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Três chaves para a otimização da virtualização, por Kong Yang

Kong Yang
15/02/2017 12:13
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Com a migração para a nuvem aumentando a um ritmo acelerado, muitas empresas do setor começaram a supor que chegamos ao fim da era da virtualização. No entanto, embora tenha apresentado uma evolução considerável, concomitante à de seu parente menos conhecido, a tecnologia de virtualização continua viva e passa bem. Isso não quer dizer que as situações e os serviços não estejam mudando.

Para começar, o panorama tradicional da virtualização foi abalado por tecnologias adjacentes, como contêineres, microsserviços e serviços de nuvem, que estão forçando profissionais de TI a ampliarem consideravelmente as bases de conhecimento. Já não basta que os administradores de virtualização operem somente nas fronteiras de um único fornecedor, como VMware® ou, cada vez mais, Microsoft®.

Ao mesmo tempo, o VMware, que manteve a liderança de mercado desde a chegada da virtualização ao data center, vem sendo desafiado cada vez mais pelo Hyper-V® da Microsoft, à medida que este continua a avançar rumo à equiparação quanto aos principais recursos e funcionalidades, antes exclusivos do VMware vSphere®. Por exemplo, a habilidade do vSphere de permitir a sobrecarga de memória de máquinas virtuais (VMs) em um único host – como a execução de VMs com um total de RAM virtual de 32 GB em um servidor físico com apenas 16 GB de RAM física – agora também conta com o suporte do Hyper-V. Esta e outras equiparações de recursos, juntamente com a maneira como o Hyper-V está incluído no pacote de licenciamento de softwares da Microsoft, estão incentivando clientes antigos do VMware a abandonar o líder de mercado pela Microsoft.

Também é importante lembrar que, no geral, estamos trabalhando em um mercado de tecnologia muito mais saturado. A transformação digital introduziu uma infinidade de aplicativos móveis (experiências digitais disponíveis por meio de um portal na Web ou hospedadas) que se tornaram essenciais para o sucesso da empresa moderna. As organizações de hoje não apenas precisam ser capazes de realizar mudanças rápidas e evoluir com as novas tecnologias, mas seus departamentos de TI devem estar em harmonia com os grupos de interesse da empresa, de modo a capacitar e garantir, da melhor forma possível, a qualidade desses serviços. O sucesso da empresa depende disso.

Anteriormente, nosso foco (especialmente entre os que se consideram administradores de virtualização) se concentrava principalmente na otimização de elementos da infraestrutura, o aspecto operacional da TI. Agora, precisamos pensar sobre como estamos otimizando a experiência do usuário final, uma tarefa muito maior quando se considera a velocidade e a amplitude atuais das mudanças.

Dessa forma, para ajudar a lidar com esses novos desafios e garantir que nossos ambientes estejam mais bem preparados para proporcionar escala e desempenho, juntamente com cargas de trabalho na nuvem, apresentamos três chaves para a otimização da virtualização moderna e como começar a implementar cada uma delas.

1. Saiba onde você esteve

A primeira etapa em qualquer estratégia de otimização é contar com um conhecimento básico dos dados históricos. Para fazer qualquer tipo de melhoria ou ajuste técnico, você precisa conhecer seu ambiente de linha de base. Isso deve incluir não apenas uma visão em tempo real da integridade e do desempenho de seu sistema, mas também um inventário de todos os recursos virtuais disponíveis em seu data center e do grau de eficiência e eficácia com que eles estão sendo usados.

Por que essa linha de base é essencial para garantir que seu data center virtual seja o mais moderno e eficiente possível?

Primeiro, à medida que você busca adicionar novos serviços e aplicativos, juntamente com hardwares mais novos executados em chipsets mais modernos ou funcionando como um acelerador assistido por hardware, a capacidade de se basear em uma linha de base estabelecida de integridade e desempenho permitirá uma escalabilidade muito mais tranquila em suporte às cargas de trabalho adicionadas.

 

Em segundo lugar, e talvez o mais importante, é necessário precisar quanto seu ambiente virtual pode se estender, a fim de proteger os dados de sua organização e garantir o uso mais eficaz dos recursos disponíveis. A dispersão de máquinas virtuais, um desafio comum inerente à virtualização, tem origem nas VMs que, em última análise, se perderam nas operações do dia a dia da TI em vez de serem devidamente aposentadas. A dispersão gera tanto o potencial de desperdício e perda de recursos quanto graves ameaças à segurança. Uma VM perdida ou esquecida que precisa de um patch de segurança se transforma em um alvo fácil para invasores.

Isso é especialmente importante porque, com tantas alternativas à virtualização tradicional, erros básicos e negligências do administrador, como dimensionamento incorreto dos recursos virtuais ou gerenciamento indevido de recursos, podem fazer com que as unidades de negócio busquem satisfazer suas necessidades em outras fontes. Isso inclui serviços de nuvem pública e serviços prestados pela terceirização da TI. Aqui entra a TI das sombras. Por exemplo, 71% dos profissionais de TI que responderam a uma recente pesquisa da SolarWinds estimaram que seus usuários finais usam aplicativos baseados em nuvem não sancionados pela TI.

