Gás

Sobra de gás é de 20 milhões de metros cúbicos, diz Foster

DCI
27/05/2009 09:30
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A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, admitiu ontem, no seminário Gas Summit, realizado em São Paulo, que há sobras de cerca de 20 milhões de metros cúbicos/dia.



Esse volume está no mercado como resultado da combinação da queda da produção de energia termoelétrica com o melhor nível de afluências e consequente aumento de reservatórios de hidroelétricas e a redução do consumo industrial, estimulado pela crise e pela substituição do gás natural por outro energético, como o óleo combustível, migração esta motivada pela maior competitividade de outros energéticos comparados ao preço do GN. "Hoje, eu tenho 20 milhões de metros cúbicos de gás sobrando e eu não tenho o que fazer com esse volume", admitiu a executiva.



Apesar dessas sobras, a diretora da estatal disse que a tendência dos valores cobrados pelo insumo é de queda, mas não arriscou um palpite de quanto nem quando isso deverá ocorrer. Por isso, os setores da indústria que desejam obter o energético a um preço mais baixo em 2009 terão outras duas ou três oportunidades para a aquisição com os próximos leilões de gás que a estatal planeja até o final do ano. De acordo com a executiva, o preço nos cinco certames já realizados em 2009, para a entrega em maio, junho e julho e que comercializaram cerca de 5 milhões de metros cúbicos em média, teve uma redução média de 40%.



A diretora da estatal disse que a demanda já está se recuperando em função da retomada da atividade econômica. Segundo dados da Petrobras, o consumo médio registrado em maio até a última segunda (25) era de 31,9 milhões de metros cúbicos por dia, apenas para o mercado não térmico, que engloba a indústria, residências e comércio. Em abril, esse volume foi de 29,2 milhões de metros cúbicos/dia e em março foi de 28,8 milhões de metros cúbicos/dia. Contudo, comparado ao mesmo período do ano passado, a demanda ainda é menor, em maio de 2008 a demanda foi de 38,3 milhões de metros cúbicos de gás por dia, em média.



Foster deixou claro ontem que uma redução drástica dos preços do gás natural pode não acontecer como diversos setores da indústria, como o químico, de vidros e de cerâmica, expressaram recentemente ao cobrar do Ministério de Minas e Energia (MME) uma política comercial ao invés do monopólio da Petrobras. Foster argumenta que a combinação entre a termoeletricidade funciona como um "estepe" em caso de escassez hídrica, forçando a estatal a não ter contratos firmes de gás, o que leva a empresa a pagar um prêmio por recorrer ao mercado spot. "Quando falamos em 70 milhões de metros cúbicos para térmicas, precisamos de lastro firme de gás e isso vai para o preço", disse ela. "O gás entra para complementar, é como um seguro e isso custa, tem ainda o desenvolvimento de exploração em águas profundas, de equipamentos e alta tecnologia", apontou.



Outro complicador do preço é a flexibilidade que o sistema elétrico nacional e toda a infraestrutura que deve existir para fornecimento a termoelétricas a gás. É justamente essa infraestrutura que fez a executiva dizer que a estatal precisa de uma regulação para determinar a demanda adicional de gás que pode ocorrer se o plano da EPE de transformar a gás natural todas as usinas a óleo e a carvão de leilões já ocorridos.


"Isso [fornecimento] não é trivial precisamos de uma regulação", cobrou Foster. "Já falei isso para o Tolmasquim [presidente da EPE] e mandei uma carta para o MME, dizendo que juridicamente não poderia escolher um gerador ou outro e oferecer algum gás para ele trocar o óleo, pois existe a possibilidade que eu consiga fornecer mas não tudo, pois não sei quanto seria necessário", revelou ela, que afirmou ainda que essas térmicas devem estar coladas em gasodutos, senão o preço pode sofrer reajustes.



Questionada sobre a participação da empresa em geração de energia elétrica, Foster disse que a estatal dará continuidade a projetos de geração mas como sócia minoritária, pois dessa forma proporciona mais agilidade nas obras, que acontecem mais rapidamente, porém estabeleceu no mínimo um parâmetro, "os sócios precisam de mais conhecimento que o da Petrobras em geração de energia elétrica", afirmou. Entre as fontes, ela apontou a geração eólica e a hídrica, principalmente. "Olha, estou gostando muito de água e da integração com o gás, mas não está nos planos da empresa entrar em grandes hidroelétricas", finalizou ela.



A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que a empresa tem uma sobra de 20 milhões de metros cúbicos de gás e que por isso a estatal planeja fazer mais dois ou três leilões de gás para comercializar esse volume, que está descontratado.



"Hoje, eu tenho 20 milhões de metros cúbicos de gás sobrando, e eu não tenho o que fazer com esse volume", admitiu a executiva.



Apesar dessas sobras, a diretora da estatal disse que a tendência dos valores cobrados pelo insumo é de queda, mas não arriscou um palpite de quanto ou quando isso deverá ocorrer. Por isso, os setores da indústria que desejam obter o energético a um preço mais baixo em 2009 terão essas duas ou três oportunidades de aquisição, com os próximos leilões de gás que a estatal planeja até o final do ano.

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