Meio Ambiente

Repsol Sinopec e PUCRS colocam em operação equipamento pioneiro para captura direta de 300 toneladas de CO₂ do ar por ano

O DAC 300TA faz parte do programa NET, sigla para Negative Emissions Technology, que atua no avanço de soluções para negativar as emissões de CO₂ produzidas em qualquer tipo de atividade, independentemente de sua fonte geradora.

Redação TN Petróleo/Assessoria
27/11/2024 13:53
Repsol Sinopec e PUCRS colocam em operação equipamento pioneiro para captura direta de 300 toneladas de CO₂ do ar por ano Imagem: Divulgação Visualizações: 1480 (0) (0) (0) (0)

O lançamento do DAC 300TA, equipamento pioneiro na América Latina de captura direta de dióxido de carbono do ar, marca o início de uma nova etapa para o desenvolvimento de tecnologias para negativação de emissões, que contribuem para o enfrentamento das mudanças climáticas. No dia 28 de novembro, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, será o palco dessa inauguração, que contará com a presença de representantes da Repsol Sinopec Brasil, pesquisadores e autoridades. Na ocasião, também haverá uma visita ao local da instalação do equipamento DAC 300TA e ao laboratório de tecnologias de baixo carbono, implementado na Universidade.

O equipamento, com capacidade para capturar 300 toneladas de CO₂ por ano, faz parte do projeto Direct Air Capture System Integration, DAC SI, lançado pela Repsol Sinopec Brasil em parceria com a PUCRS em 2022, sendo uma importante iniciativa voltada à captura e injeção de carbono no subsolo, parte essencial dos esforços de pesquisa da companhia. Este lançamento está alinhado à ambição global do Grupo Repsol de alcançar zero emissões líquidas de carbono até 2050.

O projeto é financiado pelo recurso da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação presente nos contratos de concessão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Para o projeto DAC SI, o investimento foi superior a R$ 60 milhões, incluindo pesquisa e infraestrutura.

A PUCRS está na vanguarda das pesquisas sobre o potencial de captura e armazenamento do CO₂ no Brasil e por isso foi escolhida como parceira da Repsol Sinopec Brasil neste projeto. Desde fevereiro deste ano, o primeiro reator DAC, com capacidade de captar diretamente 15 toneladas de CO₂ por ano está operacional no campus da universidade, realizando os primeiros testes da tecnologia em ambiente de alta umidade e temperatura, condições ainda não avaliadas mundialmente.

O DAC 300TA proporcionará um aumento em 20 vezes dessa capacidade de captura direta de dióxido de carbono e, devido à sua modularidade, irá permitir que pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de diferentes materiais adsorventes possam ser executadas em análise simultânea nas mesmas condições ambientais, gerando resultados totalmente equiparáveis, bem como estudos para aprimoramento da eficiência do processo.

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), atualmente existem 27 plantas de DAC no mundo, localizadas na Europa, América do Norte, Japão e Oriente Médio, operando principalmente em pequena escala. A maioria está em operação para demonstração e testes.

O DAC SI é referência e pioneiro com a primeira unidade DAC da América Latina. Vale destacar que com o avanço dos estudos, a tecnologia DAC, combinada com a mineralização em basalto, pode representar uma alternativa tecnológica de grande potencial para a remoção de CO₂ atmosférico, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas de maneira ambientalmente segura e sem riscos de retorno desse gás à atmosfera.

Conhecendo o processo

O equipamento DAC 300TA é uma composição de 20 reatores com capacidade de captar 15 toneladas de CO₂ por ano que, quando agrupados em cinco conjuntos de quatro reatores, somados chegam à capacidade total de captura de até 300 toneladas de CO₂ do ar atmosférico.

A tecnologia DAC adota neste equipamento utiliza grandes "ventiladores" que captam o ar que segue por meio de filtros internos preenchidos com materiais capazes de realizar a adsorção do CO₂, separando-o dos demais gases. Em seguida, inicia-se o processo de dessorção, no qual, a partir de um sistema de oscilação de temperatura e pressão, o CO₂ é liberado. Após essa etapa, o CO₂ em alta concentração é comprimido e pode ser transportado até o ponto de uso ou de armazenamento.

O CO₂ capturado pelo equipamento DAC pode ter dois destinos: a injeção no subsolo para a realização de armazenamento geológico, como o processo de mineralização em rochas basálticas; e a utilização como insumo de novos produtos, como a sua conversão em combustível sintético.

Neste contexto, o país possui uma condição geológica bastante promissora, representada pela formação Serra Geral, uma extensa área de derrame basáltico, localizado na Bacia do Paraná, um dos maiores derrames basálticos offshore do mundo.

Para garantir a negativação das emissões, a unidade DAC deverá ser alimentada por energia renovável. Neste ponto, o Brasil possui o diferencial de contar com cerca de 80% da sua matriz elétrica composta por fontes renováveis propiciando uma vantagem competitiva para a implementação desse tipo de tecnologia.

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