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A Tribuna - SPA Confederação Nacional dos Transportes (CNT) estima que a solução dos principais obstáculos físicos e operacionais que comprometem a eficiência das ferrovias brasileiras exigiria hoje investimentos de aproximadamente R$ 4,19 bilhões. Levantamento feito pela CNT aponta que a velocidade média dos trens de carga, no Brasil, é de apenas 22,7 km/h, pouco mais de 25% da velocidade média das ferrovias nos Estados Unidos, de 82 km/h.
No Brasil, em alguns casos, principalmente quando os trens cortam áreas urbanas, caso de Santos, a velocidade dos trens pode chegar a apenas 5 quilômetros por hora. Esse é um dos principais ‘‘gargalos’’ da malha ferroviária apontados pela entidade.
A região do Porto de Santos é tida pela CNT como uma das complicadas. ‘‘A grande preocupação é com a Baixada Santista e a região de Campinas. Nas duas regiões, vamos trabalhar com a Secretaria de Habitação de São Paulo para eliminar essas invasões’’, disse.
A pesquisa também estima que para os próximos anos são necessários investimentos de R$ 9,413 bilhões na expansão da malha ferroviária. Esse montante já inclui os R$ 7,8 bilhões destinados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o setor. Entre as obras listadas pela CNT estão a nova Transnordestina e a ampliação em 840 quilômetros da malha de Santa Catarina.
Segundo o presidente do departamento ferroviário da CNT, Rodrigo Vilaça, que também é diretor da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), alguns desses investimentos deveriam ser feitos pelo poder público, principalmente no que ser refere à solução de problemas como a remoção de moradores que invadem a faixa de domínio das ferrovias. Essas invasões e os problemas nas passagens de nível são os principais responsáveis pela baixa velocidade média dos trens no Brasil, segundo a CNT.
A remoção das invasões em faixas de domínio de ferrovias no Estado de São Paulo deve exigir investimentos de R$ 20 milhões, segundo o levantamento da CNT. Desde o início das privatizações, em 1996, as concessionárias de ferrovias no Brasil já investiram mais de R$ 12 bilhões, segundo a CNT.
De acordo com a confedereção, outras obras para resolver os gargalos podem ser feitas por meio de parcerias público privadas (PPP), como é o caso do tramo Norte do Ferroanel de São Paulo, obra avaliada em R$ 850 milhões. A CNT considera como ‘‘eliminação de gargalos’’ tanto obras como a construção de contornos ferroviários como intervenções mais simples, como a sinalização de ‘‘passagens de nível’’, que são os pontos onde as ferrovias cruzam com rodovias ou até mesmo com avenidas.
‘‘Se não eliminarmos esses gargalos e não aumentarmos a velocidade dos trens, o sistema pode vir a travar em 2010’’, disse Vilaça. A pesquisa da CNT mostrou que existem no País 12,3 mil passagens de nível, das quais 2.503 em situação ‘‘crítica’’. Há, ainda, 434 casos de invasão de faixas de domínio. Nessas invasões, disse Vilaça, residem, hoje, cerca de 200 mil famílias. (Agência Estado)
Fonte: A Tribuna - SP
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