Álcool

Usinas planejam investir R$ 720 milhões em Goiás

Valor Econômico
26/07/2004 00:00
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 Sem tradição em açúcar e álcool, Goiás reúne esforços para se tornar a nova rota do setor sucroalcooleiro no Centro-Oeste do país. Onze projetos para a construção de usinas de açúcar e álcool, com investimentos totais calculados em R$ 720 milhões em dois anos, podem mudar o perfil do Estado - com tradição em grãos e pecuária - e abrir oportunidades para o Estado também no exterior.
As terras mais baratas que nas tradicionais regiões canavieiras do país, a logística que permite o escoamento da produção para os portos de Santos (SP) e Vitória (ES), além dos benefícios fiscais concedidos pelo Estado, têm atraído tradicionais empresários paulistas e do Nordeste para Goiás, já cotado no setor, com certo exagero, como novo "eldorado do álcool", posto ocupado atualmente por Ribeirão Preto (SP).
"Há um movimento do setor privado para migrar parte da produção para Goiás. O Estado tem um porto seco e uma boa localização geográfica", afirma Sérgio Duarte, gerente de atração e promoção da Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás.
Para o novo "eldorado do álcool" sair do papel, será preciso pesados investimentos na expansão da área plantada para cana e no aumento da capacidade de produção das atuais dez usinas instaladas no Estado.
A produção de cana do Estado é de 13,5 milhões de toneladas, volume pequeno se comparado com os 220 milhões de toneladas colhidos em São Paulo - o maior Estado produtor do país e que detém a maior produção de cana-de-açúcar do mundo. Mas o Estado de Goiás poderá brigar pela vice-liderança em oferta de cana no país se conseguir dobrar a produção da matéria-prima nos próximos dois anos. A área plantada no Estado ocupa 200 mil hectares, mas pode avançar sobre os 5 milhões de hectares ocupados atualmente com pastagens.
"O Estado tem tudo para se tornar a nova fronteira para cana", diz Igor Montenegro, presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool e Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg). Os preços da terra, de acordo com Montenegro, são atraentes. O preço médio das terras no Estado estava em torno de R$ 11,7 mil por hectare entre janeiro e fevereiro deste ano, enquanto em São Paulo, no mesmo primeiro bimestre, o preço médio estava em R$ 22,7 mil/ha, conforme levantamento da FNP Consultoria & Comércio.
Três dos onze projetos estão programados para sair do papel ainda neste ano. Segundo Duarte, as 11 usinas planejadas devem ser instaladas em 11 municípios diferentes.
Pelo menos um dos investidores - o grupo Cotril - não tem tradição no setor. Os investimentos serão feitos com base nas boas perspectivas do álcool no mercado internacional. O grupo tem como principal negócio a produção de equipamentos para mineração e asfalto. Segundo Domingos Pereira de Ávila Júnior, diretor-sócio do grupo, o mercado de álcool pode se tornar um lucrativo negócio para o grupo. "Contratamos uma consultoria para fazer um `business plan` para açúcar e álcool", afirma. A companhia pretende definir, no curto prazo, o local para a instalação da nova usina para iniciar as operações a partir de 2006/07.
O grupo São João (Araras), um dos maiores de São Paulo, confirma investimentos no Estado, mas não dá mais detalhes sobre a nova fábrica. O grupo Vale do Verdão, de Goiás, também deverá construir uma nova usina. "O Estado já é auto-suficiente na produção de álcool. Portanto, toda a produção extra poderá ser negociada no mercado internacional", afirma Montenegro.

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