Eletricidade

Risco de déficit de energia já chega a 20%

Uso de termelétricas deverá ser mais intenso.

Valor Econômico
04/02/2014 12:20
Visualizações: 244 (0) (0) (0) (0)

 

O risco de déficit de energia elétrica nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste já chega a mais de 20% neste ano. A metodologia usada pelo próprio governo para definir a operação do sistema interligado nacional aponta que esse é o risco de que falte pelo menos um megawatt de eletricidade para atender à demanda ao longo de 2014.
Caso esse desequilíbrio seja pequeno, não há nenhuma necessidade de decretar racionamento e é possível reduzir a entrega de energia aos consumidores por meio de medidas "sujas" na operação, conforme explicou ao 'Valor' um técnico com longa experiência na área.
Em condições normais, o governo considera um risco de 5% como aceitável e desenha toda a operação levando em conta esse limite. A situação atual indica, no mínimo, que o uso das termelétricas deverá ser mais intenso do que o planejado nos próximos meses. Em janeiro do ano passado, quando os reservatórios baixaram demais e forçaram o governo a prolongar o acionamento das usinas térmicas, o risco era de 18,6% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (que constituem um único submercado em termos operacionais) e de 18,7% na região Sul. Hoje, é de 20,2% e 20,75%, respectivamente.
Na quinta-feira da semana passada, dia em que foi atingida uma demanda recorde no sistema interligado, o pico alcançou 83.962 MW. Para déficits de mil MW ou 2 mil MW, de acordo com esse técnico, é factível adotar medidas que reduzam a tensão no sistema. Assim, consegue-se fazer uma administração "suja" da demanda, reduzindo a quantidade de energia levada aos consumidores. Os efeitos são relativamente sutis: lâmpadas podem acender com voltagem inferior, transformadores são usados no limite, a indústria eletrointensiva pode sofrer "apaguinhos" de milésimos de segundo. Evitam-se, no entanto, medidas de restrição ao consumo (racionamento) ou "apagões" de maior escala.
Há mais chances do que o desejável, no entanto, de um déficit igual ou superior a 5% da carga total de eletricidade. Com esse nível de desequilíbrio, já não se pode "administrar" a demanda e um racionamento torna-se praticamente inevitável. O risco de um déficit de tal dimensão já alcança 5,9% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que constituem um único submercado em termos operacionais, e 5,35% no Sudeste. No Nordeste, é ínfimo.
Esses números foram calculados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) a partir da aplicação do Newave, um programa de computador que define a operação mensal do sistema, usando um modelo matemático para definir a melhor política de geração (o mix entre energia hidráulica e térmica).
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, considera "prematuro" fazer "especulações" em torno de medidas para conter a demanda. Segundo ele, o sistema passa por uma "grande prova de fogo", devido ao baixo volume de chuvas. "Em outras épocas, não se teria passado por uma situação climática tão adversa sem racionamento", disse.
Tolmasquim lembrou que o sistema elétrico atravessou a pior seca das últimas oito décadas, em 2013, no Nordeste. Em janeiro, no Sudeste/Centro-Oeste, o volume de precipitações foi o mais baixo para o mês desde 1954. "Mesmo assim, o nível dos reservatórios está acima do ano passado, temos oferta de energia entrando, estamos segurando [o sistema]", afirmou o executivo.
A perspectiva, no entanto, é desfavorável. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em relatório divulgado na sexta-feira, prevê que o volume de água que chegará aos reservatórios em fevereiro vai ficar em apenas 55% da média histórica no Sudeste e no Centro-Oeste. Com isso, a tendência é que o armazenamento nos reservatórios termine o mês abaixo de igual período de 2013.
O estoque de água estava em 45,5% da capacidade máxima, no Sudeste/Centro-Oeste, no fim de fevereiro do ano passado. A previsão atual do ONS é que, dessa vez, o nível esteja em 41,5%. Diante do cenário hidrológico ruim, os preços da energia no mercado de curto prazo já bateram recorde.

O risco de déficit de energia elétrica nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste já chega a mais de 20% neste ano. A metodologia usada pelo próprio governo para definir a operação do sistema interligado nacional aponta que esse é o risco de que falte pelo menos um megawatt de eletricidade para atender à demanda ao longo de 2014.

Caso esse desequilíbrio seja pequeno, não há nenhuma necessidade de decretar racionamento e é possível reduzir a entrega de energia aos consumidores por meio de medidas "sujas" na operação, conforme explicou ao 'Valor' um técnico com longa experiência na área.

Em condições normais, o governo considera um risco de 5% como aceitável e desenha toda a operação levando em conta esse limite. A situação atual indica, no mínimo, que o uso das termelétricas deverá ser mais intenso do que o planejado nos próximos meses. Em janeiro do ano passado, quando os reservatórios baixaram demais e forçaram o governo a prolongar o acionamento das usinas térmicas, o risco era de 18,6% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (que constituem um único submercado em termos operacionais) e de 18,7% na região Sul. Hoje, é de 20,2% e 20,75%, respectivamente.

