<P>O trabalho no Porto de Santos aumentou 25% em janeiro último, de acordo com levantamento do Órgão Gestor de Mão-de-obra (Ogmo). Nesse mês foram escalados 6.511 avulsos (estivadores, conferentes e pessoal do bloco, entre outros) contra 5.176 no mesmo período do ano anterior. Mas o ganho real...
A Tribuna - SPO trabalho no Porto de Santos aumentou 25% em janeiro último, de acordo com levantamento do Órgão Gestor de Mão-de-obra (Ogmo). Nesse mês foram escalados 6.511 avulsos (estivadores, conferentes e pessoal do bloco, entre outros) contra 5.176 no mesmo período do ano anterior. Mas o ganho real do portuário teve uma queda.
Apesar do maior número de trabalhadores chamados ao cais, o valor pago a esses profissionais teve um aumento de somente 7,26%, passando de R$ 10.803.843,25 para R$ 11.589.024,47. A média de ganhos, portanto, foi de quase R$ 1,8 mil por avulso, quando era de pouco mais de R$ 2 mil no primeiro mês do ano de 2006.
Segundo o gerente de operações do Ogmo, Ubiratan Vargas Xavier, mesmo assim, este foi o melhor janeiro da história da entidade. ‘‘Eu atribuo esse resultado a dois fatores. O primeiro é a temporada de transatlânticos, que exigiu muita mão-de-obra, e o segundo são os resquícios dos embarques do açúcar’’, explicou Xavier.
Em relação aos navios de cruzeiros, essa foi a maior e mais longa temporada e, por isso, resultou na requisição de mais gente que nas estações anteriores, especialmente de estivadores. Mas a movimentação também exigiu escalações de trabalhadores de retroárea, como guindasteiros e vigias.
A operação nos transatlânticos depende dos avulsos quando há fornecimento a navios — seja de gêneros alimentícios, seja de combustível para a embarcação. ‘‘Um navio médio de passageiros demanda cerca de dois ternos (equipes de trabalhadores)’’. Conforme dados estatísticos do Ogmo, em janeiro último foram feitas 121 requisições ao órgão pelas operadoras de navios de cruzeiros, ante os 79 pedidos do mesmo mês de 2006.
Em relação ao açúcar — a segunda razão para o aumento do pagamento aos avulsos na comparação dos dois últimos meses de janeiro — os embarques da carga permaneceram fortes no início deste ano. Apesar de ser pouco sazonal (as exportações da commodity distribuem-se ao longo do ano) a maior parte dos embarques nunca acontece em dezembro, janeiro e fevereiro.
Mas foi justamente nesse trimestre que elas se acentuaram em relação ao mesmo período de outros anos. Excepcionalmente no início deste ano ainda houve exportação do granel. E como o açúcar é a carga que mais emprega mão-de-obra do Ogmo — de acordo com a empresa, um cargueiro do tipo exige cinco ternos de trabalho —, foram feitas várias escalações no período.
Esse cenário explica o aumento de estivadores chamados ao cais — de 3.443 homens em janeiro retrasado para 4.873 homens em janeiro passado, um crescimento de pouco mais de 41%.
O mesmo vale para o número de solicitações de vigias de bordo. Em janeiro de 2006 foram escalados 3.812 ante 4.071 no mesmo mês este ano, um aumento de 6,7%.
No total, houve um aumento de 1.071 requisições entre os dois últimos meses de janeiro, saindo de 3.307 para 4.378 — um salto de 32,3%. Cada requisição é um pedido de solicitação, que pode ser tanto de um terno como de cinco ternos.
Em relação às categorias que registraram redução nas escalações — conferentes e empregados da administração, por exemplo — o gerente de operações do Ogmo, Ubiratan Xavier, argumenta. ‘‘Alguns conferentes têm vínculo empregatício com o operador, então um operador que não tenha conferente requisita mais’’.
Já em relação aos trabalhadores do Sindaport, explicou Xavier, ‘‘houve alguns operadores que conseguiram, através de liminar, a possibilidade de não requisitar’’. Foi o caso do Terminal para Exportação de Veículos (TEV), por exemplo.
De acordo com Xavier, as perspectivas para este ano não são tão otimistas e não devem repetir a média dos resultados de janeiro último. Segundo ele, devido à tendência de o País exportar etanol os usineiros devem deixar de produzir o açúcar a granel priorizando o combustível — operação na qual a mão-de-obra do trabalhador avulso não é utilizada.
‘‘Isso é uma expectativa, pois a economia está tendendo para o etanol’’, explicou Xavier, que disse, porém, não ter dados comprovando essa situação. ‘‘Mas isso deve começar a ocorrer no meio do ano’’, apostou, lembrando que o Ogmo ‘‘já sentiu isso em 2004’’, quando da explosão da produção dos carros flex (bicombustíveis).
Fonte: A Tribuna - SP
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