Como consequência, é preciso utilizar uma tecnologia que ajude a capturar e manter registros do desempenho do ambiente virtual. Idealmente, essa ferramenta também deve incluir a capacidade de fornecer uma análise à medida que os ambientes virtuais se transformam, de modo a permitir uma previsão mais confiável em termos de alocação de recursos, orçamentos e desempenho. Por fim, qualquer ferramenta que você implemente deve ajudar a monitorar todo o ambiente virtual, já que entender os recursos atualmente em uso e a integridade de cada um deles permitirá retomar a confiança na eficácia e na eficiência de seu data center.

2. Automatize para corrigir

Depois de estabelecer uma linha de base confiável para seu ambiente, você deve utilizar a automação para se livrar de grande parte das tarefas manuais necessárias. A verdadeira otimização de um ambiente virtualizado começa pela instrumentação do ambiente com uma tecnologia de gerenciamento automatizado que reúne dados, analisa o desempenho e fornece alertas automáticos que formam a base para uma automação e orquestração mais avançadas.

Logicamente, à medida que o data center continua a se consolidar e as funções deixam de ser tão compartimentalizadas, muitos profissionais de TI podem inadvertidamente se transformar em administradores de virtualização, mesmo que não tenham a experiência básica dos especialistas treinados. Talvez você se enquadre nessa categoria. Essa situação desafiadora soma-se a outra também difícil quando a questão é corrigir problemas de desempenho do ambiente virtual. Na verdade, de acordo com o relatório Estado da Arquitetura e do Monitoramento do Data Center de 2016 elaborado pela ActualTech Media, os administradores de TI precisam de um período que varia, em média, de uma hora a um dia completo para identificar com precisão a causa raiz de um problema de desempenho da virtualização e de um tempo ainda maior para corrigi-lo.

Mas o desafio não é insuperável. A curva de aprendizado pode ser drasticamente reduzida com um gerenciamento da virtualização que conte com as habilidades corretas. Isso significa ser capaz de eliminar o ruído para trazer rapidamente à tona a causa raiz de um problema de desempenho e permitir a correção quase imediata por meio de ações recomendadas, e até automatizadas, resultantes de uma análise de dados específica ao seu data center virtual.

Também proporciona liberação de exercícios manuais para solução de problemas entre os principais constructos, como computação, memória, armazenamento e rede, pela análise automática dos dados históricos do ambiente para criação de relatórios sobre seu crescimento e utilização ao longo do tempo e seu estado futuro previsto. Dessa forma, você poderá dedicar mais tempo para investigar tecnologias adjacentes relevantes e aprimorar os modernos conjuntos de habilidades do data center.

Em geral, organizações que fazem com sucesso a transição para uma maior automação de seus ambientes virtuais criam uma infraestrutura virtualizada mais resiliente e responsiva que realmente aproveita as vantagens da virtualização, tais como maior velocidade, maior economia de custos e atendimento simplificado ao usuário final.

3. Boletins

O último componente essencial de uma estratégia de otimização é a criação de relatórios. A criação de relatórios é a melhor maneira de converter dados em dólares, preenchendo a lacuna entre o departamento de TI e a gerência da empresa.

Você deve buscar estabelecer um sistema "show-back" (retroativo), em que relatórios sobre o consumo de recursos – e talvez até seus custos teóricos – possam ser compartilhados com os responsáveis pela tomada de decisões de negócios e com os usuários finais. Essa criação de relatórios ajuda a trazer à tona as vantagens do gerenciamento eficiente do ambiente virtual, como a recuperação de 25% dos recursos virtuais por meio da otimização dos processos. Uma recuperação de espaço desse porte pode indicar que a organização não precisa mais investir pesado em novos servidores. Em vez disso, novas VMs podem ser provisionadas no ambiente virtual atual.

Em consideração especial aos usuários finais, que estão dispostos a aproveitar uma quantidade quase infinita de recursos virtuais, um mecanismo de criação de relatórios é uma forma útil de demonstrar que os recursos virtuais não são gratuitos e, dessa forma, refrear as chances de dispersão.

É verdade que cada vez mais organizações estão considerando a migração para a nuvem para obter benefícios como economias de custos, agilidade no desempenho de aplicativos e menos gerenciamento da infraestrutura. No entanto, essa mesma maioria continuará mantendo o data center local, onde a virtualização reina e continuará reinando. Assim, enquanto administrador de virtualização, seja intencional ou acidentalmente, você deve levar em conta essas três chaves para a otimização. Com elas, você poderá não apenas capitalizar melhor novas tecnologias introduzidas pela nuvem e pela TI híbrida (como Funções como serviço sem servidor, contêineres, microsserviços, serviços de nuvem pública etc.), mas também gerenciar o ambiente virtual de modo a proporcionar uma experiência de qualidade eficaz para seus usuários finais.

 

Sobre o autor: Kong Yang, Head Geek™ da SolarWinds

 

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