Jornal do Commercio
O presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco, afirmou ontem que o grupo vai reduzir descontos sobre o preço do aço em 10% a partir de 1º de setembro e que não espera novo resultado negativo para os próximos trimestres, após a siderúrgica fechar os três primeiros meses do ano no vermelho. A companhia, que é responsável por cerca de 40% do aço plano consumido no Brasil, está operando com cerca de 85% e 90% de sua capacidade, depois de índice de 50% no começo do ano.
"Não espero que os níveis de preços que alcançamos em 2008 voltem a ocorrer em 2009. Isso é impossível de acontecer atualmente e, no ano que vem, de jeito nenhum," afirmou no fim do 2º Encontro Nacional de Siderurgia, em São Paulo.
Segundo Castello Branco, o mercado de aço "está melhorando, mas ainda estamos na primeira perna do W. Pode ser que, após o consumo dos estoques pela cadeia, os clientes estejam comprando de volta para se reabastecer e parar lá na frente", disse. O executivo comentou ainda que o alto-forno 1 da usina de Ipatinga (MG) vai continuar parado até o final deste ano.
"Pode ser que religuemos ao longo do primeiro semestre do ano que vem."Sobre os resultados dos próximos trimestres, o presidente da Usiminas afirmou que "não, não voltam a cair para o vermelho de jeito nenhum". Segundo ele, uma grande melhoria nos resultados da companhia deve se apresentar no último trimestre, quando devem acabar os estoques de matérias-primas compradas a preços antigos mais elevados.
GERDAU. Baseado na alta de 16% das entregas de aço em julho ante junho, o diretor-presidente do Grupo Gerdau, André Johannpeter, por sua vez, disse esperar resultados melhores em seu balanço no terceiro trimestre. "A tendência é continuar melhorando de forma lenta e gradual", afirmou o executivo. A empresa cogita elevar o uso de sua capacidade instalada a níveis "ideais" de 70% a 80%, mas o ritmo desse reajuste dependerá da retomada da demanda pelo insumo. Hoje, a Gerdau trabalha com algo entre 60% e 70% de sua capacidade, mas esteve a 50% no início deste ano, em virtude da crise financeira.
"É de se esperar que a volta da utilização da capacidade instalada acompanhe a demanda, senão vai ter sobreoferta: isso pressiona preços e margens", destacou. "O que queremos é buscar esse aumento da capacidade olhando para os sinais de recuperação nos mercados onde atuamos", acrescentou.
Johannpeter reiterou que a Gerdau pretende contratar funcionários, a depender da recuperação do mercado, com ênfase à área produtiva voltada à construção civil. O executivo não forneceu detalhes sobre as recontratações e tampouco disse quantos funcionários foram dispensados por causa da crise.
CSN. Durante o 2º Encontro Nacional da Siderurgia, promovido pelo Instituto Aço Brasil, antigo Instituto Brasileiro de Siderurgia, o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, Benjamin Steinbruch, afirmou que considera precipitada uma eventual retirada ainda neste ano de incentivos governamentais a setores de consumo e vê com cautela sinais de recuperação da economia mundial, que podem estar fomentando excesso na produção de aço. "Temos que deixar passar esse ano para ver se a crise está mesmo minimizada e aí tomar as decisões," afirmou o executivo.
"Acho que está havendo artificialidade na divulgação dos números do setor. Tenho preocupação sobre o que vai acontecer com esse excesso de produção no Brasil e no exterior."
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