Representantes das federações das indústrias dos três Estados do Sul assinaram nesta segunda-feira (23), em Curitiba, manifesto no qual pedem ao governo federal mais investimentos em logística e distribuição de gás natural na região. Na opinião deles, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão sendo preteridos nas políticas de investimento da área.
“Temos problemas em comum e esse do gás é muito claro”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo. “Nossas indústrias têm passado dificuldades no momento e vão ter muito mais no futuro.” A intenção é buscar apoio dos governos estaduais e também ir até Brasília para pedir mais atenção da presidente Dilma Rousseff.
Campagnolo afirmou que a questão do preço do gás é importante, mas mais urgente, na opinião dele, é a garantia da oferta. “Estamos deixando de receber investimentos porque estão privilegiando alguns estados da federação”, reclamou. Uma das demandas é por um porto para receber navios de gás de outros países. E uma opção, acrescentou, seriam as parcerias público-privadas (PPPs) para a realização de investimentos.
O Sul consome 4,8 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia e o segmento industrial é responsável por 72% desse total. “O Paraná tem capacidade para ampliar em 450 mil metros cúbicos o abastecimento de gás, mas este adicional não dará conta do aumento da demanda”, afirmou o presidente da Compagas, estatal do Paraná, Luciano Pizzatto.
Além do porto, Pizzato sugeriu a exploração e operação de novas reservas. E citou dois poços de gás no Paraná, com capacidade para 100 mil metros cúbicos diários, considerados pequenos para a Petrobras, mas que podem ser aproveitados para atender municípios do interior do estado.
Outra alternativa citada para melhorar o fornecimento foi o aumento na pressão do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), que poderia ampliar em 3 milhões de m³ a oferta diária na região (50% a mais do que é ofertado hoje).
Um grupo de trabalho foi criado para dar mais atenção ao tema.