgãos competentes e o compromisso com a divulgação de informações relevantes, a ABiogás tem como missão ampliar o uso do biogás na matriz energética brasileira e desenvolver o mercado de biogás, promovendo a valorização energética sustentável dos resíduos.
Sobre o Lab
The Global Innovation Lab for Climate Finance (Laboratório Global de Inovação para Finanças Climáticas) identifica, desenvolve e lança instrumentos financeiros inovadores que podem direcionar bilhões de dólares em investimentos privados para ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. O Lab é financiado pela Bloomberg Philanthropies, o Ministério Federal Alemão para o Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU), o Ministério das Relações Exteriores da Holanda, a Fundação Rockefeller, a Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (SIDA) e Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial do Reino Unido. Climate Policy Initiative faz a coordenação do Lab.
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