Petróleo

Vazamento no Golfo do México deixa marcas profundas na biodiversidade marinha

Biólogo Fabio Moretzsohn palestrou sobre o tema no VII CBUC.

Redação
25/09/2012 19:28
Visualizações: 501 (0) (0) (0) (0)

 

O vazamento de óleo ocorrido no Golfo do México, em 2010, na plataforma da Deepwater Horizon, pode ter causado mais danos à vida marinha e as áreas ao redor do local do acidente do que o já foi revelado até agora. Estimativas indicam que o acidente causou a morte até o ano passado de aproximadamente seis mil tartarugas (de cinco espécies, todas ameaçadas de extinção), 26 mil mamíferos marinhos e 82 mil aves marinhas.
Os dados extraoficiais são estimados pelos cientistas que estudam os impactos causados pelo derramamento de óleo, considerado o pior acidente ambiental de todo o mundo, e foram apresentados no VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (VII CBUC) pelo biólogo Fabio Moretzsohn, Ph.D em Biodiversidade Marinha e cientista assistente de pesquisa do Harte Research Institute for Gulf of Mexico Studies, vinculado à Texas A&M University, dos Estados Unidos, em sua palestra sobre “Riscos à biodiversidade pela exploração de petróleo em águas profundas e no pré-sal brasileiro”. O VII CBUC está sendo realizado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, de 23 a 27 de setembro, em Natal (RN).
Moretzsohn afirmou que, apesar de impactantes, esses dados incluem apenas os animais vertebrados. “Pouco se preocupam com os invertebrados, plantas, algas e micróbios, que formam a base da cadeia alimentar, além das colônias de corais de profundidade”, alertou. Segundo ele, é provável que nunca se saiba a extensão da área afetada pelo derramamento, porque fazer pesquisas em profundidade é caro e difícil, e, além disso, o óleo demora dezenas de anos para se degradar e continua a afetar o meio ambiente.
Além das consequências ao meio ambiente, o acidente no poço de Macondo, que fica a 100 km da costa da Louisiana, trouxe prejuízos também, de forma indireta, à pesca, ao turismo - estima-se que hoje está em torno de US$ 23 bilhões - e à saúde pública. “Não foi maior porque felizmente as correntes marítimas não trouxeram a maior parte do óleo para a costa, mesmo assim o litoral e a baía foram atingidos e muitos animais mortos”, revelou Moretzsohn.
O acidente ocorrido no DMW derramou aproximadamente 4,9 milhões de galões, ou cerca de 780 milhões de litros de óleo, entre 20 de abril e 15 de julho de 2010. Foram quase três meses de derramamento de óleo em águas profundas. “Ainda não se sabe bem os danos causados à biota de água profunda. Há muitos estudos sendo feitos, mas os dados conclusivos demorarão vários anos”, explicou o biólogo.
Sobre a exploração do pré-sal no Brasil, Moretzsohn acredita que, em caso de um provável acidente, a maior parte do óleo não chegue a atingir a costa brasileira devido à distância, mas não deixa de ser grave. “O perigo do pré-sal é que por ser muito profundo, num caso de acidente seria difícil conter o derramamento no topo do poço, devido à grande pressão do óleo. Provavelmente a solução final seria perfurar um poço de alívio, o que demoraria meses para se concluir. Nesse intervalo, uma quantidade enorme de óleo e gás poderia ser derramada e atingir seriamente as comunidades de águas profundas, além das de águas mais rasas (numa escala menor)”, enfatizou.
Moretzsohn, no entanto, foi enfático ao afirmar que a exploração do pré-sal brasileiro requer o desenvolvimento de um plano emergencial preventivo de combate a possíveis acidentes em águas profundas, para proteger os ecossistemas oceânicos. “O Brasil precisa ter planos desenvolvidos para a região, baseados em pesquisas detalhadas sobre a geologia e ecologia local”, concluiu.

O vazamento de óleo ocorrido no Golfo do México, em 2010, na plataforma da Deepwater Horizon, pode ter causado mais danos à vida marinha e as áreas ao redor do local do acidente do que o já foi revelado até agora. Estimativas indicam que o acidente causou a morte até o ano passado de aproximadamente seis mil tartarugas (de cinco espécies, todas ameaçadas de extinção), 26 mil mamíferos marinhos e 82 mil aves marinhas.


Os dados extraoficiais são estimados pelos cientistas que estudam os impactos causados pelo derramamento de óleo, considerado o pior acidente ambiental de todo o mundo, e foram apresentados no VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (VII CBUC) pelo biólogo Fabio Moretzsohn, Ph.D em Biodiversidade Marinha e cientista assistente de pesquisa do Harte Research Institute for Gulf of Mexico Studies, vinculado à Texas A&M University, dos Estados Unidos, em sua palestra sobre “Riscos à biodiversidade pela exploração de petróleo em águas profundas e no pré-sal brasileiro”. O VII CBUC está sendo realizado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, de 23 a 27 de setembro, em Natal (RN).


