O Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deverá concluir, até meados deste ano, estudos para iniciar, em 2013, a construção de um prédio que vai abrigar até 100 pequenas e médias empresas. Os investimentos ficarão em torno de R$ 200 milhões.
O diretor executivo do parque, Maurício Guedes, informou que o novo edifício, chamado Torre da Inovação, terá também um hotel e um centro de serviços, com praça de alimentação e lojas de conveniência, “dos quais o campus da UFRJ está muito carente”. A previsão é que o prédio entre em funcionamento entre 2015 e 2016.
Para 2012, a programação do Parque Tecnológico da UFRJ prevê a incorporação de mais uma área de 20 mil metros quadrados e novos espaços para a instalação de mais dez centros de pesquisas de grandes empresas. Atualmente, o parque conta com 41 empresas instaladas e em processo de instalação, desde novas unidades até grandes grupos econômicos. “E vamos ter a ocupação mais intensiva de área, que está sendo adquirida do Exército pelo governo do estado para incorporar novas empresas”.
Outro marco importante previsto para o parque este ano é o início da construção dos centros de pesquisa da GE e da L’Oreal. Guedes informou que o espaço, que pertencia ao Exército, tem capacidade para abrigar mais oito empresas. “A nossa meta é que grande parte dessas áreas seja ocupada durante o ano de 2012”. Somente dez grandes empresas estão investindo no parque mais de R$ 500 milhões.
O diretor destacou a complexidade do sistema de inovação que está sendo criado. “A gente está reunindo um conjunto de grandes players (empresas que concorrem em um determinado mercado), principalmente ligados ao setor de petróleo”. Observou, porém, que isso não é suficiente para um sistema sustentável de geração de riqueza.
“O que a gente está conquistando aqui no Rio, no momento, é esse sistema completo e sustentável, em que você tem grande capacidade acadêmica da UFRJ e de outras universidades localizadas na cidade, além de grandes âncoras empresariais e novas empresas”. A ideia, ao longo dos próximos anos, é ampliar a capacidade para 50 empresas que nascem na incubadora, de forma simultânea, e um número importante de organizações de pequeno e médio porte.
Trata-se de um ambiente que tem “porte e foco” em algumas áreas específicas de atuação. “Energia e meio ambiente são as mais importantes, mas isso abre um leque para outros tipos de atividade”. Guedes não tem dúvida de que o parque terá visibilidade internacional. Isso será muito bom para o estado do Rio e para o Brasil, assegurou. “É mais um passo que o país dá para o reconhecimento de sua capacidade científica e tecnológica em nível internacional”.
A publicação de artigos científicos brasileiros em revistas internacionais tem aumentado nos últimos anos. Mas Maurício Guedes admitiu que na área da inovação, “o Brasil ainda está devendo. Acho que ambientes como esse, não só no Rio, mas em outras regiões, poderão significar mais um passo importante na capacidade de inovação do país”.
Parque confirma vocação para área de meio ambiente
De acordo com Maurício Guedes, seis pequenas empresas aprovadas para instalação no parque atuam na área de meio ambiente. “Meio ambiente é uma vocação clara desde o início do planejamento do parque”. Dessas pequenas companhias, quatro são graduadas da Incubadora de Empresas da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da UFRJ.
As seis novas companhias vão se somar a outras três de pequeno porte já instaladas no parque, que visam à realização de estudos de consultoria em logística, à criação de softwares (programas de computador) e à fabricação de membranas para processos de separação.
Além disso, o parque conta com 20 empresas nascentes na incubadora e 12 empresas de grande porte, “a maioria atraída pelas oportunidades do setor de petróleo e gás”, disse Guedes. É o caso da GE, da Siemens, Usiminas e da EMC, líder mundial de equipamentos de armazenamento de dados, por exemplo.