Álcool

Usinas do Centro-Sul deixam de exportar

Jornal do Commercio
08/05/2008 12:22
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Destilarias de álcool do Centro-Sul do Brasil postergaram a exportação de cargas de combustível para garantir o abastecimento no mercado interno, cuja demanda está entre 45% e 50% superior ao consumo do mesmo período do ano passado. Além dos estoques baixos, a produção de álcool no mês de abril deverá ser inferior à de igual período de 2007. A maioria das destilarias ficou mais tempo parada no primeiro mês da safra 2008/2009 em decorrência das chuvas que impediram a colheita da cana-de-açúcar.

 

"Boa parte dos compromissos para maio foi postergada por conta do produto escasso, pois, se exportar mais, sobra menos álcool no mercado interno. Até houve saída para o mercado externo, mas muitas usinas que não conseguiram iniciar a moagem prorrogaram o embarque para suprirem a demanda interna", disse o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio Padua Rodrigues. "Portanto, não foi o excesso de saídas de álcool que prejudicou o abastecimento aqui,"

 

Rodrigues avalia que o balanço do primeiro mês da safra, a ser divulgado possivelmente na próxima semana, trará uma moagem inferior às 20 milhões de toneladas de cana e uma produção menor que os 780 bilhões de litros de álcool de abril de 2007. "Já na primeira quinzena de abril, tanto a moagem quanto a qualidade da matéria-prima eram inferiores ao mesmo período do ano passado, e tudo indica que na posição final de abril devem ficar inferior à do ano passado", afirmou.

 

A expectativa era que os volumes de processamento e de produção fossem bem maiores que em abril do ano passado, já que a safra 2008/2009 terá quase 70 milhões de toneladas de cana a mais que a passada.

 

Com um cenário de produção menor que a demanda e consumo alto (abastecido com estoques em queda em abril) houve aumento nos preços do álcool nas usinas nas últimas duas semanas de 9,85% para o hidratado e de 3,8% para o anidro, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). "Mas é bom lembrar que os preços ainda estão muito mais baixos do que no mesmo período de 2007", lembrou Rodrigues.

 

Segundo o Cepea/Esalq, se comparadas as primeiras semanas de maio de 2007 e 2008, o preço do litro do anidro hoje é 24,7% mais baixo e o do hidratado é 11,91% menor em valores absolutos.

 

Na previsão da Unica, com a estiagem dos últimos dias e o cenário de menos chuvas a partir de maio no Centro-Sul, as usinas vão ampliar a moagem e a produção de álcool e o mercado deve voltar à normalidade, com uma oferta bem superior à demanda e uma estabilidade de preços já a partir desta semana.

 

"Quando a safra estiver em pleno processamento, são cerca de 130 milhões de litros de álcool produzidos por dia, para uma demanda de 50 milhões de litros por dia", concluiu.

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