Moretzsohn afirmou que, apesar de impactantes, esses dados incluem apenas os animais vertebrados. “Pouco se preocupam com os invertebrados, plantas, algas e micróbios, que formam a base da cadeia alimentar, além das colônias de corais de profundidade”, alertou. Segundo ele, é provável que nunca se saiba a extensão da área afetada pelo derramamento, porque fazer pesquisas em profundidade é caro e difícil, e, além disso, o óleo demora dezenas de anos para se degradar e continua a afetar o meio ambiente.


Além das consequências ao meio ambiente, o acidente no poço de Macondo, que fica a 100 km da costa da Louisiana, trouxe prejuízos também, de forma indireta, à pesca, ao turismo - estima-se que hoje está em torno de US$ 23 bilhões - e à saúde pública. “Não foi maior porque felizmente as correntes marítimas não trouxeram a maior parte do óleo para a costa, mesmo assim o litoral e a baía foram atingidos e muitos animais mortos”, revelou Moretzsohn.


O acidente ocorrido no DMW derramou aproximadamente 4,9 milhões de galões, ou cerca de 780 milhões de litros de óleo, entre 20 de abril e 15 de julho de 2010. Foram quase três meses de derramamento de óleo em águas profundas. “Ainda não se sabe bem os danos causados à biota de água profunda. Há muitos estudos sendo feitos, mas os dados conclusivos demorarão vários anos”, explicou o biólogo.


Sobre a exploração do pré-sal no Brasil, Moretzsohn acredita que, em caso de um provável acidente, a maior parte do óleo não chegue a atingir a costa brasileira devido à distância, mas não deixa de ser grave. “O perigo do pré-sal é que por ser muito profundo, num caso de acidente seria difícil conter o derramamento no topo do poço, devido à grande pressão do óleo. Provavelmente a solução final seria perfurar um poço de alívio, o que demoraria meses para se concluir. Nesse intervalo, uma quantidade enorme de óleo e gás poderia ser derramada e atingir seriamente as comunidades de águas profundas, além das de águas mais rasas (numa escala menor)”, enfatizou.


Moretzsohn, no entanto, foi enfático ao afirmar que a exploração do pré-sal brasileiro requer o desenvolvimento de um plano emergencial preventivo de combate a possíveis acidentes em águas profundas, para proteger os ecossistemas oceânicos. “O Brasil precisa ter planos desenvolvidos para a região, baseados em pesquisas detalhadas sobre a geologia e ecologia local”, concluiu.

 

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Biodiesel
Indústria doa equipamentos para fortalecer fiscalização ...
02/07/25
Macaé Energy
Licença Prévia do projeto Raia é celebrada na abertura d...
02/07/25
Hidrelétricas
GE Vernova garante pedido de Operação & Manutenção nas u...
01/07/25
Energia Solar
GoodWe e Fotus miram liderança em mercado bilionário no ...
01/07/25
Oportunidade
Auren Energia abre inscrições para Programa de Estágio 2025
01/07/25
Etanol de milho
Reconhecimento internacional do etanol de milho para pro...
01/07/25
Resultado
Maio registra recorde nas produções de petróleo e de gás...
01/07/25
Sustentabilidade
Binatural conquista certificação internacional em susten...
01/07/25
Firjan
Produção de petróleo na porção fluminense da Bacia de Ca...
01/07/25
ANP
Divulgado o resultado final do PRH-ANP 2025
01/07/25
Evento
Maior congresso técnico de bioenergia do mundo reúne 1,6...
01/07/25
Energia Eólica
Nova MP não será suficiente para conter impactos pervers...
30/06/25
Combustíveis
Gasolina cai só 0,78% em junho, mesmo após reajuste de 5...
30/06/25
Evento
Brasil avança na transição energética com E30 e B15 e re...
30/06/25
Fiscalização
ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 12 un...
30/06/25
Pessoas
Patricia Pradal é a nova presidente da Chevron América d...
30/06/25
IBP
Manifesto em Defesa do Fortalecimento da ANP
30/06/25
Resultado
ANP divulga dados consolidados do setor regulado em 2024
30/06/25
Etanol
Preços do etanol sobem na última semana de junho
30/06/25
Combustíveis
Fiscalização: ANP realiza novo debate sobre medida repar...
27/06/25
Margem Equatorial
Capacidade de inovação da indústria de O&G impulsiona es...
27/06/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.