Petroquímica

Suzano e Unipar têm visões antagônicas sobre modelo para criar pólo do Sudeste

Valor Econômico
23/05/2005 03:00
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Os grupos Unipar e Suzano - sócios na Rio Polímeros (Riopol), o novo pólo gás-químico que será inaugurado no Rio em junho - têm visões opostas sobre a consolidação dos seus ativos na região Sudeste para formação de uma grande central petroquímica.
Cada uma das duas companhias, controladas por tradicionais famílias Feffer, na Suzano, e Geyer, na Unipar, buscam a liderança do processo que poderá formar um grupo petroquímico suficientemente grande para tentar fazer sombra à Braskem, a maior empresa do setor.
O discurso de ambos grupos parece semelhantes, embora as propostas sejam antagônicas. "Qualquer consolidação do setor no Sudeste passa pela Suzano", costuma enfatizar João Pinheiro Nogueira Batista, vice-presidente executivo da Suzano Petroquímica. A área petroquímica da Suzano vem crescendo e já alcançou receita de R$ 2 bilhões no ano passado.
"De todas as grandes empresas, a Unipar é a que tem maior conjunto de peças para a consolidação dos ativos no Sudeste. Não há integração que não passe pela Unipar", voltou a reiterar, na semana passada, o presidente da empresa, Roberto Garcia. A Unipar teve receita bruta de R$ 3,1 bilhões em 2004.
Desde a privatização da indústria petroquímica nos início dos anos 90, o setor vem buscando uma reorganização dos ativos, descruzando participações societárias, para gerar maior valor. Criada em 2002, a Braskem foi a primeira companhia a consolidar a integração, juntando a central de matérias-primas do Nordeste a empresas de segunda geração, que fabricam as resinas usadas pela indústria de plástico.
A companhia, controlada pela Odebrecht, também está em vias de incorporar outros ativos no Sul, num acordo em andamento com a Petrobras, que poderá consolidar outro pólo petroquímico.
Ao contrário de Braskem, Suzano e Unipar estão formadas como uma holding, tendo participações em outras empresas. A maioria dos ativos está no Sudeste, maior mercado consumidor.
Em seu desenho para consolidação na região, a Unipar avalia a necessidade de reorganizar as participações dos acionistas da Petroquímica União (PQU), central de matérias-primas de São Paulo, na qual é majoritário com 37,5% do controle. Na PQU, Dow Brasil, Polibrasil, Unigel e Oxiteno também fazem parte do bloco de controle, com 24,4% das ações ordinárias. "Depois de viabilizar a expansão da PQU, podemos dar início às conversas", disse Roberto Garcia.
Uma das possibilidade é integrar a Polietilenos União, fabricante de resinas plásticas, à PQU, o que daria uma posição de hegemonia à Unipar na principal empresa de São Paulo. Num segundo momento, a Unipar proporia a junção da PQU à Rio Polímeros, formando um bloco na região Sudeste.
A Suzano, por seu lado, tem um esboço diferente do projeto. A intenção do grupo é integrar ativos de segunda geração (fábricas de resinas). Para o grupo paulista, o ideal é integrar a Polibrasil, que faz polipropileno, à Riopol, que fará polietileno. São produtos de alto valor agregado. Neste cenário, a integração com PQU viria em um segundo momento, depois de resolvida a reorganização societária da petroquímica de São Paulo.
Em quaisquer dos dois desenhos, tanto Suzano como Unipar afirmam que a consolidação do pólo Sudeste tem a Petrobras como peça-chave. A estatal é sócia dos dois grupos tanto na Rio Polímeros quanto na PQU, fornecedora de matéria-prima para as duas centrais e tem manifestado desejo de ser mais ativa no setor. Com a recente decisão de não ficar restrita ao capital da Braskem, vai poder participar de outros projetos petroquímicos no país. A chave da reorganização dos ativos no Sudeste passa pela estatal.

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