Termelétrica

Tractebel tenta viabilizar térmica a carvão

Investimentos de R$ 1,8 na região Sul.

Valor Online
29/07/2014 10:40
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A Tractebel tentará neste ano viabilizar a construção de uma grande térmica a carvão, batizada de Pampa Sul, no município de Candiota (RS), enquanto não enxerga perspectivas para térmicas a gás natural no país. A usina, que deve demandar investimentos de R$ 1,8 bilhão, fará parte do próximo leilão promovido pelo governo, no dia 30 de setembro, quando serão ofertados contratos de energia provenientes de projetos que ficarão prontos em cinco anos (A-5). A capacidade de geração da termelétrica será de 350 MW, mas pode chegar a 600 MW no futuro.
O empecilho para tirar o investimento do papel será, como sempre, o preço. Segundo o diretor financeiro da Tractebel, Eduardo Sattamini, o Índice Custo Benefício (ICB) da térmica é de R$ 225 por MWh. Isso significa que, se esse preço não for alcançado, o projeto vai continuar na gaveta.
"O carvão não é tão horroroso", diz Sattamini, ao citar as novas tecnologias empregadas pelo setor. Essa, porém, é a fonte mais poluente e o renascimento da indústria do carvão no Brasil tem sido duramente criticada por ambientalistas, que veem um retrocesso na política energética. Mas, na visão de Sattamini, as térmicas são importantes para dar estabilidade ao sistema elétrico. O Brasil é altamente dependente de hidrelétricas e atravessa uma de suas piores crises energéticas devido à seca. Não se espera que o carvão venha a ter uma participação relevante na matriz energética, como na China.
Ao ser indagado sobre usinas a gás natural, Sattamini reage: "Que gás natural?". A Petrobras, segundo ele, não garante fornecimento do combustível para novos empreendimentos. A Tractebel teria um grande interesse em importar GNL (gás natural liquefeito), mas também não acredita que essa alternativa será viabilizada pelo governo brasileiro. A GDF Suez, a controladora da Tractebel, já possui terminais de GNL no Chile e Uruguai.
Neste ano, a seca e a queda na geração das hidrelétricas impactaram o balanço da Tractebel, maior geradora de capital privado do país e a elétrica com maior valor de mercado na Bovespa. "Foi a primeira vez que apresentei um resultado tão baixo desde que ingressei na companhia, no fim de 2009", disse Sattamini. Foi o pior desempenho desde 2003, quando as dívidas em dólar foram majoradas pela desvalorização cambial, levando a geradora ao vermelho.
A Tractebel lucrou R$ 363 milhões no primeiro semestre, a metade do que ganhou em igual período de 2013. No segundo trimestre, o lucro recuou 77%, já que a companhia precisou comprar energia no mercado de curto prazo para honrar seus contratos. Mas o pior já passou, pelo menos para companhia, que terá mais energia no segundo semestre.
As geradoras são obrigadas a definir em dezembro a estratégia de alocação de energia para todo os meses do ano seguinte, num jogo de adivinhação que nem sempre dá certo. "Se eu soubesse que as condições hidrológicas seriam tão ruins, obviamente a estratégia seria diferente", diz Sattamini. "Mas, aí, seria apitar jogo de videotape".
Neste ano, o déficit no volume gerado pelas hidrelétricas deve ficar entre 7% e 8% - em relação o volume que teria de ser entregue para o sistema elétrico (garantia física), previu Sattamini. Segundo ele, o déficit de 5 % custou à empresa R$ 420 milhões no primeiro semestre, considerando um preço médio de R$ 680 por MWh no mercado de curto prazo.

A Tractebel tentará neste ano viabilizar a construção de uma grande térmica a carvão, batizada de Pampa Sul, no município de Candiota (RS), enquanto não enxerga perspectivas para térmicas a gás natural no país. A usina, que deve demandar investimentos de R$ 1,8 bilhão, fará parte do próximo leilão promovido pelo governo, no dia 30 de setembro, quando serão ofertados contratos de energia provenientes de projetos que ficarão prontos em cinco anos (A-5). A capacidade de geração da termelétrica será de 350 MW, mas pode chegar a 600 MW no futuro.

O empecilho para tirar o investimento do papel será, como sempre, o preço. Segundo o diretor financeiro da Tractebel, Eduardo Sattamini, o Índice Custo Benefício (ICB) da térmica é de R$ 225 por MWh. Isso significa que, se esse preço não for alcançado, o projeto vai continuar na gaveta.

"O carvão não é tão horroroso", diz Sattamini, ao citar as novas tecnologias empregadas pelo setor. Essa, porém, é a fonte mais poluente e o renascimento da indústria do carvão no Brasil tem sido duramente criticada por ambientalistas, que veem um retrocesso na política energética. Mas, na visão de Sattamini, as térmicas são importantes para dar estabilidade ao sistema elétrico. O Brasil é altamente dependente de hidrelétricas e atravessa uma de suas piores crises energéticas devido à seca. Não se espera que o carvão venha a ter uma participação relevante na matriz energética, como na China.

Ao ser indagado sobre usinas a gás natural, Sattamini reage: "Que gás natural?". A Petrobras, segundo ele, não garante fornecimento do combustível para novos empreendimentos. A Tractebel teria um grande interesse em importar GNL (gás natural liquefeito), mas também não acredita que essa alternativa será viabilizada pelo governo brasileiro. A GDF Suez, a controladora da Tractebel, já possui terminais de GNL no Chile e Uruguai.

Neste ano, a seca e a queda na geração das hidrelétricas impactaram o balanço da Tractebel, maior geradora de capital privado do país e a elétrica com maior valor de mercado na Bovespa. "Foi a primeira vez que apresentei um resultado tão baixo desde que ingressei na companhia, no fim de 2009", disse Sattamini. Foi o pior desempenho desde 2003, quando as dívidas em dólar foram majoradas pela desvalorização cambial, levando a geradora ao vermelho.

A Tractebel lucrou R$ 363 milhões no primeiro semestre, a metade do que ganhou em igual período de 2013. No segundo trimestre, o lucro recuou 77%, já que a companhia precisou comprar energia no mercado de curto prazo para honrar seus contratos. Mas o pior já passou, pelo menos para companhia, que terá mais energia no segundo semestre.
As geradoras são obrigadas a definir em dezembro a estratégia de alocação de energia para todo os meses do ano seguinte, num jogo de adivinhação que nem sempre dá certo. "Se eu soubesse que as condições hidrológicas seriam tão ruins, obviamente a estratégia seria diferente", diz Sattamini. "Mas, aí, seria apitar jogo de videotape".

Neste ano, o déficit no volume gerado pelas hidrelétricas deve ficar entre 7% e 8% - em relação o volume que teria de ser entregue para o sistema elétrico (garantia física), previu Sattamini. Segundo ele, o déficit de 5 % custou à empresa R$ 420 milhões no primeiro semestre, considerando um preço médio de R$ 680 por MWh no mercado de curto prazo.

 

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