Na quinta-feira da semana passada, dia em que foi atingida uma demanda recorde no sistema interligado, o pico alcançou 83.962 MW. Para déficits de mil MW ou 2 mil MW, de acordo com esse técnico, é factível adotar medidas que reduzam a tensão no sistema. Assim, consegue-se fazer uma administração "suja" da demanda, reduzindo a quantidade de energia levada aos consumidores. Os efeitos são relativamente sutis: lâmpadas podem acender com voltagem inferior, transformadores são usados no limite, a indústria eletrointensiva pode sofrer "apaguinhos" de milésimos de segundo. Evitam-se, no entanto, medidas de restrição ao consumo (racionamento) ou "apagões" de maior escala.

Há mais chances do que o desejável, no entanto, de um déficit igual ou superior a 5% da carga total de eletricidade. Com esse nível de desequilíbrio, já não se pode "administrar" a demanda e um racionamento torna-se praticamente inevitável. O risco de um déficit de tal dimensão já alcança 5,9% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que constituem um único submercado em termos operacionais, e 5,35% no Sudeste. No Nordeste, é ínfimo.

Esses números foram calculados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) a partir da aplicação do Newave, um programa de computador que define a operação mensal do sistema, usando um modelo matemático para definir a melhor política de geração (o mix entre energia hidráulica e térmica).

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, considera "prematuro" fazer "especulações" em torno de medidas para conter a demanda. Segundo ele, o sistema passa por uma "grande prova de fogo", devido ao baixo volume de chuvas. "Em outras épocas, não se teria passado por uma situação climática tão adversa sem racionamento", disse.

Tolmasquim lembrou que o sistema elétrico atravessou a pior seca das últimas oito décadas, em 2013, no Nordeste. Em janeiro, no Sudeste/Centro-Oeste, o volume de precipitações foi o mais baixo para o mês desde 1954. "Mesmo assim, o nível dos reservatórios está acima do ano passado, temos oferta de energia entrando, estamos segurando [o sistema]", afirmou o executivo.

A perspectiva, no entanto, é desfavorável. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em relatório divulgado na sexta-feira, prevê que o volume de água que chegará aos reservatórios em fevereiro vai ficar em apenas 55% da média histórica no Sudeste e no Centro-Oeste. Com isso, a tendência é que o armazenamento nos reservatórios termine o mês abaixo de igual período de 2013.

O estoque de água estava em 45,5% da capacidade máxima, no Sudeste/Centro-Oeste, no fim de fevereiro do ano passado. A previsão atual do ONS é que, dessa vez, o nível esteja em 41,5%. Diante do cenário hidrológico ruim, os preços da energia no mercado de curto prazo já bateram recorde.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
Pré-Sal
Produção do FPSO Cidade de Angra dos Reis no campo de Tu...
22/01/25
Gasmig
Gás natural e sustentabilidade: o futuro da energia limpa
22/01/25
Vitória PetroShow 2025
Vitória PetroShow 2025: Oportunidades e Inovação no Seto...
22/01/25
Petrobras
Com quase 2,5 milhões de litros de gasolina e 455 milhõe...
22/01/25
PD&I
Programa NAVE impulsiona inovação aberta no setor de pet...
22/01/25
Evento
ORPLANA reúne cooperativas e alinha estratégias para o C...
22/01/25
Pará
Terminal da Ultracargo em Vila do Conde amplia capacidad...
21/01/25
Petrobras
Produção de Bunker bate recorde na RNEST
21/01/25
Refino
Revap bate recordes históricos em 2024 na produção de as...
21/01/25
Posicionamento IBP
Lei Complementar nº 214/2024 - Regulamentação da Reforma...
21/01/25
Rio Grande do Sul
Petrobras irá comercializar bunker com conteúdo renováve...
21/01/25
Gás Natural
Compagas tem plano de investimentos de R$ 505 milhões pa...
21/01/25
Bahia Oil & Gas Energy
BOGE25 terá espaço para que bancos e fundos de investime...
20/01/25
Resultado
Com 3,5 bilhões de litros de gasolina produzidos, Repar ...
20/01/25
Brandend Content
Nova solução voltada a produtores de biometano impulsion...
17/01/25
Apoio Offshore
Posidonia Inicia o ano recebendo nova Embarcação e muita...
17/01/25
Comemoração
ExxonMobil celebra 113 anos de Brasil e anuncia projeto ...
17/01/25
Petrobras
Produção e processamento de petróleo do Pré-Sal nas refi...
17/01/25
Oportunidade
Foresea está com vagas abertas para atuação onshore e of...
17/01/25
Negócio
Vibra conclui aquisição da Comerc Energia e se consolida...
17/01/25
Mato Grosso do Sul
Cristiane Schimidt lidera reunião estratégica para defin...
17/01/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.