O Ceará terá exploração de novos poços de petróleo a partir de 2011, quando deve receber as sondas para esta atividade. As sondas podem ter uso em lâminas de águas profundas e colunas de rocha. Os equipamentos a serem utilizados no Estado também têm capacidade para exploração na camada do pré-sal, mas isso não significa necessariamente que isso um dia será concretizado. A informação foi repassada ontem, no dia em que a estatal também comunicou a descoberta de petróleo no primeiro poço em águas ultraprofundas da Bacia Sergipe-Alagoas, de qualidade semelhante ao óleo encontrado na Bacia de Campos.
Segundo o gerente executivo de Exploração, Mário Carminatti, a Petrobras tem adquirido blocos exploratórios no Nordeste. Ele ressaltou que esse trabalho em Sergipe foi iniciado em 2004 e hoje começa a dar resultados. "As atividades vão continuar em um ritmo bom", garantiu. De acordo com ele, no Ceará, o trabalho está em fase de estudos técnicos.
"O triênio 2011/2012/2013 será muito acelerado com relação a perfurações na margem equatorial brasileira", comentou. Para o Ceará, estão previstos pelo menos dois poços para o ano que vem. A margem equatorial tem pouco histórico de atividade de exploração de petróleo, por conta do foco da Petrobras nas últimas décadas em ampliar a produção das províncias petrolíferas do Sudeste, em busca da autossuficiência nacional na produção de petróleo. O planejamento de exploração prevê o uso de sondas entre 2011 e 2013 para os blocos da margem equatorial, o que inclui o Ceará. A estatal, conforme o gerente, não revela os investimentos nem o cronograma para o triênio, mas reiterou que vão continuar as atividades de forma "acentuada". Isso porque os estudos já indicaram viabilidade. "As situações são prospectáveis", afirmou. De acordo com Carminatti, a aquisição sísmica em Pernambuco foi encerrada e a estatal começa o processamento de dados.
Óleo do pré-sal
Carminatti e outros executivos da Petrobras receberam a imprensa para coletiva ontem, na qual repassaram informações sobre o primeiro óleo produzido a partir do pré-sal na área de Tupi. A entrada em operação do navio plataforma Cidade de Angra dos Reis, primeiro sistema definitivo de produção instalado em Tupi.
A nova plataforma está conectada inicialmente ao poço RJS-660, que será testado tecnicamente até a Declaração de Comercialidade (DC) da jazida. A DC está prevista para o fim de dezembro, quando estará concluída sua interligação a outros poços produtores, e a área de Tupi entrará na fase de desenvolvimento da produção.
Além de Sergipe e Ceará, porém, é crescente a atividade em outras bacias marítimas, como Pará-Maranhão, onde Petrobras e OGX têm concessões. A empresa de Eike Batista acredita ter reservas em torno de 447 milhões de barris de óleo equivalente (somado ao gás) em suas cinco concessões naquela bacia.