<P>Piratas somalis tentaram sequestrar o navio Maersk Alabama, no primeiro ataque a uma embarcação de bandeira americana no golfo do Áden, trecho mais perigoso para o transporte marítimo internacional, na costa da Somália. Os tripulantes conseguiram recuperar o controle do navio, mas o comandan...
Folha de S. PauloPiratas somalis tentaram sequestrar o navio Maersk Alabama, no primeiro ataque a uma embarcação de bandeira americana no golfo do Áden, trecho mais perigoso para o transporte marítimo internacional, na costa da Somália. Os tripulantes conseguiram recuperar o controle do navio, mas o comandante foi tomado refém em um barco salva-vidas.
Os EUA mobilizaram o destróier USS Bainbridge e pelo menos seis outros navios para forçar a libertação do capitão Richard Phillips, comandante do Maersk Alabama. Resolução do Conselho de Segurança da ONU, proposta pelos EUA e aprovada por unanimidade em dezembro, autoriza operações de combate por terra e ar contra os piratas da Somália.
Em entrevista por celular à CNN, ontem à tarde, o tripulante Ken Quinn disse que a libertação de Phillips estava sendo negociada. Apesar da libertação de um dos criminosos, dominado pelos tripulantes, os piratas não soltaram o capitão e exigem um resgate em dinheiro, afirmou. Nós tínhamos um deles, um pirata. Nós o mantivemos por 12 horas e depois o entregamos. Mas não entregaram o capitão, contou Quinn.
Carregado com contêineres do programa de alimentos da ONU e de outras organizações humanitárias, o navio seguia para o porto de Mombaça, no Quênia, e foi atacado no início da manhã de ontem, a cerca de 450 km de Ely, na costa da Somália. Vinte tripulantes, todos americanos, estavam a bordo do cargueiro de 17 mil toneladas, que pertence à subsidiária americana da companhia dinamarquesa Moller-Maersk.
Andrea Phillips, mulher do comandante, disse que o sequestro talvez fosse inevitável, já que o marido navegava nas águas somalis havia um bom tempo. Estado falido, a Somália tornou-se refúgio de criminosos que exigem regaste para devolver navios e cargas.
A costa somali é parte da rota entre o oceano Índico e o mar Mediterrâneo, estratégica para o transporte marítimo internacional. A proliferação de ataques desafia a crescente presença de Marinhas estrangeiras na região.
Desde o início do ano, ocorreram 66 ataques na costa da Somália. Os piratas mantêm sob controle 14 navios, com 260 tripulantes, segundo o Birô Marítimo Internacional, agência da ONU especializada na segurança da marinha mercante.
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