Projeto é avaliado em US$ 6 bilhões.
Valor Online
A mineradora Vale deixou expirar na segunda-feira (4) a data para indicar quando serão restabelecidas as operações no projeto de exploração de potássio de Rio Colorado, na Argentina, avaliado em US$ 6 bilhões.
Desde 22 de dezembro o projeto está ocioso, mas nem a Vale nem a província de Mendoza, onde está o ativo, apresentaram uma atualização oficial. A Vale apenas comentou que o recesso dos trabalhadores no feriado de fim de ano está sendo estendido, enquanto a companhia “avalia mudanças na economia do projeto”.
Francisco Perez, governador de Mendoza, que estipulou a data de 4 de fevereiro para a Vale submeter um novo cronograma para o projeto, viajou para Buenos Aires na segunda-feira, para um encontro com o ministro de Planejamento, segundo sua assessoria de imprensa.
O jornal “Diario Los Andes”, de Mendoza, informou que o presidente-executivo da Vale, Murilo Ferreira, deve se reunir com Perez.
No fim de janeiro, o governador de Mendoza disse que Rio Colorado poderia ser considerado “abandonado” e “a concessão vai expirar devido ao não cumprimento de compromissos”, se a Vale não entregar o documento.
Segundo o jornal, a suspensão dos trabalhos em Rio Colorado colocou pressão financeira sobre os fornecedores e subcontratados na remota região em que a mina está localizada. As autoridades estão preocupadas também com o futuro dos 4,5 mil funcionários.
Analistas do Bank of America Merrill Lynch (BofA), que elevaram a recomendação da ação da Vale de neutra para compra na semana passada, esperam que a companhia suspenda a operação em Rio Colorado devido a uma “economia muito desfavorável”. A depreciação do peso argentino nos últimos anos elevou os custos “entre 40% e 50%, pelo menos”, afirmam o banco em relatório.
Os executivos da Vale evitam comentar o assunto. Em uma apresentação para investidores e analistas, Luciano Siani, diretor financeiro, preferiu não comentar o projeto.
Em resposta a uma pergunta sobre as implicações da suspensão das operações em Rio Colorado, Siani disse que a Vale tem a “obrigação de avaliar no que já investiu, mas também de olhar as perspectivas adiante”.
“Nós também não temos problemas hoje em retirar de nosso balanço ativos que não oferecem a geração de caixa compatível com o que investimos”, acrescentou Siani.
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